sexta-feira, 23 de abril de 2010

Os apóstolos de Jesus

Saiba quem foram e qual rumo tomaram, após a crucificação,
os homens que seguiram Jesus de perto
João, o Batista, foi quem iniciou as pregações antes do Messias prometido, para preparar-lhe o caminho, de acordo com as profecias antigas e conforme o próprio Jesus. Primo de Jesus, nascendo seis meses antes, filho na velhice de Zacarias e Isabel. Tornou-se profeta na Judéia, alimentando-se de gafanhotos e mel silvestres e vestindo-se de peles.
Pregava no deserto a eminente vinda do Messias prometido e incitava o povo ao arrependimento dos erros e a conversão para uma nova vida, que era iniciada por um ritual de mergulho nas águas do rio Jordão, que ficou conhecido como batismo pelas águas. Foi com o batismo realizado por João e com o reconhecimento de que Jesus era o Messias prometido, que o mestre nazareno começou a sua vida pública, que durou 3 anos até a sua crucificação.
João foi preso por Herodes Antipas, rei da Galiléia, a quem havia criticado por se casar de forma ilícita com a própria cunhada, Herodíades. O rei mandou decapitá-lo para agradar a enteada, filha de Herodíades, chamada Salomé.
Jesus, após a transfiguração, descendo do monte Tabor, fala sobre João Batista em Mateus, cap. 17, versículos 10 a 13: "Os discípulos de Jesus lhe perguntaram: O que querem dizer os doutores da Lei, quando falam que Elias deve vir antes do Messias?". Jesus respondeu: "Elias vem para colocar tudo em ordem. Mas eu vos digo: Elias já veio, e eles não o reconheceram. Fizeram com ele tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será maltratado por eles do mesmo modo. Então, os discípulos compreenderam que Jesus falava de João Batista". Esta passagem, transcrita literalmente das escrituras, prova de um modo incontestável que João Batista era a reencarnação do profeta Elias, que tinha vivido há 900 anos atrás.

