quinta-feira, 26 de maio de 2011

LIVRO NOSSO LAR -CAP.31UMA MENDIGA NOS PORTÕES


 Esta narração está contida no livro Nosso Lar de André Luiz através da psicografia de Chico Xavier publicado pela Feb. Achamos conveniente resumir o caso ocorrido no Capitulo 31 – Vampiro.
O caso é relatado para mostrar o que ocorre depois da morte, na Espiritualidade, e para onde vão as pessoas que cometem crimes, que neste caso não era de abortos e sim de mortes de crianças ao nascer. O Espírito infanticida torna-se, no Mundo Espiritual, um verdadeiro vampiro. Vamos ao caso:
André Luiz está em Nosso Lar, com Narcisa, logo após às vinte e uma horas, quando chega um sentinela das Câmaras de Retificação, para notificar que uma infeliz mulher pedia socorro no grande portão que dá para os campo de cultura. Percorreram mais de um quilômetro até chegar à cancela. Do outro lado havia uma mulher coberta de andrajos, rosto horrendo e pernas em chaga viva.
- Filhos de Deus – bradou a mendiga – dai-me abrigo à alma cansada! Onde está o paraíso dos eleitos para que eu possa fruir a paz desejada.
Narcisa perguntou a André Luiz:
- Não está vendo os pontos negros?
- Não - respondeu.
- Quando se trata de criatura nesse estagio não posso fazer nada. Chamemos Paulo, o chefe da guarda.
Paulo disse tratar-se de um dos mais fortes vampiros que já havia visto. Mandou Narcisa olhar melhor no corpo espiritual da mendiga. Ela notou que 58 manchas negras estavam no corpo.
Esses pontos escuros representam cinqüenta e oito crianças assassinadas ao nascerem. Em cada mancha vejo a imagem mental de uma criancinha aniquilada, umas por golpes esmagadores, outras por asfixia.
Essa desventurada criatura foi profissional de ginecologia. A pretexto de aliviar consciências alheias, entregava-se a crimes nefandos, explorando a infelicidade de jovens inexperientes. A situação dela é pior que a dos suicidas e homicidas, que, por vezes, apresentam atenuantes de vulto.
Narcisa pediu se não seria possível cuidar dessa mulher e o vigilante lhe disse que o interesse dela estava em perturbar o trabalho em Nosso Lar e lhe propôs uma prova: sigamos a narrativa de André Luiz.
- Que deseja a irmã, do nosso concurso fraterno?
- Socorro! socorro! socorro!... - respondeu lacrimosa.
- Mas, minha amiga, é preciso sabermos aceitar o sofrimento retificador. Por que razão tantas vezes cortou a vida a entezinhos frágeis, que iam à luta com a permissão de Deus?
Ouvindo-o, inquieta, ela exibiu terrível carantonha de ódio e bradou:
- Quem me atribui essa infâmia? Minha consciência está tranqüila, canalha!... Empreguei a existência auxiliando a maternidade na Terra. Fui caridosa e crente, boa e pura...
- Não é isso que se observa na fotografia viva dos seus pensamentos e atos. Creio que a irmã ainda não recebeu, nem mesmo o benefício do remorso. Quando abrir sua alma às bênçãos de Deus, reconhecendo as necessidades próprias, então, volte até aqui.
Irada, respondeu a interlocutora:
- Demônio! Feiticeiro! Sequaz de Satã!... Não voltarei jamais!... Estou esperando o céu que me prometeram e que espero encontrar.
Assumindo atitude ainda mais firme, falou o Vigilante-Chefe com autoridade:
- Faça, então, o favor de retirar-se. Não temos aqui o céu que deseja. Estamos numa casa de trabalho, onde os doentes reconhecem o seu mal e tentam curar-se, junto de servidores de boa-vontade.
A mendiga objetou atrevidamente:
- Não lhe pedi remédio, nem serviço. Estou procurando o paraíso que fiz por merecer, praticando boas obras.
E, endereçando dardejante olhar de extrema cólera, perdeu o aspecto de enferma ambulante, retirando-se a passo firme, como quem permanece absolutamente senhor de si.
Acompanhou-a o Irmão Paulo com o olhar, durante longos minutos, e, voltando-se para nós, acrescentou:
- Observaram o Vampiro? Exibe a condição de criminosa e declara-se inocente; é profundamente má e afirma-se boa e pura; sofre desesperadamente e alega tranqüilidade; criou um inferno para si própria e assevera que está procurando o céu.
- É imprescindível tomar cuidado com as boas ou más aparências. Naturalmente, a infeliz será atendida alhures pela Bondade Divina, mas, por princípio de caridade legítima, na posição em que me encontro, não lhe poderia abrir nossas portas.

Twameva (Mantra)

Um dos meus mantras( oração ) favoritos a primeira vez que ouvi percebi um choro inexplicável como se meu corpo ficasse leve e me senti diferente então fui atrás de informações sobre ele. Particularmente para mim e uma oração para outros um mantra  E meu coração realmente se apaixonou. Não importa muito qual definição porque a melhor é o que  você sente. Tão profundo significado e hoje entoo com amor e gratidão trouxe um vídeo de Deva Premal , Miten, Manose .As apresentações deles e algo fenomenal amo! Deva Premal esta com certeza em minha lista de melhores cantoras com uma voz divina espero que gostem!


É um mantra, um hino?

Os mantras só podem vir dos Vedas , portanto, não é um mantra. Dentro da categoria geral de composições literárias devocionais ( stutis ), o twameva mata é uma oração ( stotra ) ou hino de louvor.

Recitar uma oração é diferente de cantar mantras védicos em sânscrito porque os mantras, quando pronunciados e respirados corretamente, estão repletos de sons sagrados de sílabas sonoras ( bijaksharas ) e mantras que são encapsulados em outras palavras e têm o poder de extrair uma resposta específica do cosmos.

Por outro lado, as orações são uma forma de comunicação com Deus que não depende de uma escolha particular de palavras ou sons. Em uma oração, toda a ênfase está no estado de mente e devoção do devoto ( bhakti ). Dirigindo-se a seus discípulos, Ramakrishna Paramahamsa disse certa vez: "Saguna Brahman é destinado aos bhaktas ." Em outras palavras, um bhakta acredita que Deus tem atributos e se revela aos homens como uma pessoa, assumindo formas. É Ele quem ouve nossas

  
Twameva mataa cha pita twameva.
Twameva bandush cha sakha twameva.
Twameva vidya dravinam twameva.
Twameva sarvam mama deva deva.
Twameva mataa cha pita twameva.
Twameva bandush cha sakha twameva.
Twameva vidya dravinam twameva.
Twameva sarvam mama deva deva.
Twameva mataa cha pita twameva.
Twameva bandush cha sakha twameva.
Twameva vidya dravinam twameva.
Twameva sarvam mama deva deva.
Twameva mataa cha pita twameva.
Twameva bandush cha sakha twameva.
Twameva vidya dravinam twameva.
Twameva sarvam mama deva deva.

Tradução/significado:
Você é o meu pai e a minha mãe.
Você é minha família, o meu melhor amigo.
Você me dá sabedoria, prosperidade, saúde e tudo o que tenho.
Você é o meu Deus e o meu Tudo.




HELENA PETROVNA BLAVATSKY - VIDA E OBRA

Escritora, teóloga e filósofa, Elena Petrovna von Hahn (30 de julho 1831 – 8 de maio 1891) teve educação refinada e desde muito cedo mostrou-se rebelde e independente. Em espisódio que demonstra seu temperamento, a governanta da família a desafiou a encontrar um homem que tivesse coragem de casar com ela. Em tom de brincadeira, Helena sugeriu ao já idoso Nikifor V. Blavatsky que casasse com ela. O general topou, ela não se fez de rogada e passou à condição de senhora Blavatsky.



O casamento durou pouco. Aos 17 anos, Helena saiu pelo mundo. Conheceu a Índia, Leste Europeu, África, Tibete e Ámerica do Sul. Na Índia, Helena conheceu dois mahatmas (mestres) que a iniciaram no esoterismo.

Mas foi em Nova Iorque, em 1875, que Helena fundou ao lado do coronel Henry Steel Olcott a Sociedade Teosófica. Em carta a um amigo russo, Blavatsky explica o ideário da organização:

“A Sociedade Teosófica será composta de ocultistas e cabalistas eruditos, de filósofos herméticos do século XIX e egiptologistas em geral. Queremos fazer uma comparação experimental entre o Espiritismo e a Magia dos antigos seguindo literalmente as instruções dos antigos cabalistas, tanto judeus como egípcios. Ao longo de muitos anos tenho estudado a filosofia hermética em teoria e prática, e a cada dia me convenço mais de que o Espiritismo em suas manifestações físicas não é nada mais do que a Píton de Paracelso, ou seja, o éter intangível que Reichenbach chama de Od. As pitonisas dos antigos costumavam magnetizar a si mesmas – leia Plutarco e seu relato sobre as correntes oraculares, leia Cornelius Agrippa, a Magia Adamica de Eugenius Philalethes, e outros. Você vai ver sempre melhor, e poderá se comunicar com os espíritos por este meio, o auto-magnetismo


No livro A chave da Teosofia, Blavatsky discorre sobre os métodos usados para a obtenção do “conhecimento sobre-humano”. Segundo ela, “os antigos teósofos, assim como os modernos, sustentam que o infinito não pode ser conhecido pelo finito, isto é, percebido pelo finito; mas que a essência divina pode ser comunicada ao Ego Espiritual em estado de êxtase.”

 A Teosofia se tornou, ainda que muito contestada, um dos mais bem sucedidos sistemas de pensamento eclético da história recente, unindo formas antigas e novas e provendo pontes entre vários mundos diferentes como sabedoria antiga e pragmatismo moderno, Oriente e Ocidente, sociedade tradicional e reformas sociais.  A Sociedade Teosófica existe em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil, conheça seu site.

As principais obras de madame Blavatsky são Ísis sem Véu – obra em quatro volumes (1877), A doutrina secreta – obra em seis volumes (1888), Glossário Teosófico (1890) e a Chave da Teosofia (1891).

A perseguição e sua influência no pensamento de Einstein

Blavatsky foi contestada e acusada como um embuste algumas vezes. O casal Coulomb fez um relatório com acusações contra ela que foi publicado pela Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres. Nos Estados Unidos, ela também foi denunciada como agente do governo russo.Alguns escritos de Blavatsky também foram acusados de racistas por criticar comportamentos do povo árabe. Quando viveu na Índia, Blavastky foi perseguida em várias frentes: pelo governo inglês, pela polícia do vice-rei da Índia e por missionários protestantes e jesuítas.Segundo o site da Sociedade Teosófica,” uma das sobrinhas de Albert Einstein revelou, alguns anos após a sua morte, que seu livro de cabeceira era A Doutrina Secreta, de Blavatsky”. Ainda segundo o mesmo site, “intelectuais do mundo inteiro estudaram a Doutrina e descobriram lá as fontes de algumas das teorias do conhecido físico”.O livro de cabeceira de Einstein não é para iniciantes. A Doutrina Secreta foi definida assim por Mario Roso de Luna, biógrafo de Blavatsky: “esse edifício ciclópico do saber arcaico é um monumento prodigioso, mas ao mesmo tempo, desordenado e confuso. Não vamos entrar na controvérsia de que assim tenha sido feito deliberadamente, como parece deduzir-se até das frases de certos tópicos, e com o objetivo de estimular o estudante sincero, afastando outrossim, os leitores possuídos de mera frivolidade científica.”