Os Apóstolos
Diferença entre apóstolo e discípulo:
Apóstolo: palavra derivada do grego, que significa enviado. Jesus escolheu doze apóstolos e os enviou para diversos lugares para pregarem a chegada da Boa Nova.
Discípulo: palavra derivada do latim, que significa aluno. Jesus chegou a ter, em uma época de sua vida, 70 discípulos, além dos doze apóstolos, para ajudá-lo.
Pedro: Irmão do apóstolo André, era um pescador no mar da Galiléia, mais precisamente na cidade de Cafarnaun. Seu nome era Simão, mas recebeu de Jesus o sobrenome de Pedro ou Cefas, que significa pedra em grego e hebraico, respectivamente. Junto com os irmãos Tiago e João Evangelista, fez parte do círculo íntimo de Jesus entre os doze, participando dos mais importantes "milagres" do Mestre sobre a Terra. Existe uma passagem peculiar nos Evangelhos, em que Pedro nega por três vezes que era apóstolo de Jesus. Quando, como Jesus predissera, o galo cantou depois da terceira negativa, Pedro verteu-se em lágrimas. É tido como fundador da Igreja Cristã em Roma, considerado pela Igreja Católica como o primeiro Papa. Depois da morte de Jesus, despontou-se como líder dos doze Apóstolos, aparecendo em destaque em todas as narrativas evangélicas. Exerceu autoridade na recém-nascida comunidade cristã, apoiando a iniciativa de Paulo de Tarso de incluir os não judeus na fé cristã, sem obrigá-los a participar dos rituais de iniciação judaica. Foi morto em Roma, no ano de 64 d.C., na perseguição feita por Nero aos cristãos, crucificado de cabeça para baixo, conforme a sua vontade, pois não se achava digno de morrer como Jesus. Seu túmulo se encontra sob a catedral de S. Pedro, no Vaticano, e é autenticado por muitos historiadores, sendo validado pelo Papa no ano de 1968.
André: Foi o primeiro dos doze a ser chamado por Jesus. Era irmão de Pedro e também pescador. Antes de seguir o Mestre, era discípulo de João Batista, que o mandou junto com um outro não identificado (talvez João Evangelista), para segui-lo. As tradições indicam que ele tenha ido a lugares distantes para pregar o Evangelho, e que tenha morrido em uma cruz em forma de X na Grécia, de onde o seu corpo foi levado para Constantinopla, tornando-se padroeiro desta cidade.
João, o Evangelista: Filho de Zebedeu e irmão de Tiago, o Maior, que junto com este e mais Pedro participaram do círculo mais íntimo junto a Jesus.
É autor do quarto evangelho, de três cartas aos cristãos em geral e do Livro do Apocalipse. O seu evangelho difere dos outros três, que são chamados de sinóticos ou semelhantes, sendo que a narrativa de João enfoca mais o aspecto espiritual de Jesus. É considerado "o discípulo amado". Era muito jovem na época da vida do Mestre, e na crucificação, foi designado por Jesus a tomar conta de Maria, demonstrando aí o quanto este confiava em João. João viveu o resto de sua vida em Éfeso, juntamente com Maria, onde teria escrito o Evangelho e as cartas. Durante o governo de Domiciano, foi exilado na ilha de Patmos, onde escreveu o Apocalipse.
Morreu em Éfeso, em idade muito avançada, tomando conta da igreja que estava nesta cidade.
Tiago, o Maior: Pescador, irmão de João, o Evangelista, filho de Zebedeu, fazia parte do círculo mais íntimo de Jesus. Após a morte deste, permaneceu em Jerusalém, junto a Pedro, sendo executado em 43 d.C., por ordem do rei Herodes Agripa, logo depois da morte de Estêvão, diácono grego e exaltado pregador cristão.
Tiago, o Menor, Filho de Alfeu, conhecido também como Zebeu, tornou-se um membro altamente respeitado da recém-nascida comunidade cristã em Jerusalém. Foi um observador da normas judaicas, defendendo que estas normas deveriam fazer parte do cristianismoAnanias.
Mateus: Também chamado de Levi, filho de Alfeu. Era publicano, ou cobrador de impostos, classe muito odiada na época de Jesus, por cobrarem impostos dos judeus para serem entregues às autoridade romanas. Escreveu o primeiro evangelho, onde dá mais ênfase ao aspecto humano e genealógico de Jesus. Pregou no norte da África depois da morte do Mestre, prosseguindo até a Etiópia, onde foi morto.
Felipe: Aparece rapidamente nos Evangelhos, não nos deixando muitas informações sobre ele. Diz-se que evangelizou na Ituréia, reunindo-se a André no mar Negro, sendo morto na Frígia, para onde seguira.
Tomé: Também chamado Dídimo ou Gêmeo, era o terceiro apóstolo em idade, depois de Pedro. Ficou famoso pelo fato de ter duvidado que Jesus tinha ressuscitado, e disse que só acreditaria vendo. Então, Jesus apareceu para ele e respondeu que muitos não iriam ver e acreditariam. Depois da crucificação, passou a pregar na Pérsia e na Índia, mas seus restos mortais são venerados na Síria.
Judas Iscariotes: Judas de Kerioth, localidade da Judéia. Dizem as tradições que este apóstolo era designado para cuidar do dinheiro comum, por ser um dos poucos instruídos. Foi enganado pelos sacerdotes que o induziram a mostrar onde estava Jesus, a troco de 30 moedas de prata, prometendo que só o prenderiam durante as festividades da Páscoa judaica. Depois que viu a crucificação de Jesus, Judas, amargamente arrependido, jogou as 30 moedas aos pés dos sacerdotes, indo se enforcar. Estes pegaram o dinheiro e compraram um terreno para servir de cemitério aos estrangeiros, sendo posteriormente chamado de Campo do Sangue.
Judas Tadeu: Também chamado Lebeu Tadeu, é um dos doze citados nominalmente por Mateus e Marcos. Contam as tradições que trabalhou na Mesopotâmia e na Pérsia.
Bartolomeu: Também chamado de Natanael no Evangelho de João, evangelizou na Armênia, junto ao Mar Negro, onde, segundo uma lenda posterior, foi esfolado vivo, vindo a morrer.
Simão, o zelote: Era chamado assim porque pertencia a uma seita chamada de "Os Zelotes, ou zeladores", que lutava para a libertação de Israel dos romanos. Seita ultra-nacionalista e não religiosa. Simão permaneceu na Palestina pregando o Evangelho.

Este artigo foi publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 36.
Ao usar o texto, favor citar o autor e a fonte.
 

 

 
 


 

domingo, 18 de abril de 2010

A natureza de Jesus

 superioridade da natureza de Jesus
1. – Os  fatos  narrados no Evangelho e que foram até aqui
considerados como miraculosos, pertencem, na maioria, à 
ordem dos fenômenos psíquicos, quer dizer, daqueles que 
têm por causa primeira as faculdades e os atributos da alma
 Aproximando-os daqueles que estão descritos e explicados 

 no capitúlo precedente,reconhece-se

sem dificuldade, que há entre 
eles identidade de causa e de efeito. 
A  história mostra-os anágolos em
todos os tempos e em todos os povos, pela 
razão que, desde que há almas encarnadas e desencarnadas, os
mesmos efeitos devem ter-se produzido. Pode-se, é verdade, contestar 
sobre este ponto a veracidade da história; mas hoje eles
se produzem sob os nossos olhos, por assim dizer, à vontade,
e por indivíduos que nada têm de excepcional. Só o fato 
da reprodução de um fenômeno, em condições idênticas,
basta para provar que é possível e submetido a uma lei,
e que, desde então, não é mais miraculoso.
O princípio dos fenômenos psíquicos repousa, como 
se viu, sobre as propriedades do fluido perispiritual,
que constitui o agente magnético; sobre as manifestações 
da vida espiritual,durante
a vida e depois da morte; enfim, sobre
o estado constitutivo dos Espíritos e o seu papel como
força ativa da Natureza.
Estes elementos conhecidos, e seus efeitos constatados
, têm por conseqüência 
fazer admitir a possibilidade de certos fatos que eram 
rejeitados quando se lhes 
atribuía uma origem sobrenatural.
2. – Sem  nada   prejulgar  sobre a natureza do Cristo
, que não entra no 
quadro desta obra examinar, e não o considerando,
por hipótese, senão um 
Espírito superior, não se pode impedir de reconhecer
nele um daqueles de ordem 
mais  elevada,  e  que  está colocado, pelas suas virtudes
, bem acima da
Humanidade terrestre. Pelos imensos resultados que ele
produziu, a sua
encarnação neste mundo
não poderia ser senão uma dessas missões que
não são confiadas senão aos mensageiros
diretos da Divindade para o 
 cumprimento  de seus desígnios. Supondo 
que ele não fosse  o próprio Deus
, mas um enviado de Deus para transmitir a
sua palavra, ele seria mais do que
um profeta, porque seria um Messias divino.
Como homem, tinha a organização dos 
seres carnais; mas como Espírito puro, 
desligado da matéria, deveria viver a 
vida espiritual mais do que a vida corpórea, 
da qual não tinha as fraquezas.
A superioridade de Jesus sobre
os homens não 
se prendia às particularidades de seu corpo,
mas às de seu Espírito, que dominava
a matéria de maneira absoluta, e à de
seu perispírito, haurida na parte mais
quintessenciada dos fluidos terrestres. 
(Cap. XIV, nº 9). Sua alma não devia 
prender-se ao corpo senão pelos laços 
estritamente indispensáveis; constantemente 
desligado, devia dar-lhe uma dupla vista não
somente permanente, mas de uma
penetração excepcional e bem de outro
modo superior àquela que se vê entre os 
homens comuns. Deveria ser do mesmo
modo em todos os fenômenos que 
dependem dos fluidos perispirituais ou 
psíquicos. A qualidade destes fluidos
lhe dava uma imensa força magnética, 
secundada pelo desejo incessante 
de fazer o bem.