 Fontes: Blavatksy, A chave da Teosofia (Biblioteca Planeta, 1973), Wikipedia, site da Sociedade Teosófica no Brasil.

VIDEO ATUALIZADO!

Palestra gravada ao vivo no cineteatro São Luiz,
em Fortaleza,como abertura da estreia da peça Teatral BLAVATSKY E A VOZ DO SILÊNCIO.
Produção de Nova Acrópole, texto de Lúcia Helena Galvão, direção de Luiz Antônio Rocha,
representado pela atriz Beth Zalcman - em Novembro de 2019.


CONSCIENCIOLOGIA



A Conscienciologia é o termo que foi proposto publicamente em 1981 pelo médico e pesquisador brasileiro Waldo Vieira para definir a nova ciência dedicada ao estudo da consciência, que, dentre outros termos, é aquilo o que se denomina por ego, alma, espírito, essência, eu, individualidade, personalidade, pessoa, self, ser ou sujeito.

  Para Vieira, a Conscienciologia parte do princípio de que a manifestação da consciência vai além do cérebro físico e que é independente do corpo humano. Portanto, a Conscienciologia propõe o estudo da consciência através de uma abordagem integral, considerando o holossoma, a multidimensionalidade, as bioenergias e a possibilidade da consciência se projetar para fora do corpo humano de maneira autoconsciente.

  O holossoma é o conjunto dos quatro veículos de manifestação (corpos) usados pela consciência para se manifestar: o soma (corpo físico), o energossoma (corpo energético, duplo etérico, corpo bioplásmico), o psicossoma (corpo astral) e o mentalsoma (corpo mental).

  O corpo físico seria extinto com a morte física, após a qual a consciência se manifestaria exclusivamente em dimensões extrafísicas empregando seus demais corpos até que, por forças naturais ou não, ela volte a constituir um novo corpo físico (reencarnação). A consciência teria, portanto, um aspecto multiexistencial.

  A natureza multidimensional da consciência, fica evidenciada durante o fenômeno da experiência fora do corpo (projeção da consciência) quando ela pode se manifestar de forma lúcida em outras dimensões de espaço-tempo além da dimensão física que conhecemos, empregando os corpos não físicos que constituem o seu holossoma.

  Além de estar sujeita as forças básicas da natureza, a consciência também interage por meio de bioenergias (energia vital, prana, orgonio, chi) com outras consciências, com outros seres vivos, com o ambiente. Por meio das bioenergias a consciência interfere e sofre interferências do meio.

  A consciência seria intimamente regida por uma ética maior que permeia todo o universo, denominada cosmoética. A cosmoética não se limitaria aos conceitos de "certo" e "errado". Ela é orientada pela evolução da consciência, em qualquer dimensão de manifestação. Assim, não se pergunta se uma idéia ou ação é certa, mas se é a favor da evolução das consciências.

  Segundo Vieira, o estudo da Conscienciologia com base nesses pressupostos constitui um paradigma consciencial, um novo modelo de idéias, distinto, portanto, do paradigma adotado pelas ciências tradicionais. Ainda segundo o autor, o escopo da Conscienciologia é o estudo da consciência do vírus (a forma mais simples de consciência) ao Serenão, a consciência mais evoluída existente em nosso planeta.
 

PROJECIOLOGIA



Projeciologia: A Projeciologia é um subcampo ou especialidade da ciência Conscienciologia, que estuda as projeções da consciência para fora do corpo físico, ou seja, as ações da consciência (ego, self ou personalidade humana) em dimensões não físicas, livre do restringimento do corpo biológico. A ciência Projeciologia também investiga outros fenômenos projeciológicos, tais como: bilocação, clarividência, experiência de quase-morte (EQM), intuição, precognição, retrocognição, telepatia, entre outros. O termo projeciologia vem do Latim, projectio, projeção e do Grego, logos, tratado.
O fenômeno projetivo é relatado desde a Antiguidade nas mais variadas culturas. Vem desde as chamadas iniciações no período Antigo, o culto ao kha do antigo Egito, o homo duplex descrito pelo escritor francês Honoré de Balzac, até a recente denominação, ainda mísitica, conhecida por desdobramento ou projeção astral.
Hoje, denominado de projeção da consciência ou experiência fora do corpo (out of-the-body experience - OBE), por cientistas e pesquisadores, o fenômeno passou a ser estudado de modo científico, propiciando a autopercepção de que é natural e fisiológico, e de que ocorre com todas as pessoas independente de seu conjunto de valores, credo, raça, sexo, idade, classe social e nível cultural, classificando-se como fenômeno universal.
A ciência Projeciologia foi proposta em 1981, a partir da publicação do livro Projeções da Consciência, de autoria do médico e pesquisador Waldo Vieira, projetor consciente desde os 9 anos de idade. Em 1986, Waldo Vieira publica o tratado Projeciologia - Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano, hoje (2010), em sua 4ª edição, com 1232 páginas e 2040 referências bibliográficas, sendo considerado uma referência internacional sobre o estudo da projeção consciente.
Pesquisas internacionais indicam que a projeção de modo consciente é alcançada e vivida por milhões de pessoas em todo planeta. Todos nós saímos do corpo, normalmente quando dormimos. No entanto, para a maioria da humanidade, falta lucidez durante a experiência extracorpórea e rememoração do fenômeno projetivo vivenciado. Por essa razão, muitos pensam que a projeção não existe. E por não trazerem dela uma lembrança clara, confundem-na com sonhos.
"Sair do corpo humano, com lucidez, é a mais preciosa e prática fonte de esclarecimentos e informações prioritárias acerca dos mais importantes problemas da vida, elucidando-nos sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos." (Waldo Vieira, Nossa Evolução, 1997).
Diferenças entre sonho e projeção
Nos sonhos, assim como no devaneio, imaginação, alucinação, desequilíbrio mental ou distúrbios psicofisiológicos, não temos controle sobre nossas ações. Entretanto, na projeção consciente, atuamos por nossa própria vontade e determinação. Há várias pesquisas evidenciando as diferenças entre a projeção e esses estados alterados de consciência.
Veículos de manifestação
A consciência utiliza vários corpos ou veículos para se manifestar. O corpo humano ou soma é o veículo mais denso, percebido pelos sentidos físicos, quando estamos acordados, durante a vigília, momento em que todos os veículos de manifestação encontram-se em coincidência, encaixados uns nos outros. Durante o sono ou através de relaxamento físico, por exemplo, estes corpos se desencaixam ou entram em descoincidência, possibilitando à consciência, projetar-se para fora do corpo físico e atuar a partir de outro corpo, mais sutil ou menos denso, o corpo emocional ou psicossoma. O corpo físico permanece dormindo, inanimado, vazio de consciência, sendo mantido apenas pelas funções autônomas biológicas. Enquanto isso, a sede da nossa consciência que se encontra no psicossoma, pode atuar livremente, em outras dimensões. Há ainda a manifestação através do corpo mental ou mentalsoma, sinalizando maior nível de lucidez e racionalidade e menos emotividade. A manifestação da consciência é também bioenergética, quando utiliza o corpo energético ou energossoma, responsável pela saúde e vitalidade. Ao conjunto de todos esses corpos (soma, psicossoma, mentalsoma e energossoma) denominamos holossoma.
Durante uma projeção consciente, é comum a pessoa sentir-se flutuando acima de seu corpo físico. Outras vezes, ela é capaz de ver o próprio corpo adormecido no leito. O projetor também pode sentir vibrações agradáveis em todo corpo, sons ou ruídos dentro da cabeça, sensação de queda-livre, incapacidade temporária de mover o corpo físico, sensação de inchar ou inflar como balão e vários outros sinais correlacionados ao fenômeno projetivo.
Tipos de projeções
Quase sempre nossas projeções ocorrem de modo involuntário ou espontâneo, durante o sono natural ou até mesmo durante um simples cochilo. Em outros casos, a projeção consciente ocorre em situações críticas, como é o caso das Experiências de Quase-Morte (EQMs), tipo de projeção forçada, compulsória ou patológica, causada por traumas orgânicos, acidentes físicos e comum a pacientes terminais ou sobreviventes da morte clínica.
A Projeciologia propõe técnicas projetivas para que o interessado obtenha projeções conscientes voluntárias, sadias e planejadas. Esse tipo de projeção oferece maiores índices de lucidez e rememoração, auxilia o indivíduo a desenvolver o autodomínio emocional, a perder o medo da morte, a repensar seus valores, a dinamizar o autoconhecimento e a entender sua real procedência.

PARADIGMA CONSCENCIAL


 Novo Paradigma para Pesquisar a Consciência





Conscienciologia é a ciência proposta pelo médico e pesquisador brasileiro Waldo Vieira para definir o estudo da consciência, que, dentre outros termos, é aquilo que se denomina por ego, alma, espírito, essência, eu, individualidade, personalidade, pessoa, self, ser ou sujeito.


A Conscienciologia objetiva o estudo da consciência de modo integral, com todos os corpos, existências e dimensões, tendo como base os princípios da ética cósmica.

Algumas ferramentas utilizadas para a pesquisa da consciência constituem na observação e análise dos atributos da personalidade e também na experimentação e autopesquisa das próprias reações perante às diferentes formas de energia, sejam provenientes da natureza, dos ambientes ou das consciências.
Estudar a consciência não é uma tarefa simples. Cada microuniverso consciencial é extremamente complexo para ser pesquisado de maneira convencional.
Os instrumentos, aparelhos ou parâmetros físicos são ainda insuficientes para analisar a consciência, pois esta se encontra além da própria matéria e da energia. O microuniverso consciencial não pode ser colocado dentro de um tubo de ensaio, não pode ser observado por um microscópio ou ser analisado por um sofisticado computador.
Segundo as premissas da Conscienciologia é necessário estabelecer novos parâmetros de medida, descobrir novos instrumentos de investigação para pesquisar a consciência. Este novo modelo denomina-se Paradigma Consciencial.

O Paradigma Consciencial é fundamental para responder a inúmeros questionamentos e explicar vários fenômenos que vêm sendo ignorados ou excluídos da ciência convencional há cerca de 2 séculos; e levantar também outros tantos questionamentos importantes para o desenvolvimento da ciência.

Através deste novo paradigma a consciência irá estudar a si mesma. Isto quer dizer que a consciência (você e todos nós) torna-se, simultaneamente, o objeto de estudo, o sujeito e o próprio instrumento de pesquisa. No método da autopesquisa (pesquisa de si mesmo) o pesquisador é o próprio objeto das suas investigações.
O Paradigma Consciencial propõe a ampliação do pensamento científico, oferecendo uma visão integral do Universo e da consciência. A partir desse novo ponto de vista é possível sair da "dermatologia da consciência", ou seja: o estudo superficial, material, que representa a "pele" da consciência, para adentrar profundamente na dinâmica do microuniverso consciencial.