Nas curas que ele operava, agia como médium
Pode-se considerá-lo 
como um poderoso médium curador? Não; porque
o médium é um intermediário,
um instrumento de que se servem
os Espíritos desencarnados. Ora,
o Cristo não
tinha necessidade de assistência, ele
que assistia os outros; agia, pois, por si
mesmo, em virtude de seu poder pessoal,
 assim  como podem fazê-lo os encarnados
em certos casos e na medida de suas forças
. Que Espírito, aliás, ousaria insuflar-lhe 
seus próprios pensamentos e encarregá-lo 
de transmiti-los? Se recebesse um influxo 
estranho, este não poderia ser senão de Deus
; segundo a definição dada por um Espírito,
ele era médium de Deus.
 Retrato de Jesus
"Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, 
existindo nos nossos tempos um homem,
o qual vive atualmente de grandes virtudes, 
chamado Jesus, que pelo povo é inculcado 
o profeta da verdade, e os seus discípulos
dizem que é filho de Deus, criador do céu e 
da terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham 
estado; em verdade, ó César, cada dia se ouvem coisas maravilhosas 
desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra: 
é um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto, e há 
tanta majestade no rosto, que aqueles que o vêem são forçados a 
amá-lo ou a temê-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem 
madura, são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, 
são da cor da terra, porém mais reluzentes.

Tem no meio de sua fronte uma linha separando os
cabelos, na forma em 
uso nos nazarenos, o seu rosto é cheio, o aspecto é 
muito sereno, nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face, de
uma cor moderada; o nariz e a boca são irrepreensíveis.

A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa,
mas separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave; 
tem os olhos expressivos e claros, o que surpreende é que 
resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém 
ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando 
resplende, apavora, e quando ameniza, faz chorar, faz-se 
amar e é alegre com gravidade.

Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas, antes, chorar. 
Tem os braços e as mãos muito belos; na palestra, 
contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele 
se aproxima, verifica-se que é muito modesto na 
presença e na pessoa. É o mais belo homem que 
se possa imaginar, muito semelhante à sua Mãe, 
a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais, 
visto por estas partes uma mulher tão bela, porém, se
a Majestade Tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso 
passado escreveste, dá-me ordens, que não faltarei de
mandá-lo o mais depressa possível.

De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; 
ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. 
Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. 
Muitos se riem, vendo-o assim, porém em sua presença,
falando com ele, tremem e admiram.

Dizem que tal homem nunca fora ouvido por estas partes.
Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram, 
jamais, tais conselhos, de grande doutrina, como ensina 
este Jesus; muitos judeus o têm como Divino e muitos me
querelam, afirmando que é contra a lei da Tua Majestade; eu
sou grandemente molestado por esses malignos hebreus.
Diz-se este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, 
mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e com ele
têm praticado, afirmam Ter dele recebido grandes 
benefícios e saúde, porém à tua obediência estou prontíssimo
 aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido.
Vale da Majestade Tua, fidelíssimo e 
obrigadíssimo... Públio Lêntulo, presidente da Judéia
L'indizione setima, luna seconda."
(Este documento foi encontrado no arquivo
do Duque de Cesadini, em Roma. Essa carta, 
onde se faz o retrato físico de moral de Jesus, 
foi mandada de Jerusalém ao
Imperador Tibério César, em Roma, ao tempo de Jesus.)

A promessa de Jesus
NOVO TESTAMENTO: "Se me amardes, guardareis os 
meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará 
outro Consolador, para que fique convosco para sempre;
o Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, 
porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis,
porque habita convosco, e estará em vós..."

"Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, 
que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará
todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito."

(João, XIV. 15 a 17 e 26)

   

 
 
       

domingo, 11 de abril de 2010

HISTÓRIA DE CHAPLIN

Charlie Chaplin
Charlie Chaplin caracterizado como O Vagabundo.
Charlie Chaplin caracterizado como O Vagabundo.
Nome completo Charles Spencer Chaplin Jr.
Nascimento 16 de Abril de 1889
Londres, Inglaterra
 Reino Unido
Falecimento 25 de Dezembro de 1977 (88 anos)
Corsier-sur-Vevey,[1] Suíça
Ocupação Actor, director, produtor, roteirista, compositor e mímico
Cônjuge Mildred Harris (1918-1920)
Lita Grey (1924-1928)
Paulette Goddard (1936-1942)
Oona O'Neill (1943-1977)
Atividade 1895-1976[2]
Página oficial
IMDb
Sir Charles Spencer Chaplin Jr., KBE (Londres, 16 de Abril de 1889Corsier-sur-Vevey[1] , 25 de Dezembro de 1977), mais conhecido como Charlie Chaplin, foi um actor, diretor, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin foi um dos atores mais famosos do período conhecido como Era de Ouro do cinema dos Estados Unidos.
Além de atuar, Chaplin dirigiu, escreveu, produziu e eventualmente compôs a trilha sonora de seus próprios filmes, tornando-se uma das personalidades mais criativas e influentes da era do cinema mudo. Chaplin foi fortemente influenciado por um antecessor, o comediante francês Max Linder, a quem ele dedicou um de seus filmes. Sua carreira no ramo do entretenimento durou mais de 75 anos, desde suas primeiras atuações quando ainda era criança nos teatros do Reino Unido durante a Era Vitoriana quase até sua morte aos 88 anos de idade. Sua vida pública e privada abrangia adulação e controvérsia. Juntamente com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, Chaplin co-fundou a United Artists em 1919.
Em 2008, em uma resenha do livro Chaplin: A Life, Martin Sieff escreve: "Chaplin não foi apenas 'grande', ele foi gigantesco. Em 1915, ele estourou um mundo dilacerado pela guerra trazendo o dom da comédia, risos e alívio enquanto ele próprio estava se dividindo ao meio pela Primeira Guerra Mundial. Durante os próximos 25 anos, através da Grande Depressão e da ascensão de Hitler, ele permaneceu no emprego. Ele foi maior do que qualquer um. É duvidoso que algum outro indivíduo tenha dado mais entretenimento, prazer e alívio para tantos seres humanos quando eles mais precisavam."[3]
Por sua inigualável contribuição ao desenvolvimento da sétima arte, Chaplin é o mais homenageado cineasta de todos os tempos, sendo ainda em vida condecorado pelos governos britânico (Cavaleiro do Império Britânico) e francês (Légion d 'Honneur), pela Universidade de Oxford (Doutor Honoris Causa) e pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos (Oscar especial pelo conjunto da obra, em 1972).
Seu principal e mais conhecido personagem é conhecido como Charlot, na França e no mundo francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, e como Carlitos ou também "O Vagabundo" (The Tramp) no Brasil, um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro (gentleman), usando um fraque preto esgarçado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, um chapéu-coco ou cartola, uma bengala de bambu e - sua marca pessoal - um pequeno bigode-de-broxa.
Chaplin foi uma das personalidades mais criativas que atravessou a era do cinema mudo; atuou, dirigiu, escreveu, produziu e financiou seus próprios filmes. Foi também um talentoso jogador de xadrez e chegou a enfrentar o campeão estadunidense Samuel Reshevsky.

 Infância e juventude


Chaplin na década de 1910.
Charles Spencer Chaplin, que era canhoto,[4] nasceu no dia 16 de abril de 1889, na East Street, Walworth, Londres, Inglaterra. Seus pais eram artistas de music-hall; seu pai, Charles Spencer Chaplin Sr., era vocalista e ator, e sua mãe, Hannah Chaplin, era cantora e atriz. Chaplin aprendeu a cantar com seus pais, os quais se separaram antes dele completar três anos de idade. Após a separação, Chaplin foi deixado aos cuidados de sua mãe, que estava cada vez mais instável emocionalmente. O censo de 1891 mostra que sua mãe morava com Charlie e seu meio-irmão mais velho Sydney na Barlow Street, Walworth.
Um problema de laringe acabou com a carreira de cantora da mãe de Chaplin. A primeira crise de Hannah ocorreu em 1894 quando ela estava cantando no "The Canteen", um teatro em Aldershot, geralmente frequentado por manifestantes e soldados. Além de ser vaiada, Hannah foi gravemente ferida pelos objetos atirados pela platéia. Nos bastidores, ela chorava e argumentava com o seu gerente. Enquanto isso, com apenas cinco anos de idade, o pequeno Chaplin subiu sozinho ao palco e cantou uma música popular da época, "Jack Jones".
O pai de Chaplin, Charles Chaplin Sr., era alcoólatra e tinha pouco contato com seu filho, apesar de Chaplin e seu meio-irmão morarem durante um curto período de tempo com seu pai e sua amante, Louise, na 287 Kennington Road, onde atualmente há uma placa em homenagem ao fato. Os meio-irmãos viviam ali, enquanto sua mãe, mentalmente doente, residia no Asilo Cane Hill em Coulsdon. A amante do pai de Chaplin enviou o menino para a Archbishop Temples Boys School. Seu pai morreu de cirrose no fígado quando Chaplin tinha doze anos, em 1901.[5] De acordo com o censo de 1901, Chaplin residia na 94 Ferndale Road, Lambeth.
Após a mãe de Chaplin ter sido novamente admitida no Asilo Cane Hill, seu filho foi deixado em uma casa de trabalho em Lambeth, no sul de Londres, mudando-se após várias semanas para o Central London District School, uma escola para pobres em Hanwell. Os jovens irmãos Chaplin começaram um íntimo relacionamento, a fim de sobreviverem. Ainda jovens, foram atraídos para o music hall, e ambos provaram ter grande talento. A mãe de Chaplin morreu em 1928, em Hollywood, sete anos após ter sido levada para os Estados Unidos por seus filhos.