O Paradigma Consciencial aborda a consciência a partir dessas premissas básicas:
  1. Holossomática: Admite a existência do holossoma (holo + soma), ou seja, o conjunto de corpos ou veículos de manifestação da consciência formados pelo soma ou corpo físico; energossoma,o corpo das energias, também conhecido como holochacra; psicossoma ou corpo das emoções e mentalsoma, o corpo do discernimento.

  2. Bioenergética: Assume a existência e a aplicação lúcida das bioenergias através do energossoma (energo + soma: corpo energético formado pelo conjunto de chacras), levando em consideração as influências das energias imanentes e conscienciais muito além das percepções cerebrais registradas a partir dos sentidos físicos.

  3. Multidimensionalidade: A consciência se manifesta em múltiplas dimensões e cada veículo se manifesta em uma dimensão. Portanto, através do domínio voluntário das projeções conscientes - experiências fora do corpo - projetor tem a oportunidade de comprovar essa realidade, pois está em contato direto com inúmeras dimensões e realidades não-físicas.

  4. Serialidade: Sustenta o princípio de que a consciência é multiexistencial e multimilenar, ou seja, a personalidade submete-se à serialidade de existências ou múltiplas vidas humanas em série, intercalando com períodos chamados intermissivos, ou seja, entre as vidas humanas.

  5. Cosmoética: O paradigma consciencial tem por filosofia moral a cosmoética ou moral cósmica - um princípio mais amplo que a moral humana - que leva em consideração as múltiplas vidas, ou seja, as nossas múltiplas relações interpessoais nem sempre positivas; os diferentes veículos de manifestação, levando em consideração a qualidade dos nossos pensamentos, sentimentos e energia e suas repercussões.

  6. Universalismo: É o conjunto de idéias derivadas da universalidade das leis básicas da Natureza e do Universo, que através de todos os campos de pesquisa envolve o microuniverso das consciências, expandindo a partir dela para o Universo, onde estão todos imersos. Diante dessa premissa, perde o sentido do apego aos bairrismos, nacionalismos exacerbados, preconceitos de todos os tipos, fronteiras entre países.

  7. Auto-experimentação: Embasa a pesquisa da consciência a partir da auto-experimentação. A Projeciologia é considerada a parte prática, experimental, da Conscienciologia, pois o fenômeno da projeção consciente é a ferramenta mais importante para o estudo da consciência. A projeção conduz a consciência ao autoconhecimento integral. Daí surge a necessidade do conscienciólogo desenvolver sua capacidade de projetar-se para fora do corpo humano com lucidez. O conhecimento teórico, muitas vezes apoiado em provas convencionais, crenças ou especulações não é suficiente para realizar a ciência da consciência. Ao invés disso, o conscienciólogo irá buscar a experimentação pessoal da projeção consciente - um fenômeno natural que é autopersuasivo ou se autocomprova.
Todas as descobertas, hipóteses e teorias da Conscienciologia formam um conjunto de Verdades Relativas de Ponta, ou seja, realidades mais importantes, novas e prioritárias para serem aprofundadas, discutidas e também refutadas.

QUER CONHECER MAIS
?acesse https://conscienciologia.org.br/
Gratidão por acessar conteúdo. 

FÊNOMENOS PARAPSÍQUICOS

 Fenômenos parapsíquicos 


O estudo teórico e prático dos fenômenos parapsíquicos pelo IIPC - Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, visa o desenvolvimento e a evolução da consciência, que vivencia e comprova, por si mesma, a existência de outras dimensões.
De acordo com a Projeciologia, todas as pessoas podem vir a desenvolver capacidades parapsíquicas. Esse desenvolvimento depende da vontade, determinação, intenção e superação de traços pessoais. O importante é desenvolver a capacidade de maneira sadia, com objetivos éticos e assistenciais, em prol da evolução da consciência.
Atualmente a ciência Conscienciologia, que pesquisa a consciência (ego, self, alma, eu) em uma abordagem mais ampla, traz a proposta de empregar os fenômenos parapsíquicos ou paranormais como ferramenta de pesquisa no entendimento de si mesmo e dos outros. Esta abordagem inovadora, pressupõe que o pesquisador esteja aberto a experimentar realmente aquilo que está pesquisando, ou seja, que produza por si mesmo os fenômenos parapsíquicos a partir de técnicas que empregam a vontade e tire suas conclusões. Uma das especialidades desta ciência é a Projeciologia, que se dedica ao estudo das experiências fora do corpo físico (viagem astral, desdobramento, out-of-body experience) e outros fenômenos gerados a partir da expansão das energias pessoais. Visando preservar a fisiologia e a manutenção da lucidez pessoal, não são empregadas e nem recomendadas pela Conscienciologia e Projeciologia o uso de substâncias psicoativas na pesquisa dos fenômenos parapsíquicos, mas o uso da própria vontade.
Vários fenômenos conhecidos são decorrentes da ampliação das percepções além dos sentidos físicos devido a algum tipo de descoincidência, podendo ser uma minidescoincidência ou uma descoincidência completa de um ou mais veículos de manifestação.

Descoincidência parcial do braço.
Entre os fenômenos estudados, estão:
Clarividência. Percepção visual além do sentido físico da visão, que permite a apreensão de informações além do mundo material. Através da clarividência, a pessoa pode ver as energias de outras pessoas (aura) - ou do ambiente, pode ver pessoas que já passaram pela morte física ou pessoas que estão projetadas, ou seja, vivenciando a experiência da projeção consciente. É o mesmo que vidência extrafísica, segunda visão, sexto sentido, paravisão.
Relato de clarividência em sala de aula:
"Durante uma atividade parapsíquica em sala de aula, tive a clara percepção de visualizar uma mulher com aspecto indiano, cabelos escuros longos, tiara na testa e um colar vermelho. Ela possuía traços faciais diferentes daquela pessoa através da qual se manifestou, além da tiara e do colar que a outra não estava usando. Após o exercício, as pessoas presentes relataram suas percepções sendo que outras duas tiveram a mesma visão que eu tive."
(Margherita Vasconcellos, Estudante de Psicologia)
Clarividência viajora. Percepção visual à distância, que permite à pessoa a captação de cenas e imagens de um local físico distante ou de outras dimensões. O mesmo que visão remota. As informações obtidas através da clarividência viajora podem ser confirmadas posteriormente. Alguns casos registrados desse fenômeno foram com os clarividentes Ingo Swan e Harold Sherman que, pela clarividência, em 1973, exploraram os planetas Júpiter e Mercúrio antes mesmo das sondas espaciais Voyager e Discovery, as quais posteriormente confirmaram observações realizadas pelos clarividentes.

Clarividência Viajora.
Precognição. Ato de aquisição de informações relativas a fatos indeterminados futuros. Muitas precognições ocorrem durante as experiências fora do corpo que são interpretadas como sonhos. O mesmo que premonição ou prenúncio.
Telepatia. Transmissão e recepção de informações entre duas ou mais pessoas. Pode ocorrer entre pessoas desta dimensão material e também entre estas e pessoas de outras dimensões.
Retrocognição. Ato de rememoração de fatos, cenas e vivências pertencentes ao passado que estão além da memória física, cerebral. Assim como as precognições, as retrocognições também costumam ocorrer durante projeções da consciência. Quando os fatos rememorados se referem a vidas anteriores, esse fenômeno é também conhecido como lembrança de vidas passadas.
Psicografia. Tipo de escrita parapsíquica na qual uma pessoa que está em outra dimensão comunica-se através de médium psicógrafo. A pessoa que está se comunicando pode estar projetada ou já ter passado pela morte biológica.
EQM - Experiência de quase-morte. Projeção involuntária, forçada, que ocorre em casos de morte clínica, doenças terminais ou acidentes, em que o paciente ou acidentado se vê fora do corpo, acessa outras dimensões e, depois, retorna ao corpo. Em inglês, é conhecido por near-death experience (NDE). Pode significar um sinal para a retomada de tarefas importantes e também desencadear uma série de reciclagens dos pensamentos, sentimentos e energias.
Poltergeist. Conjunto de ocorrências e perturbações diversas, tais como, ruídos e movimentos de objetos, aparentemente inexplicáveis por razões físicas. O poltergeist é associado a manifestações de consciências de outras dimensões. Sinônimo de assombração.
Projeção consciente ou experiência fora do corpo. A projeção consciente humana é conhecida também como experiência fora do corpo, viagem astral ou desdobramento. É uma experiência individual de percepção do ambiente e de outras consciências, seja espontânea ou induzida, na qual a pessoa se percebe fora do seu corpo físico, podendo inclusive observá-lo de maneira lúcida e comprovar para si mesma que ela não é só o seu corpo físico (autobilocação). A maioria das projeções envolve o veículo chamado psicossoma (corpo emocional), o qual ao deixar o soma (corpo físico) carrega consigo parte do corpo energético (energossoma), formando o cordão de prata, que é a conexão energética entre o soma e o psicossoma, presente durante a projeção consciente.
Segundo pesquisas da Antropologia, a projeção da consciência para fora do corpo humano é relatada por todos os povos e raças na história e acontece independente de sexo, idade, raça, religião e educação.
Pelas pesquisas da Projeciologia, todos os seres humanos produzem a projeção da consciência, pelo menos à noite ao dormirem. No entanto, a maioria não vivencia o fenômeno com lucidez ou não traz a recordação completa quando desperta. Uma das vivências que a pessoa motivada pode experimentar, ao se projetar para fora do corpo com lucidez, é encontrar pessoas conhecidas também projetadas ou que já passaram pela morte biológica. Ao despertar, a pessoa pode buscar a confirmação da experiência perguntando à quem ela encontrou projetado, se também lembra do ocorrido. Algumas vezes obtém-se esta confirmação, ou seja, a outra pessoa lembra exatamente da experiência. Outras vezes, a confirmação não ocorre porque a pessoa encontrada fora do corpo não estava lúcida ou não lembrou da experiência ao retornar ao corpo físico. Seja como for, a vivência de se perceber lúcido, pensando, sentindo e agindo conscientemente fora do corpo é autocomprobatória, fala por si só e não deixa dúvidas a quem experimentou o fenômeno pelo menos uma vez com lucidez plena.
Autobilocação. É o estado em que a consciência, a pessoa, estando fora do corpo físico, manifestando-se através de outro corpo, o psicossoma, observa o próprio corpo físico. Esse fenômeno, comum durante as experiências de quase-morte (EQM), constitui importante fenômeno subjetivo que prova, para a própria pessoa, a realidade de outro veículo de manifestação além do corpo físico, e também, que a consciência sobrevive à morte biológica.

Fenômeno de Bilocação
Psicometria. É a capacidade de captar informações precisas acerca de pessoa, local ou objeto, apenas pelo contato com as energias dos mesmos. Por exemplo, uma pessoa com esta modalidade de fenômeno bem desenvolvido pode tocar a caneta de alguém e descrever detalhes minuciosos da personalidade desta pessoa, ou ainda, adentrar num ambiente e descrever fatos passados que ali ocorreram, mesmo que o ambiente tenha mudado muito.
Intuição. Fenômeno de percepção instantânea e de claro conhecimento íntimo através da apreensão, captação súbita de pensamento ou idéia, pela pessoa, sem a intervenção de qualquer processo racional. Quando ocorre durante uma projeção consciente é a intuição extrafísica e proporciona a aquisição de idéias extrafísicas originais.
Déjà vu. É o conhecimento inconsciente, prévio ou a impressão de já ter visto ou encontrado uma pessoa, já ter visitado determinado lugar ou vivido determinada situação, os quais, de fato a pessoa jamais vira, estivera antes ou vivera fisicamente. A expressão francesa mais utilizada para este fenômeno é o déjà-vú. Um tipo específico é o dejaísmo projetivo, no qual a pessoa visita um local projetada para fora do corpo e eventualmente vai até este local depois que desperta fisicamente, tendo então a nítida sensação de já ter estado lá.
Catalepsia projetiva. Estado psicofisiológico caracterizado pelo enrijecimento dos membros e impossibilidade passageira de mover o corpo humano, estando a pessoa lúcida e dentro do corpo. A catalepsia projetiva, passageira e inofensiva, não deve ser confundida com a catalepsia física. Esse fenômeno ocorre devido à coincidência incompleta entre o corpo físico e o psicossoma, no momento da saída do corpo (decolagem) ou no momento do retorno ao corpo físico após uma experiência fora do corpo. Recomenda-se à pessoa, ao se perceber em estado de catalepsia projetiva, manter a tranqüilidade e buscar mover uma mínima parte do corpo, como um dedo, a língua ou respirar mais profundamente. A pessoa pode, também, aproveitar o estado de minidescoincidência e buscar se projetar com lucidez.
Cosmoconsciência. Condição de expansão máxima de lucidez e percepção, vivida pela consciência que, nesse estado, se sente una com o Universo e se torna capaz de, no período da experiência, alcançar uma existência inteira de entendimento, revelação, iluminação e autotranscendência. É uma experiência de difícil tradução em palavras e muitas vezes quem a vivencia não consegue trazer para o cérebro físico tudo aquilo que percebeu e vivenciou. Também conhecida por consciência cósmica, mente cósmica, nirvana, samádi, satori, Tao absoluto.

Fenômenos Parapsíquicos e Evolução
A Conscienciologia convida os interessados nestes temas a aprofundarem sua compreensão teórica e prática. Muitos se assustam ao vivenciarem tais fenômenos por desconhecerem seu caráter natural e fisiológico, e também por não saberem o que fazer de útil com isto. Tais fenômenos podem ser empregados como ferramenta de desenvolvimento pessoal, ampliando a compreensão de si mesmo, dos outros e da vida. A vivência da saída lúcida do corpo, por exemplo, diminui as ansiedades e inseguranças sobre a morte, na medida em que a pessoa percebe que sua individualidade é independente do corpo e vivencia maior noção de interdependência e cooperação com a humanidade, ampliando o universalismo.

TÉCNICAS PROJETIVAS





Há várias técnicas para promover a saída lúcida para fora do corpo, dentre as quais apresentaremos algumas. Para aqueles interessados em conhecer outras, indicamos o tratado Projeciologia. Na aplicação das técnicas é importante observar os seguintes fatores básicos:
  1. a vontade para se projetar.
  2. a intencionalidade.
  3. o estado fisiológico e psicológico.
  4. a auto-organização.
  5. a persistência e a determinação na aplicação da técnica.
  6. a preparação do ambiente físico para maior conforto do corpo.
  7. o aproveitamento e o registro de toda experiência.
  8. o estado energético.
  9. a idade, pessoas mais jovens em geral projetam-se mais espontaneamente, mas as pessoas mais idosas têm mais maturidade para aproveitar as experiências.
  10. autoconfiança nas próprias potencialidades.
  11. o espírito investigador, científico, sem misticismos.

Técnica da Concentração Mental
Essa técnica se baseia na concentração fixa em um objeto simples, que leva a consciência (a pessoa) a se desligar de tudo à sua volta até que o seu psicossoma, seu outro corpo de manifestação, se desencaixe do corpo físico.

Técnica Projetiva - Concentração Mental.
O objeto sugerido é uma vela acesa, pela sua simplicidade e capacidade de fixar a nossa atenção.

As etapas da técnica são:
  1. Isole-se em um ambiente fechado onde não será perturbado durante a prática.
  2. Coloque uma vela acesa em um prato grande, sobre uma mesa, longe de cortinas ou outro objetos (a fim de evitar acidentes), em um dos cantos do ambiente.
  3. Feche as janelas para evitar o vento.
  4. Sente-se em uma poltrona ou cadeira confortável no outro extremo do ambiente, há aproximadamente 3 metros da vela.
  5. Escureça completamente o ambiente, deixando apenas a luz da vela.
  6. Fixe a sua atenção na chama da vela, afastando outros pensamentos até que chegue ao ponto em que, para si mesmo, só existam você e a vela.
  7. Durante a técnica, evite devaneios, pois os mesmos distrairão sua atenção e prejudicarão a sua saída.
  8. Ao perceber um estado de leveza, de descoincidência, busque dirigir-se até a vela com o seu outro corpo, o psicossoma, deixando seu corpo físico na poltrona.
  9. Ao atingir a projeção, busque manter a lucidez e sair para outro ambiente.
  10. Após a experiência, registre todas as suas percepções e vivências.

Técnica da Auto-imagem projetiva

Essa técnica para se projetar para fora do corpo é ideal para aqueles que têm facilidade para dormir sentado em uma poltrona e se baseia no estudo detalhado de sua própria imagem refletida em um espelho.

Técnica da Auto-imagem projetiva.

As etapas para aplicação dessa técnica são:
  1. Isole-se em um ambiente fechado, onde não será perturbado durante a prática.
  2. Sente-se em uma poltrona confortável colocada em frente a um espelho grande que reflita todo seu corpo quando estiver de pé.
  3. A poltrona deve ser colocada perto do interruptor da luz que ilumina o ambiente.
  4. De pé, através do espelho, você vai inspecionar todo o seu corpo, especialmente o rosto, como se nunca tivesse se visto antes, reparando em detalhes nunca notados antes.
  5. Repare em cada expressão, forma, cor e contorno de sua face, cabelo, testa, sobrancelhas, olhos, nariz, boca, queixo, orelhas, de uma forma profunda.
  6. Depois, fixe em seus olhos e repita seu próprio nome várias vezes de forma audível e clara.
  7. Visualize-se a si mesmo no lugar da imagem no espelho, esqueça o espelho e todas as circunstâncias físicas, e mantenha intensamente essa visualização, até ficar com sono.
  8. Nesse ponto, desligue a luz e durma na cadeira.
  9. Após essa visualização intensa, como se você fosse a imagem no espelho, a tendência é o seu psicossoma sair do corpo em direção ao espelho, ocorrendo o seu despertamento fora do corpo e começando a projeção lúcida.
  10. Após o retorno, registre todas as suas percepções e vivências.

Técnica da Projeção Consciente Fragmentada

É aquela na qual o individuo exterioriza gradativamente partes do seu psicossoma (corpo emocional) em áreas específicas. Braços, pernas, tronco, individualmente ou continuamente, ocorrendo mais raramente a projeção da paracabeça. Esta projeção faz com que a pessoa tenha a sensação de que há em seu corpo uma segunda mão, segundo braço, etc.


Técnica da Projeção Consciente Fragmentada.

Para o experimento, deve-se passar por um período de auto-relaxação física e mental. Cerrando as pálpebras o experimentador deve voltar sua atenção para um seguimento ou parte específica do seu corpo humano, aplicando através de sua vontade íntima, o comando para que tal parte manifeste-se para cima, lembrando que seu corpo humano deve permanecer estático. Após sentir que certo seguimento esteja deslocado, a atenção deve ser voltada para a parte seguinte a ser projetada. Sem apressar o processo, o experimentador deve levar o mesmo comando para todas as partes de seu corpo, querendo que seus segmentos extrafísicos saiam pouco a pouco de seu estado de coincidência (encaixe) dos corpos.
Ao alcançar sucesso na projeção fragmentada, o experimentador está preparado para projeção pelo psicossoma inteiro na dimensão extrafísica. 


Mobilização básica de energias
A Mobilização básica de energias é a técnica pelo qual a pessoa através de sua força de vontade passa a perceber e controlar suas energias.
A Mobilização básica de energias consiste em 3 movimentos energéticos: Circulação Fechada com a instalação do Estado Vibracional, Exteriorização e Absorção.
1. Circulação fechada de energias é o controle consciente dos movimentos energéticos dentro de você mesmo percorrendo da cabeça até os pés e mãos e retornando a cabeça.

Circulação fechada.

Estado vibracional - dinamização máxima das energias.
A circulação fechada de energias tem como objetivos:
  1. Instalar o estado vibracional: condição que predispõe a desintoxicação das energias e também a decolagem do psicossoma na projeção lúcida
  2. Sanar distúrbios orgânicos, minidoenças e indisposições.
  3. Ampliar suas autodefesas energéticas, não permitindo a entrada de energias indesejáveis no seu campo energético.
  4. O estado vibracional estimula a autoconfiança do praticante, pois sua percepção indica a melhoria nos exercícios energéticos

2. Exteriorização de energias é o movimento em que o indivíduo lança suas energias por todos os lados e sentidos para fora do seu campo.

Exteriorização de energias.

A exteriorização de energias tem como objetivos:
  1. Aumento do campo de energias individuais
  2. Percepção das energias do ambiente.
  3. Doação de energias de forma espontânea para assistência.
3. Absorção de energias é o movimento de captação de energias de ambientes positivos através da vontade do praticante.

Absorção de energias.
A Absorção de energias tem como objetivos:
  1. Recuperação de disposição e saúde.
  2. Aumento do desempenho projetivo do praticante.
  3. Recuperação das horas de sono.
Para aplicar a técnica o praticante deve seguir estas etapas:
  1. Busque uma posição confortável, deitado(a) ou sentado(a). Pode ser aplicada de pé também, exigindo maior controle motor e de equilíbrio do corpo físico.
  2. Comece a concentrar a atenção e a perceber suas energias. Elas podem ser percebidas como um calor em torno de você ou sensação de eletricidade no corpo. Cada pessoa pode apresentar um sinal característico para a manifestação das energias.
  3. Leve através da vontade suas energias a se concentrarem no alto de sua cabeça.
  4. Faça suas energias percorrerem seu corpo da cabeça até os pés e mãos e retorne a cabeça repetindo este movimento várias vezes.
  5. Com a aceleração da circulação de energias se instala o estado vibracional. As sensações podem ser: intenso calor percorrendo o corpo, eletricidade, formigamento e outras. É bom estar atento para perceber a particularidade da sua percepção.
  6. Pare o estado vibracional e comece o movimento de exteriorizar suas energias para todos os lados para o ambiente em que você se encontra.
  7. Agora inicie o movimento de absorver energias. O praticante pode optar por absorver energias de ambientes mais tranqüilos como fontes da natureza do cosmos, do mar,...
  8. Após o término da mobilização básica de energias realize uma inspiração profunda e movimentos leves para voltar a vigília física e à coincidência dos veículos de manifestação.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Obsessão Espiritual: Um problema que se manifesta de várias formas











(...) Existem problemas obsessivos em várias expressões, como os de um encarnado sobre outro; de um desencarnado sobre o outro; de um encarnado sobre um desencarnado e, genericamente, deste sobre aquele.
- Manoel Philomeno de Miranda.
(Sementes de Vida Eterna, Autores diversos. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, cap. 30).