América


Making a Living (1914), o primeiro filme de Chaplin.
A primeira turnê de Chaplin aos Estados Unidos com o trupe de Fred Karno ocorreu durante 1910 até 1912. Após cinco meses de volta na Inglaterra, ele retorna aos EUA em uma segunda turnê com o trupe de Karno, chegando novamente na América em 2 de outubro de 1912. Na Companhia de Karno estava Arthur Stanley Jefferson, que posteriormente ficaria conhecido como Stan Laurel. Chaplin e Laurel dividiam um quarto em uma pensão. Stan Laurel retornou à Inglaterra, mas Chaplin manteve-se nos Estados Unidos. No final de 1913, a atuação de Chaplin foi eventualmente vista por Mack Sennett, Mabel Normand, Minta Durfee e Fatty Arbuckle. Sennett o contratou para seu estúdio, a Keystone Film Company, pois precisavam de um substituto para Ford Sterling.Inicialmente, Chaplin teve grande dificuldade em se adaptar ao estilo de atuação cinematográfica da Keystone. Após a estréia de Chaplin no cinema, no filme Making a Living, Sennett sentiu que cometera um grande erro.[7] Muitos alegam que foi Normand quem o convenceu a dar a Chaplin uma segunda chance.[8]
Chaplin começou a trabalhar junto com Normand, que dirigiu e escreveu vários de seus primeiros filmes.Chaplin não gostou de ser dirigido por uma mulher, e os dois discutiam frequentemente. Ele acreditava que Sennett pretendia demití-lo caso houvesse um desentendimento com Normand.No entanto, os filmes de Chaplin fizeram tanto sucesso que ele se tornou uma das maiores estrelas da Keystone.