Não pense queridos amigos que apenas os espiritos desencarnados nos obsediam,mesmo na carne ainda fazemos com nossos irmãos atos indignos e cruéis.
quando não estamos atentos na verdadeira fé de amor e perdão.

A obsessão espiritual, na qualidade de doença ainda não catalogada nos tratados de patologia médica (a medicina clássica por se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do ser, não leva em consideração a existência da alma, do espírito) é um dos mais antigos flagelos da humanidade, prolongando-se, portanto, há milênios. Mas por quê?
Partindo do princípio que somos seres em evolução (estamos todos subordinados a uma das Leis Universais, a Lei da Reencarnação. Mesmo não querendo reencarnar, o ser terá que reencarnar, exceto aqueles que já se libertaram do ciclo cármico; nesses casos, terão o livre-arbítrio de escolher se querem reencarnar ou não), obviamente em vidas passadas praticamos atrocidades, barbáries, prejudicando os nossos semelhantes (é importante ressaltar que o véu do esquecimento não nos deixa lembrar o que fizemos no passado) e, com isso, criamos inimigos, espíritos obsessores.
Desta forma, enquanto o ser humano alimentar sentimentos de ódio e vingança, a obsessão espiritual continuará existindo. Escrevi em artigos anteriores em meu Site que 95% dos pacientes que me procuram em meu consultório têm uma influenciação espiritual obsessora como causa primária (principal) ou secundária (agravante) de seu(s) problema(s) e apenas em 5% a causa é puramente psicológica, criada pelo próprio paciente nessa vida (infância, nascimento, útero materno) ou em vidas passadas.
Portanto, a obsessão espiritual como enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

Neste aspecto, a Terapia Regressiva Evolutiva (T.R.E.) – A Terapia do Mentor Espiritual – Abordagem psicológica e espiritual breve, canalizada por mim através dos Espíritos Superiores do Astral, foi criada não para substituir a medicina, mas sim complementá-la. Melhor explicando: a medicina cuida do organismo físico e a T.R.E. da alma, do espírito. Essa é a minha esperança, que as duas possam um dia caminhar lado a lado, formando uma parceria.
É conhecida da maioria das pessoas, que a influenciação espiritual obsessora se dá de um desencarnado para um encarnado. Porém, na observação clínicapode -se  perceber seis formas de obsessão espiritual:
1) Desencarnado para encarnado.
2) Encarnado para desencarnado.
3) Desencarnado para desencarnado.
4) Obsessão recíproca.
5) Auto-obsessão e;
6) Encarnado para encarnado.

1) Desencarnado para encarnado: Aproveitando-se do estado de invisibilidade, o espírito obsessor exerce sua ação nociva no obsediado, manipulando seu campo de energia de diversas formas possíveis e inimagináveis, usando armas espirituais (artefatos fluídicos, portanto, não detectáveis por nenhum aparelho médico terreno sofisticado, como a ressonância magnética), parasitas, energias semeadas, chegando a criar doenças graves no encarnado com febres, inflamações, dores e outros sintomas orgânicos, confundindo assim o raciocínio do médico e dificultando o tratamento adequado.

2) Encarnado para desencarnado: Há casos de encarnados, que durante o sono, em espírito (desdobrados), vão atrás do desencarnado para vigiá-lo e/ou prejudicá-lo no astral inferior (trevas), por estarem dominados por sentimentos de ódio, revolta e vingança.

3) Desencarnado para desencarnado: É comum nas sessões de regressão o paciente recordar uma vida passada em que após o seu desencarne, se encontrou no umbral (trevas) com o(s) seu(s) desafeto(s) e travou com ele(s) um embate espiritual.

4) Obsessão recíproca: uma mulher que em várias encarnações ela e a sua sogra se alternavam como obsessora e obsediada (então sem grau de parentesco) e agora, na vida atual, ambas vieram encarnadas, disputando novamente o mesmo homem (que hoje veio como marido e filho, respectivamente). Não se conteve e chorou copiosamente. Aproveitando  o momento foi  sugerido  que ela perdoasse a sua sogra. Ela me respondeu: Como posso perdoar essa vagabunda? Não consigo.
Esclarecido à paciente que a única maneira de ambas cortarem o cordão energético, o laço psíquico que as unia em várias encarnações, era através da oração do perdão, da reconciliação.
Não adiantou, a paciente  disse que não estava ainda em condições de perdoá-la. Este é um exemplo de que as pessoas se unem não só pelo amor, mas também pelo ódio.

5) Auto-obsessão: Kardec, o codificador do Espiritismo, dizia: O homem não raramente é obsessor de si mesmo. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo.
 No entanto, muitos pacientes preferem jogar a culpa de seus problemas, atribuindo-os aos espíritos obsessores. São doentes da alma, obsessores de si mesmos atormentados pelos seus próprios pensamentos negativos, doentios.

6) Encarnado para encarnado: São pessoas obsediando pessoas em todas as relações humanas: Pais e filhos, irmãos, marido e mulher, sogra e nora, chefe e funcionário, etc.
Nos relacionamentos amorosos essas obsessões decorrem de um amor tirano, déspota, possessivo, ciumento, que tolhe, sufoca a liberdade do outro.
Entre pais e filhos, cria uma verdadeira simbiose parasitária, como se ambos fossem um único organismo, tal o grau de dependência mútua.
O mesmo ocorre também nos relacionamentos afetivos, onde o casal cultiva um relacionamento tóxico, doentio, destrutivo.
Nesses casos, o cônjuge exerce na vida do paciente aquilo que uma droga exerce nos viciados. É a dependência afetiva.
No trabalho, a obsessão espiritual se manifesta naquele chefe que persegue sistematicamente de todas as formas possíveis, humilhando, torturando psicologicamente o funcionário para minar, acabar com a sua auto-estima e a autoconfiança. 

quarta-feira, 18 de maio de 2011


Nicolas Camille Flammarion nasceu em Montigny- Le-Roy, França, no dia 26 de fevereiro de 1842, e desencarnado em Juvisy no mesmo país, a 3 de junho de 1925.
Flammarion em galo-romano significa “Aquele que leva a luz
O termo Galo-Romano descreve a cultura romanizada da Gália sob o controle do Império Romano. Ela foi caracterizada pela adoção ou adaptação por parte dos gauleses dos costumes e modo de vida romanos.
Nicolas Camille Flammarion foi um homem cujas obras encheram de luzes o século XIX.

Infância

    Nicolas Camille Flammarion foi o filho primogênito de um casal de comerciantes de tapeçarias que viviam em Montigni-Le-Roi, região leste da França. Veio à luz aos vinte e seis dias de fevereiro de 1842.

    Desde o nascimento os pais (especialmente a mãe) lhe reservaram um "destino intelectual". A mãe não deixava que o pequeno Nicolas brincasse com as crianças do povo. Aos quatro anos ele lia, aos quatro anos e meio escrevia, aos cinco anos iniciava os estudos de gramática e aritmética e aos seis iniciava-se na escola, onde escrevia com penas de pato.

    Os pais de Flammarion tiveram mais três filhos, Berthe Martin, Ernest e Marie Valliant. Ernest Flammarion tornou-se dono de uma livraria e editora que publicou (e ainda publica) algumas das obras do irmão. A família parece ter-se envolvido no projeto dos pais, visto que no centenário da publicação do seu laureado "Astronomia Popular", a editora de Ernest Flammarion lançou a público uma edição comemorativa.

    Etienne-Jules, pai de Flammarion, era cético em assuntos de religião, mas sua mãe, Françoise Lomou era católica praticante e levava os filhos todos os domingos à igreja. Ela acreditava que o filho pudesse se dedicar à vida eclesiástica. Certa feita, Etienne Jules trouxe a seu filho um livro de Cosmografia que o pequeno copiou, especialmente os sistemas de Ptolomeu, Copérnico e Tycho-Brahe.


    Aos nove anos de idade, Flammarion iniciou seus estudos de latim. Realizou seus estudos clássicos na cidade de Langres, em uma escola católica que foi responsável por seus sólidos conhecimentos em humanidades.

Queixava-se constantemente que o tempo não lhe deixava fazer um décimo daquilo que planejava. Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já dominava rudimentos de gramática e aritmética.
Tornou- se o primeiro aluno da escola onde frequentava.
Seu interesse pelos livros veio desde os tenros anos da infância. Aos oito anos Flammarion já possuía uma biblioteca de 50 volumes.
Para que ele seguisse a carreira eclesiástica, puseram-no a aprender latim com o vigário Lassalle. Aí Flammarion conheceu o Novo Testamento e a Oratória.
Em pouco tempo estava lendo os discursos de Massilon e Bonsuet.
O padre Mirbel falou da beleza da ciência e da grandeza da Astronomia e mal sabia que um de seus auxiliares lhe bebia as palavras. Esse auxiliar era Camille Flammarion.
Nas aulas de religião era ensinado que uma só coisa é necessária: "a salvação da alma", e os mestres falavam: "De que serve ao homem conquistar o Universo se acaba perdendo a alma?".



Flammarion passou por sérias dificuldades financeiras:

Após uma epidemia de cólera, seus pais passaram dificuldades financeiras e seu pai foi obrigado a entregar tudo aos credores e se mudaram para Paris. Flammarion mudou-se em setembro de 1856, então com quatorze anos de idade.
Para se manter ele trabalhou como auxiliar de gravador recebendo como pagamento casa e comida.
Comia pouco e mal, dormia numa cama dura, sem o menor conforto.
O trabalho era áspero e o patrão exigia que tudo fosse feito com rapidez.
Pretendia completar seus estudos, principalmente a matemática, a língua inglesa e o latim.
Passou a estudar na Associação Politécnica de Paris em cursos gratuitos.
Queria obter o bacharelado e por isso estudava sozinho à noite. Deitava-se tarde e nem sempre tinha vela. Escrevia ao clarão da lua e considerava-se feliz. Apesar de estudar à noite, trabalhava de 15 a 16 horas por dia. Ingressou na Escola de desenho dos frades da Igreja de São Roque, a qual freqüentava todas as quintas-feiras. Naturalmente tinha os domingos livres e tratou de ocupá-los. Nesse dia assistia as conferências feitas pelo abade sobre Astronomia. Em seguida tratou de difundir as associações dos alunos de desenho dos frades de São Roque, todos eles aprendizes residentes nas vizinhanças. Seu objetivo era tratar de ciências, literatura e desenho, o que era um programa um tanto ambicioso.
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Aos 16 anos de idade, Camille Flammarion foi presidente da Academia, a qual, ao ser inaugurada, teve como discurso de abertura o tema "As Maravilhas da Natureza". Nessa mesma época escreveu "Cosmogonia Universal", um livro de quinhentas páginas; o irmão, também muito seu amigo, tomou-se livreiro e publicava-lhe os livros.
A primeira obra que escreveu foi "O Mundo antes da Aparição dos Homens", o que fez quando tinha apenas 16 anos de idade. Gostava mais da Astronomia do que da Geologia. Assim era sua vida: passar mal, estudar demais, trabalhar em exagero.
Um domingo desmaiou no decorrer da missa, por sinal, um desmaio muito providencial.
O doutor Edouvard Fornié foi ver o doente. Em cima da sua cabeceira estava um manuscrito do livro "Cosmogonia Universal". Após ver a obra, achou que Camille merecia posição melhor. Prometeu-lhe, então, colocá-lo no Observatório de Paris como aluno de Astronomia. Entrando para o Observatório, do qual era diretor Le Vèrrier, muito sofreu com as impertinências e perseguições desse diretor, que não podia conceber a idéia de um rapazola acompanhá-lo em estudos de ordem tão transcendental.
Retirando-se em 1862 do Observatório de Paris, continuou com mais liberdade os seus estudos, no sentido de legar à Humanidade os mais belos ensinamentos sobre as regiões silenciosas do Infinito. Livre da atmosfera sufocante do Observatório, publicou no mesmo ano a sua obra "Pluralidade dos Mundos Habitados", atraindo a atenção de todo o mundo estudioso.

 
 
 
Para conhecer a direção das correntes aéreas, realizou, no ano de 1868, algumas ascensões aerostáticas.
Em 1870 escreveu e publicou um tratado sobre a rotação dos corpos celestes, através do qual demonstrou que o movimento de rotação dos planetas é uma aplicação da gravidade às suas densidades respectivas. Tornando-se espírita convicto, foi amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, tendo sido o orador designado para proferir as últimas palavras à beira do túmulo do Codificador do Espiritismo, a quem denominou "O Bom Senso Encarnado".
Em 1878, publica um catálogo de estrelas duplas visuais que foi, por muitos anos, considerado o melhor do mundo.
Em 1882 funda a revista L´Astronomie que é editada até hoje e que provocaria o surgimento do Boletim Astronômico do Observatório de Paris. 

Julho de 1925

Seus livros repletos de ciência, filosofia e poesia granjearam a admiração em todo o mundo. 
É nesta época que recebe de um septuagenário de Bordeaux, a doação de uma imensa propriedade onde após dois anos de obras, instala o seu Observatório de Juvisy.

Observatório Flammarion de Juvisy
Interior do Observatório Flammarion de Juvisy
Observando os astros
O Observatório de Juvisy foi fundado por Flammarion em 1883, onde passou a realizar seus trabalhos nas áreas de astronomia, climatologia e meteorologia. Ele é visto pelos astrônomos contemporâneos como um astrônomo amador que realizou um trabalho de vulgarização da astronomia (no seu sentido de divulgação, e não no pejorativo de banalização) Esta qualificação possivelmente se deve ao fato de ele não fazer parte de nenhuma academia ou centro de pesquisa oficial, mas, certamente, não se pode qualificá-lo de amador por não publicar seus trabalhos regularmente em periódicos científicos.
Em 1896 descobriu o chamado "Ciclo de Flammarion", período de 54 anos no qual se repetem nas mesmas regiões da Terra os eclipses do Sol.

Premiações:

Pela publicação de sua "Astronomia Popular", recebeu da Academia Francesa, no ano de 1880, o Prêmio Montyon, por seu livro "Astronomia Popular", traduzido em todas as línguas.
Uma das primeiras personalidades a visitá-lo foi o Imperador do Brasil, D. Pedro II que em 29 de julho de 1887, inaugura, com uma observação de Vênus, a grande luneta de 25 cm de diâmetro. Nessa ocasião nosso Imperador plantou um pinheiro nos jardins de Juvisy e concedeu ao ilustre astrônomo a comenda da "Ordem da Rosa". Um monumento alusivo à visita foi inaugurado mais tarde.

D. Pedro II

Ordem da Rosa
Outros títulos e honrarias lhe são concedidos pelos governos da Espanha e Romênia, dentre os quais, nas suas memórias, Flammarion enumera o prêmio "Ruban Violet" de oficial da instrução pública, a "Grande Ordem da Cruz de Isabella Católica" e a "Cruz da Grande Ordem de Carlos III", oferecidos pelo governo espanhol.


Cruz da Grande Ordem de Carlos III

Grande Ordem da Cruz de Isabella Católica


Sociedade Astronômica da França.

Plaquette du centenaire de Camille Flammarion
Em 28 de janeiro de 1887 reúne em sua residência vários astrônomos, amigos da ciência e colaboradores para criar a Sociedade Astronômica da França com o objetivo de "difundir as Ciências do Universo e fazer os amadores participarem do seu progresso", que continua vigente até os dias de hoje.

D. Pedro II é um dos primeiros membros fundadores (nº 85), bem como o "Pai da Aviação" e astrônomo amador, Alberto Santos Dumont. Milhares de astrônomos profissionais e amadores de todo o mundo voltado aos mesmos ideais de contemplar, observar e estudar o céu fazem parte da Sociedade.

 Entre outras honrarias e prêmios, a Sociedade concede anualmente a "Plaquette du centenaire de Camille Flammarion", que é uma medalha de prata e o prêmio "Gabrielle et Camille Flammarion" para trabalhos e pesquisadores que se destacam.



Suas obras, de uma forma geral, giram em torno do postulado espírita da pluralidade dos mundos habitados e são as seguintes:
 
"Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais", "As Maravilhas Celestes", "Deus na Natureza", "Contemplações Científicas", "Estudos e Leitura sobre Astronomia", "Atmosfera", "Astronomia Popular", "Descrição Geral do Céu", "O Mundo antes da Criação do Homem", "Os Cometas", "As Casas Mal-Assombradas", "Narrações do Infinito", "Sonhos Estelares", "Urânia", "Estela", "O Desconhecido", "A Morte e seus Mistérios", "Problemas Psíquicos", "O Fim do Mundo" e outras.

Camille Flammarion, segundo Gabriel Delanne, foi um filósofo enxertado em sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte. Flammarion -"poeta dos Céus", como o denominava Michelet - tornou-se baluarte do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador.


Mais sobre Camille Flammarion       


Camille Flammarion - o explorador e o revelador dos céus - foi quem popularizou a Astronomia. Suas obras foram traduzidas em quase todas as línguas, existindo, também, na França, centenas de Grupos Espíritas, que levam o seu nome.
No Brasil, onde sua figura, como espírita e astrônomo, é bastante conhecida, três observatórios o homenagearam com o seu nome:  Observatório Astronômico Camille Flammarion localizado na cidade de Matias Barbosa (MG), fundado por Nelson Alberto Soares Travnik, Fausto Andrade e Rui Alves, em 6 de março de 1954;  Observatório Popular Flammarion de Fortaleza (CE), fundado pelo astrônomo e escritor Rubens de Azevedo em 1947 e o Observatório Camille Flammarion de Vitória (ES), fundado pelo astrônomo Walace F. Neves.
Como não poderia deixar de ser, mais tarde Flammarion teve seu nome perpetuado em uma cratera lunar.
Camille Flammarion, foi sem dúvida alguma, um desses espíritos que, de quando em vez, reencarnam em nosso orbe, a fim de auxiliar seus irmãos em experiência a darem mais um passo rumo ao infinito.


Mas, no seu caso, temos mais alguma coisa a acrescentar: ele fazia parte, também, do mesmo grupo de espíritos a que integrava Allan Kardec e, por isso, sua vinda à Terra se deu à mesma época em que viera o mestre lionês, a fim de tomar parte, aqui, da equipe da Terceira Revelação liderada por ele, desempenhando tarefa definida no campo da astronomia. Eis porque no seu trabalho, notadamente no que versa sobre a Uranografia Geral, procurou demonstrar que Deus não criou mundos somente para servir de habitat a outras criaturas que passam por eles, na trajetória infinita de sua evolução.
Na beira do túmulo de Kardec, quando o mestre baixava à sepultura, Flammarion proferiu o célebre discurso, que está inserido no livro "Obras Póstumas", exaltando a figura incomparável daquele que legara à posteridade a consoladora Doutrina ditada pelos Espíritos, pronunciando, na oportunidade, a conhecida frase: "Ele, porém, era o que eu denominarei simplesmente O BOM SENSO ENCARNADO".
                          
Primeiros Contatos de Camille Flammarion com o Espiritismo.

Camille Flammarion, diariamente, ao retornar ao domicílio de seus parentes, passava pelo Odéon e, como os demais bibliógrafos e pesquisadores, detinha-se nas galerias desse teatro para folhear as publicações mais em evidência. Num dia de novembro de 1861, abrindo uma delas, seus olhos incidiram sobre uma página que ostentava o título "Pluralidade dos Mundos". "Ora, precisamente nessa época" - diz-nos Flammarion - "eu trabalhava numa obra referente a tal assunto, que seria lançada no ano seguinte". A publicação por ele aberta era "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. O que mais o intrigou é que a origem das informações esta atribuída a espíritos, o que ele resolveu verificar.
Refeito da surpresa, levou o volume e leu-o com a sofreguidão de sempre, característica de sua imensa sede de conhecimento, 
Procurou Allan Kardec e passou a assistir as reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, onde exercitava-se semanalmente na "escrita automática" juntamente com outros médiuns, entre eles, o jovem Theóphile Gautier. Na Sociedade ele obteve diversas mensagens assinadas por Galileu, algumas das quais Kardec inseriu em "A Gênese".
Pouco tempo depois, o mestre, o  convidou a ingressar na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, como "Membro Associado Livre". Flammarion declara, sem esconder sua justa satisfação, que o respectivo documento de inscrição, datado de 15 de novembro de 1861, fora assinado pelo próprio Presidente, Allan Kardec.
Flammarion frequentou, também, as sessões de uma médium de efeitos físicos, Mme. Huet, onde também iam pessoas famosas como Victorien Sardou e o livreiro Didier. Em suas memórias ele registra que viu a mesa erguer-se inteiramente, sem causa aparente. Observou ditados que "não podem ser explicados por atos voluntários das pessoas presentes". (FLAMMARION, 1911. p. 225).
Outro grupo importante com que o jovem Flammarion parece ter tido contato, por via literária e pessoalmente, é o grupo de Victor Hugo.
Suas publicações foram sendo resenhadas por Kardec na "Revue", geralmente bem acolhidas e elogiadas por ele. A impressão que Flammarion transmite ao leitor em sua biografia é a de uma certa predileção de Kardec por ele. Na página 239 de suas Memórias ele transcreve uma carta de um espírita que houvera assistido a uma das conferências do codificador em Bordeaux onde Kardec teria feito elogios públicos a um jovem de pouco mais de dezoito anos (que seria ele próprio).