Artista pioneiro de cinema


Kid Auto Races at Venice (1914), o segundo filme de Chaplin e a primeira aparição d'O Vagabundo.
Foi no estúdio Keystone onde Chaplin desenvolveu seu principal e mais conhecido personagem: O Vagabundo (conhecido como Charlot na França e no mundo francófono, na Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Romênia e Turquia, Carlitos no Brasil e na Argentina, e Der Vagabund na Alemanha). O Vagabundo é um andarilho pobretão que possui todas as maneiras refinadas e a dignidade de um cavalheiro; aparece sempre vestindo um paletó apertado, calças e sapatos desgastados e mais largos que o seu número, e um chapéu-coco; carrega uma bengala de bambu; e possui um pequeno bigode-de-broxa. O público viu o personagem pela primeira vez no segundo filme de Chaplin, Kid Auto Races at Venice, lançado em 7 de fevereiro de 1914. No entanto, ele já havia criado o visual do personagem para o filme Mabel's Strange Predicament, produzido alguns dias antes, porém lançado mais tarde, em 9 de fevereiro de 1914.
Os primeiros filmes de Chaplin no estúdio Keystone usavam a fórmula padrão de Mack Sennett, que consistia em extrema comédia pastelão e gestos exagerados. A pantomima de Chaplin foi mais sutil, sendo mais adequada para comédias românticas e farsas domésticas. As piadas visuais, no entanto, seguiam exatamente o padrão de comédia da Keystone; Em seus filmes, O Vagabundo atacava agressivamente seus inimigos com chutes e tijolos. O público da época amou este novo comediante, apesar dos críticos alertarem que as travessuras do personagem beiravam a vulgaridade. Logo depois, Chaplin se ofereceu para dirigir e editar seus próprios filmes. Durante seu primeiro ano no ramo do cinema, ele fez 34 curta-metragens para Sennett, assim como o longa-metragem Tillie's Punctured Romance.
Em 1915, Chaplin assinou um contrato muito mais favorável com a Essanay Studios, e desenvolveu suas habilidades cinematográficas, adicionando novos níveis de sentimentalismo e pathos em seus filmes. A maioria dos filmes produzidos na Essanay foram mais ambiciosos, com uma duração duas vezes maior do que os curtas da Keystone. Chaplin também desenvolveu o seu próprio elenco estático, no qual estava incluído a heroína Edna Purviance e os vilões cômicos Leo White e Bud Jamison.
Visto que grupos de imigrantes chegavam constantemente na América, os filmes mudos foram capazes de atravessar todas as barreiras de linguagem, sendo compreendidos por todos os níveis da Torre de Babel americana, simplesmente devido ao fato de serem mudos. Nesse contexto, Chaplin foi emergindo e tornando-se o exponente máximo do cinema mudo.
Em 1916, a Mutual Film Corporation pagou a Chaplin US$670.000,00 para produzir uma dúzia de comédias com duração de duas bobinas. Foi dado a ele controle artístico quase total, produzindo doze filmes durante um período de dezoito meses, notando que estes estão entre os filmes de comédia mais influentes da história do cinema. Praticamente todos os filmes de Chaplin produzidos na Mutual são clássicos: Easy Street, One A.M., The Pawnshop e The Adventurer são provavelmente os mais conhecidos. Edna Purviance continuou sendo a protagonista, e Chaplin adicionou Eric Campbell, Henry Bergman e Albert Austin ao seu elenco estático; Campbell, um veterano nas óperas de Gilbert e Sullivan, interpretou vilões soberbos, e os atores coadjuventes Bergman e Austin permaneceram no elenco de Chaplin durante décadas. Chaplin considera o período em que esteve na Mutual como o mais feliz de sua carreira. Após a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial, Chaplin tornou-se um garoto-propaganda para a venda de "bônus da liberdade" junto com Mary Pickford e seu grande amigo Douglas Fairbanks.[10]

Controle criativo


Charlie Chaplin Studios, 1922.
Com o fim do contrato com a Mutual em 1917, Chaplin assinou um contrato com a First National para produzir oito filmes com duração de duas bobinas. Além de ter financiado e distribuído estes filmes, a First National deu-lhe total controle criativo sobre a produção, para que ele pudesse trabalhar em um ritmo mais relaxado e se concentrar na qualidade. Chaplin construiu seu próprio estúdio em Hollywood, o qual simbolizava a sua independência. Embora a First National esperava receber comédias de curta-metragem, Chaplin foi mais ambicioso e expandiu alguns de seus projetos em longa-metragens, como Shoulder Arms (1918), The Pilgrim (1923) e o clássico The Kid (1921).
Em 1919, Chaplin co-fundou a distribuidora United Artists junto com Mary Pickford, Douglas Fairbanks e D. W. Griffith, todos eles tentando escapar da crescente consolidação do poder dos distribuidores e financiadores de filmes durante o desenvolvimento de Hollywood. Este movimento, junto com o controle total da produção de seus filmes no seu próprio estúdio, assegurou a independência de Chaplin como um cineasta. Ele trabalhou na administração da UA, até o início da década de 1950. Todos os filmes de Chaplin distribuídos pela United Artists foram de longa-metragem, começando com o drama atípico A Woman of Paris (1923), em que Chaplin fez uma pequena ponta. A Woman of Paris foi seguido pelas clássicas comédias The Gold Rush (1925) e O Circo (1928).
Apesar dos filmes "falados" tornarem-se o modelo dominante logo após serem introduzidos em 1927, Chaplin resistiu a fazer um filme assim durante toda a década de 1930. Ele considerava o cinema uma arte essencialmente pantomímica. Ele disse: "A ação é geralmente mais entendida do que palavras. Assim como o simbolismo chinês, isto vai significar coisas diferentes de acordo com a sua conotação cênica. Ouça uma descrição de algum objeto estranho — um javali-africano, por exemplo; depois olhe para uma foto do animal e veja como você fica surpreso".