Dúvidas com Relação à sua Própria Mediunidade

Após algum tempo, que Flammarion não precisa bem em seus registros, ele passa a ter dúvidas acerca da própria mediunidade e dos fenômenos de escrita automática. Esta dúvida o perseguiria durante toda a sua vida. O que nos aparenta, dada a leitura de suas publicações, não é que o astrônomo francês houvesse negado a existência dos espíritos e a sua comunicabilidade, mas suas dúvidas diziam respeito à identificação entre comunicações predominantemente anímicas das comunicações mediúnicas.
"Eu não demorei a observar que as nossas comunicações mediúnicas [3] refletiam simplesmente nossas idéias pessoais, e que Galileu por mim, e que os habitantes de Júpiter por Sardou, são estranhos a estas produções inconscientes dos nossos espíritos" (FLAMMARION, 1923).
Durante a época em que redigia suas memórias, Flammarion se apresenta como uma pessoa ressentida com o movimento espírita da época, especialmente com os que adotam a postura de crédulos e que parece terem se voltado contra suas idéias de parcimônia científica para com as pesquisas espíritas. Mesmo assim, ele admite a existência de "
forças desconhecidas e faculdades da alma ainda inexplicadas". (FLAMMARION, 1911. p. 225).
"
Há espíritas de uma fé cega, que estão certos de estar em comunicação com os espíritos. Não há argumentação entre eles. Estes não me perdoam de não partilhar de forma alguma de suas certezas, que se tornam crenças religiosas em suas casas. Mas há entre estes, outros que compreendem que apenas o método científico nos pode conduzir ao conhecimento da verdade. Estes se tornaram meus amigos" (FLAMMARION, 1911. p. 239).
Em algumas de suas publicações persegue tão tenazmente as hipóteses anímicas que deixa a impressão de estar negando a existência do espírito.
Léon Denis, segundo a pena dedicada de Zêus Wantuil, tece alguns comentários que transcrevemos abaixo:
"E também Camille Flammarion teve suas horas de incertezas. Nos fizeram notar que na última edição do seu livro - As Forças Naturais Desconhecidas - publicada em 1917, mostra uma tendência a explicar todos os fenômenos apenas pela exteriorização do médium". (DENIS, 1918. p. 135).
Carlos Imbassahy (1951, p. 111-112) considera que Flammarion eleva a ciência a uma posição ímpar, procurando com seus métodos equacionar as questões do espírito.
"Ora, Flammarion é um simples cientista, que só no último quartel de suas experiências admitiu a comunicabilidade dos mortos. Não se trata, nunca se tratou de um doutrinador. A Ciência para ele era tudo. A certeza de que o fenômeno psíquico era devido à alma dos defuntos custou-lhe uma existência de trabalhos, de lutas, de verdadeira violência às suas antigas convicções. (...) Não se lhe podia pedir muito, nem pedir mais."
Apesar destes "senões", Flammarion, após uma vida de estudos psíquicos, não deixa dúvidas quanto à sua convicção, baseada em fatos, na sobrevivência e personalidade da alma humana. O astrônomo francês é enfático em sua defesa da imortalidade do espírito em "A Morte e Seu Mistério", do qual transcrevemos o seguinte parágrafo:
"
Esses fatos, devidamente comprovados, provam que a morte não existe, que é apenas uma evolução, sobrevivendo o ente humano a essa hora suprema, a qual não é de modo nenhum a última hora. Mors janua vitæ: a morte é a porta da vida. O corpo é somente um vestuário orgânico do espírito; ele passa, muda, desagrega-se: o espírito permanece. (...) (FLAMMARION, 1922c. p. 323)
Em sua publicação mais próxima da desencarnação[4] , o livro "As Casas Mal Assombradas", Flammarion sustenta uma polêmica com autores franceses que resistem à idéia da imortalidade da alma, marcando, sem deixar dúvidas, a sua posição.
"
Se o Universo é um dinamismo, se o Cosmos bem justifica seu nome (ordem), se o mundo desconhecido é mais importante que o conhecido, se há forças inteligentes e seres invisíveis, devemos preferir ao negativismo de Naquet, Berthelot, Le Dantec, Littré, Cabanis, Lalande, Voltaire, às convicções de Hugo, Pasteur, Ampère, G"the, Euler, Pascal, Newton, espiritualistas, de vez que estes atravessam a crosta das aparências e descobrem, na análise das coisas, o dinamismos invisível, fundamental." (FLAMMARION, 1923. p. 320)
O próprio Léon Denis, quando convidado por Jean Meyer para ser presidente do III Congresso Espírita Internacional (Paris-1925), recusou, tendo como certo que Flammarion o seria. Foi necessário que o espírito Jerônimo lhe dissesse, sem explicar, que ele não estaria lá. Flammarion certamente estaria, se não fosse colhido pela visita da morte.
Há que se compreender, nos dias de hoje, as pressões pelas quais Flammarion não deve ter passado, seja no meio científico, seja no meio espírita. Ainda nos dias de hoje procuram descaracterizar ou desvalorizar sua obra espírita. Veja o lamentável comentário de Pierre Grimal, que se intitula professor da Sorbonne:
"...Dedicou igualmente vários trabalhos aos delicados problemas atinentes à vida e ao destino humanos, mas sua obra neste campo carece muitas vezes do rigor científico indispensável." (GRIMAL, 1969. p. 533)


Questões Religiosas e o Discurso no Túmulo de Kardec

Durante seus estudos clássicos, Flammarion foi introduzido ao pensamento cristão, sob a ótica do Catolicismo. Em suas memórias ele indica as reservas que foi fazendo aos dogmas da Igreja. Servindo-se da razão, ele questiona o pecado original, o mito de Adão, a idéia de redenção e a descendência davídica de Jesus ante o episódio da concepção. Com este espírito crítico, ele não poderia seguir a carreira eclesiástica, como desejava sua mãe, sem graves conflitos.
A posição que Flammarion guardou, com relação às idéias religiosas, para o resto da vida, foi de reserva. Quanto ao Catolicismo, ele rejeitava o posicionamento teológico dogmático, mas reconhecia um valor afetivo e moral, bem como o papel da filantropia para a sociedade.
As idéias positivistas, especialmente as referentes ao conceito e papel da ciência no conhecimento, marcaram seu espírito. O empirismo de braços dados com a razão, a construção das teorias a partir da observação dos fatos, o questionamento de qualquer sistema calcado em postulados apriorísticos e o uso da matemática na análise dos fenômenos são uma constante na construção do seu pensamento, seja nas pesquisas astronômicas, seja nas pesquisas psíquicas.
Com estas "marcas", Flammarion adotou uma postura reservada na análise dos fenômenos espíritas.
Quando proferiu seu
discurso no túmulo de Kardec, ele reconheceu o trabalho do codificador, considera-o "o bom-senso encarnado", mas propôs-se a desenvolver o aspecto científico do Espiritismo.

"
Conforme o seu próprio organizador previu, esse estudo, que foi lento e difícil, tem que entrar agora num período científico. Os fenômenos físicos, sobre os quais a princípio não se insistia, hão de tornar-se objeto da crítica experimental, a que devemos a glória dos progressos modernos e as maravilhas da eletricidade e do vapor. (...) Porque, meus Senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, da qual apenas conhecemos o a, b, c. Passou o tempo dos dogmas." (FLAMMARION, 1869)

Uma curiosidade que encontramos na Revista Espírita foi que o discurso impresso nas Obras Póstumas e no volume de 1869 traduzido por Júlio Abreu Filho é apenas um excerto do discurso original, que teria sido publicado em forma de uma brochura de 24 páginas.
Na suas memórias Flammarion afirma ter sido convidado a presidir a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, mas tê-lo declinado. Ele se explica da seguinte forma:

"
O comitê me ofereceu suceder a Allan Kardec como presidente da Sociedade Espírita. Eu recusei, dizendo que nove décimos dos seus discípulos continuariam a ver, durante muito tempo ainda, uma religião mais que uma ciência, e que a identidade dos "espíritos" estava longe ainda de ser provada." (FLAMMARION, 1911. p. 498)

Esta citação, mas principalmente a que é transcrita abaixo, mostram como se discutia o caráter religioso do Espiritismo à época de Kardec. Neste primeiro momento Flammarion usa do termo religião para caracterizar "crença", com um tom crítico devido ao tema isolado da identificação dos espíritos. Entretanto, havia uma pretensão de se constituir uma religião a partir de conhecimentos demonstrados pela ciência. Kardec rejeitava a idéia de culto organizado, hierarquias, etc. comumente atreladas ao conceito de religião. Mas, possivelmente, compartilharia com Flammarion a idéia abaixo:

"
A existência do Espírito na Natureza, nas leis do cosmos, no homem, nos animais, nas plantas é manifesta. Ela deve bastar para estabelecer a religião natural. E tal religião será incomparavelmente mais sólida que todas as formas dogmáticas. Os princípios da justiça se impõem com a mesma autoridade, e Confucius, assim como Platão e Marco Aurélio, antecipam a base desta religião." (FLAMMARION, 1911. p. 99)

Finalizando:

Dos colaboradores de Kardec, Camille Flammarion foi o que mais valorizou a construção do conhecimento espírita a partir da metodologia empírica e positivista. Como conseqüência desta sua postura ele passou anos de sua vida buscando fatos, sobre os quais construiu a convicção na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos espíritos e na existência de faculdades extra-sensoriais nos homens, o que frutificou-se na Metapsíquica de Richet e posteriormente na Parapsicologia de Rhine.
Esta sua visão de ciência e as suspeitas que passou a ter para com os aspectos filosóficos e religiosos do Espiritismo não o tornaram, contudo, um iconoclasta, aos moldes de alguns críticos contemporâneos do aspecto religioso do Espiritismo. Suspeitando do método de Kardec, Flammarion lançou-se ao estudo continuado da fenomenologia espírita, oferecendo-nos, quando desencarnou, uma obra que tornou mais sólidas as bases científicas da doutrina espírita. Quem sabe estes últimos não possam ter suas idéias arejadas pelo pioneirismo do astrônomo francês e redirecionar suas ações em uma cruzada de construção e consolidação.
Crítico dos sistemas religiosos e das verdades misteriosas bastante difundidos em sua época, Flammarion se rendia ao espírito religioso e à construção de uma religião natural, sem dogmas, sem mistérios e sem sobrenatural, como o pensava Allan Kardec.
A obra espírita de Flammarion sustentou e alimentou diversas gerações de espíritas em nosso país, foi uma fonte importante nas discussões que o movimento espírita brasileiro teve de sustentar com diversos segmentos científicos e políticos de nossa sociedade para manter o direito constitucional de existir. 
É fundamental que a geração nova, que vem adquirindo as bases do conhecimento espírita nas muitas mocidades e juventudes de nosso país, assim como aos muitos grupos e reuniões de estudo sistematizado do Espiritismo que não olvidasse a obra deste cientista espírita.
Saudamos com estas poucas linhas a memória e a obra do mais polêmico dos espíritas franceses contemporâneos de Kardec.

Desencarne:
Camille Flammarion partiu da vida para a história nos braços da esposa Gabrielle, na Biblioteca do Observatório na tarde do dia 3 de junho de 1925.

Na manhã ensolarada desse dia, com a esposa a visitar os jardins do Observatório, onde a vida irradiava nas flores e nos cantos dos pássaros, disse: "Que mistério é a vida, que mistério é a morte..."
Flammarion foi enterrado nos jardins do Observatório de Juvisy.
Todos os anos na data do seu desencarne, membros da Sociedade Astronômica da França reúnem-se à volta de seu túmulo para reverenciar sua memória e os ensinamentos legados a todos os que cultuam a ciência do céu. Flammarion é sem dúvida alguma o astrônomo que mais despertou mentalidades voltadas a Astronomia.


Túmulo de Flammarion



   


Túmulo de Kardec
Discurso de Camille Flammarion proferido
no túmulo de Allan Kardec

Depois que o Sr. Vice-Presidente da Sociedade, na tumba do mestre, fez a prece pelos mortos e, em nome da Sociedade testemunhou os sentimentos de pesar que acompanham o Sr. Allan Kardec à sua partida desta vida, o Sr. Camille Flammarion pronunciou o discurso que vamos reproduzir em parte.  De pé numa elevação, de onde dominava a assembléia, o Sr. Flammarion foi ouvido por todos e afirmou publicamente a realidade dos fatos espíritas, seu interesse geral na Ciência e sua importância futura.  Esse discurso não é apenas um esboço do caráter do Sr. Allan Kardec e do papel de seus trabalhos no movimento contemporâneo, mas ainda, e, sobretudo, uma exposição da situação atual das Ciências Físicas, do ponto de vista do mundo in­visível, das forças naturais desconhecidas, da existência da alma e de sua indestrutibilidade.   

Senhores, 
"Submetendo-me, com deferência, no convite simpático dos amigos do pensador laborioso, cujo corpo terreno jaz agora aos nossos pés, lembro-me de um dia sombrio de dezembro de 1865. Eu pronunciava então as supremas palavras de adeus sobre o túmulo do fundador da Livraria Acadêmica, o honrado Didier, que foi, como editor, o colaborador convicto de Allan Kardec na publicação das obras fundamentais de uma doutrina que lhe era cara, e que morreu também subitamente, como se o céu tivesse querido poupar a esses dois espíritos íntegros o embaraço filosófico de sair desta vida por um caminho diferente do comum. A mesma reflexão se aplica a morte do nosso antigo colega Jobard, de Bruxelas. 
"Hoje minha tarefa é ainda maior, porque eu desejaria poder representar ao pensamento dos que me escutam, e ao de milhões de homens que, na Europa inteira e no novo mundo, se ocuparam do problema ainda misterioso dos fenômenos ditos espíritas; desejaria, digo eu, poder representar-lhes o interesse científico e o futuro filosófico do estudo desses fenômenos (a que se entregaram, como ninguém ignora, homens eminentes entre os contemporâneos).  Gostaria de lhes fazer entrever que horizontes desconhecidos verá o pensamento humano abrir-se à sua frente, à medida que estender o seu conhecimento positivo das forças naturais em ação em torno de nós; mostrar-lhes que tais constatações são o antídoto mais eficaz da lepra do ateísmo, que parece atacar particularmente a nossa época de transição, e, enfim, aqui testemunhar publicamente o eminente serviço que o autor do Livro dos Espíritos prestou à Filosofia, chamando a atenção e a discussão para fatos que, até agora, pertenciam ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas. 
"Com efeito, seria um ato importante aqui estabelecer, diante deste túmulo eloqüente, que o exame metódico dos fenômenos, erradamente chamados sobrenaturais, longe de renovar o espírito supersticioso e de enfraquecer a energia da razão, ao contrário, afasta os erros e as ilusões da ignorância e serve melhor ao progresso que a negação ilegítima dos que não se querem dar ao trabalho de ver. 
Mas não é aqui o lugar para abrir a arena à discussão irreverente. Deixemos apenas descer de nossos pensamentos, sobre a face impassível do homem deitado à nossa frente, testemunhos de afeição e sentimentos de pesar, que fiquem, em sua volta e à volta do seu túmulo como um bálsamo do coração!  E desde que sabemos que sua alma eterna sobrevive a esses despojos mortais, como lhes preexistiu; desde que sabemos que laços indestrutíveis ligam nosso mundo visível ao mundo invisível; desde que esta alma existe hoje tão bem como há três dias, e que não é impossível achar-se atualmente à minha frente, digamos-lhe que não quisemos ver apagar-se a sua imagem corporal e encerrá-la em seu sepulcro, sem honrar unanimemente os seus trabalhos e a sua memória, sem pagar um tributo de reconhecimento à sua encarnação terrestre, tão utilmente e tão dignamente realizada. 
"De início, traçarei em rápido esboço as linhas principais de sua carreira literária. 
"Morto aos sessenta e cinco anos, Allan Kardec havia consagrado a primeira parte de sua vida a escrever obras clássicas, destinadas sobretudo ao uso dos instrutores da mocidade. Quando, lá por 1850, as manifestações, em aparência novas, das mesas girantes, das batidas sem causa ostensiva, dos movimentos insólitos de objetos e de móveis, começaram a atrair a atenção pública e, mesmo, provocaram em imaginações aventurosas uma espécie de febre, devida à novidade dessas experiências, Allan Kardec, estudando ao mesmo tempo o magnetismo e seus estranhos efeitos, seguiu com a maior paciência e uma judiciosa clarividência as experiências e as tentativas tão numerosas, então feitas em Paris. Recolheu e pôs em ordem os resultados obtidos nessa longa observação, e com eles compôs o corpo de doutrina publicado em 1857, na primeira edição do Livro dos Espíritos. Todos sabeis que sucesso acolheu esta obra, na França e no estrangeiro. 
"Atingindo hoje sua décima - sexta edição, ele espalhou em todas as classes esse corpo de doutrina elementar, que não é novo em sua essência, de vez que a escola de Pitágoras, na Grécia, e a dos Druidas, em nossa própria Gália, ensinavam os seus princípios, mas que revestia uma verdadeira forma de atualidade, por sua correspondência com os fenômenos.
"Depois desta primeira obra apareceram, sucessivamente: o Livro dos Médiuns, ou Espiritismo Experimental; Que é o Espiritismo? resumo sob a forma de perguntas e respostas; O Evangelho Segundo o Espiritismo; O Céu e o Inferno; A Gênese; e a morte veio surpreendê-lo no momento em que, em sua atividade infatigável, trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo. 
"Pela Revista Espírita e a Sociedade de Paris, da qual era presidente, ele se havia, de certo modo, constituído em centro para onde tudo convergia, o traço de união de todos os investigadores.  Há alguns meses, sentindo próximo o seu fim, preparou as condições de vitalidade desses mesmos estudos após a sua morte, e estabeleceu a Comissão Central que o sucede. 
"Despertou rivalidades; fez escola sob uma forma um tanto pessoal; existe ainda alguma divisão entre os "espiritualistas" e os "espíritas".  De agora em diante, senhores (tal é, pelo menos, o voto dos amigos da verdade), devemos estar todos reunidos por uma solidariedade confraternal, pelos mesmos esforços para a elucidação do problema, pelo desejo geral e impessoal da verdade e do bem. 
"Quantos corações foram consolados, de início, por esta crença religiosa!  Quantas lágrimas foram enxutas!  Quantas consciências abertas aos raios da beleza espiritual!  Nem todos são felizes aqui na Terra.  Muitas afeições foram destruídas!  Mui­tas almas foram adormecidas pelo ceticismo.  Não será nada haver trazido ao Espiritualismo tantos seres que flutuavam na dúvida e que não mais amavam a vida física nem a intelectual? 
"Allan Kardec era o que eu chamarei simplesmente "o bom senso encarnado."  Raciocínio reto e judicioso, aplicava, sem esquecer, à sua obra permanente as indicações íntimas do senso comum.  Aí não estava uma qualidade menor, na ordem das coisas que nos ocupam. Era - pode-se afirmar - a primeira de todas e a mais preciosa, sem a qual a obra não poderia tornar-se popular, nem lançar no mundo as suas raízes imensas.  
Em maioria, aqueles que se entregaram a esses estudos lembraram-se de ter sido, na mocidade ou em certas circunstâncias especiais, testemunhas de manifestações inexplicadas; há poucas famílias que não tenham observado em sua história aconteci­mentos desta ordem. O primeiro ponto era aplicar a esses fatos o raciocínio firme do simples bom-senso e examiná-los segundo os princípios de método positivo. 
"Como o próprio organizador deste estudo demorado e difícil previra, esta doutrina, até então filosófica, deve entrar ago­ra em seu período científico.  Os fenômenos físicos, sobre os quais não se insistiu de começo, devem tornar-se objeto da crítica experimental, sem a qual nenhuma constatação séria é possível.  Este método experimental, ao qual devemos a glória do progresso moderno e as maravilhas da eletricidade e do vapor, deve colher os fenômenos de ordem ainda misteriosa, a que assistimos, dissecá-los, medi-los, defini-los. 
"Porque, senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, da qual apenas conhecemos o abecê.  O tempo dos dogmas terminou.  A Natureza abarca o Universo.  O próprio Deus, que outrora foi feito à imagem do homem, não pode ser considerado pela Metafísica moderna senão como um espírito na Natureza. O sobrenatural não existe. As manifestações obtidas através dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo. são de ordem natural e devem ser severamente submetidas ao controle da experiência.  Não há mais milagres.  Assistimos à aurora de uma Ciência desconhecida.  Quem poderá prever a que conseqüências conduzirá, no mundo do pensamento, o estudo positivo desta Psicologia nova? 
"De agora em diante a Ciência rege o mundo. E, senhores, não será estranho a este discurso fúnebre notar sua obra atual e as induções novas que ela nos descobre, precisamente do ponto de vista de nossas pesquisas." 
Aqui o Sr. Flammarion entra na parte científica de seu discurso.  Expõe o estado atual da Astronomia e o da Física, desenvolvendo particularmente as descobertas relativas à recente análise do espectro solar.  Destas descobertas resulta que não vemos quase nada do que se passa em torno de nós na Natureza.  Os raios caloríficos que evaporam a água formam as nuvens, causam os ventos, as correntes, organizam a vida do globo, são invisíveis para a nossa retina.  Os raios químicos que regem os movimentos das plantas e as transformações químicas do mundo inorgânico são igualmente invisíveis.  A Ciência contemporânea autoriza, pois, os pontos de vista revelados pelo Espiritismo e nos abre, por sua vez, um mundo invisível real, cujo conhecimento só pode esclarecer-nos quanto ao modo de produção dos fenômenos espíritas. 
A seguir, o jovem astrônomo apresentou o quadro das metamorfoses, do qual resulta que a existência e a Imortalidade da alma se revelam pelas mesmas leis da vida. 
................................................................................................................................ 
Após a exposição científica, assim terminou ele: 
"Aquele cuja visão é limitada pelo orgulho ou pelo preconceito e não compreendem esses desejos ansiosos de nossos pensamentos, ávidos de conhecimentos, que atirem sobre tal gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema! Nós erguemos mais alto as nossas contemplações!...  Tu foste o primeiro, ó mestre e amigo! tu foste o primeiro que, desde o começo de minha carreira astronômica, testemunhou uma viva simpatia por minhas deduções relativas à existência das Humanidades Celestes; porque, tomando nas mãos o livro Pluralidade dos mundos habitados, puseste-o a seguir na base do edifício doutrinário que sonhaste.  Muitas vezes nos entretínhamos, juntos, sobre esta vida celeste tão misteriosa. Agora, ó alma! sabes por uma visão direta em que consiste essa vida espiritual, à qual todos retornaremos, e que esquecemos durante esta existência. 
"Agora voltaste a esse mundo de onde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrenos. Teu invólucro dorme aos nossos pés, teu cérebro está extinto, teus olhos estão fechados para não mais se abrirem, tua palavra não mais será ouvida!... Sabemos que todos nós chegaremos a esse último sono, à mesma inércia, à mesma poeira. Mas não é neste envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança.  O corpo cai, a alma fica e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor. E, no céu imenso, onde se exercitarão as nossas mais poderosas faculdades, continuaremos os estudos que na Terra dispunham de local muito acanhado para os conter.  Preferimos saber esta verdade, a crer que jazes por inteiro neste cadáver, e que tua alma tenha sido destruída pela cessação do jogo de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como este sol brilhante é a luz da Natureza. 
"Até logo, meu caro Allan Kardec, até logo."


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