Chaplin interpretando Adenoid Hynkel em O Grande Ditador (1940), numa cena em que satiriza o estilo de oratória de Adolf Hitler.
Durante o avanço dos filmes sonoros, Chaplin produziu Luzes da Cidade (1931) e Tempos Modernos antes de se converter ao cinema "falado". Esses filmes foram essencialmente mudos, porém possuiam música sincronizada e efeitos sonoros. Indiscutivelmente, Luzes da Cidade contém o mais perfeito equilíbrio entre comédia e sentimentalismo. Em relação à última cena, o crítico James Agee escreveu na revista Life em 1949 que foi a "melhor atuação já registrada em celulóide". Apesar de Tempos Modernos ser um filme mudo, ele contém falas — geralmente provenientes de objetos inanimados, como rádios ou monitores de TV. Isto foi feito para ajudar o público da década de 1930, que já estava fora do hábito de assistir a filmes mudos. Além disso, Tempos Modernos foi o primeiro filme em que a voz de Chaplin é ouvida (no final do filme, a canção "Smile", composta e cantada pelo próprio Chaplin num dueto com Paulette Goddard). No entanto, para a maioria dos espectadores, este ainda é considerado um filme mudo — e o fim de uma era.
O primeiro filme falado de Chaplin, O Grande Ditador (1940), foi um ato de rebeldia contra o ditador alemão Adolf Hitler e o nazismo, e foi lançado nos Estados Unidos um ano antes do país abandonar sua política de neutralidade e entrar na Segunda Guerra Mundial. Chaplin interpretou o papel de Adenoid Hynkel, ditador da "Tomânia", claramente baseado em Hitler e, atuando em um papel duplo, também interpretou um barbeiro judeu perseguido frequentemente por nazistas, o qual é fisicamente semelhante a'O Vagabundo. O filme também contou com a participação do comediante Jack Oakie no papel de Benzino Napaloni, ditador da "Bactéria", uma sátira do ditador italiano Benito Mussolini e do fascismo; e de Paulette Goddard, no papel de uma mulher no gueto. O filme foi visto como um ato de coragem no ambiente político da época, tanto pela sua ridicularização do nazismo quanto pela representação de personagens judeus ostensivos e de sua perseguição. Adicionalmente, O Grande Ditador foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Chaplin), Melhor Ator Coadjuvante (Oakie), Melhor Trilha Sonora (Meredith Willson) e Melhor Roteiro Original (Chaplin).

Técnicas de filmagem

Chaplin nunca explicou detalhadamente seus métodos de filmagem, alegando que tal coisa seria o mesmo que um mágico revelar seus truques. Na verdade, antes dele produzir filmes falados, começando com O Grande Ditador em 1940, Chaplin nunca começou a filmar a partir de um roteiro completo. O método que ele desenvolveu, visto que seu contrato com o Essanay Studios deu-lhe a liberdade de roteirizar e dirigir seus filmes, foi a partir de uma vaga premissa - por exemplo, "Carlitos entra em um spa" ou "Carlitos trabalha em uma loja de penhores". Chaplin tinha cenários já construídos e trabalhava com seu elenco estático para improvisar piadas em torno das premissas, quase sempre pondo as idéias em prática na hora das filmagens. Enquanto algumas idéias eram aceitas e outras rejeitadas, uma estrutura narrativa começava a emerger, muitas vezes exigindo que Chaplin refilmasse uma cena já concluída que poderia ir contra o enredo.[12]
Esta é uma razão pela qual Chaplin levou muito mais tempo para concluir seus filmes do que seus rivais. Além disso, Chaplin era um diretor extremamente exigente, mostrando a seus atores exatamente como eles deveriam atuar e filmando dezenas de tomadas até conseguir a cena que ele queria. O animador Chuck Jones, que morava perto do estúdio de Chaplin quando era garoto, lembra de seu pai dizendo que viu Chaplin filmar uma cena mais de cem vezes até ficar satisfeito.[13] Esta combinação de improvisação do enredo e perfeccionismo—que resultou em vários dias de esforço e milhares de metros de filme desperdiçados, tudo a um enorme custo—quase sempre revelou-se muito oneroso para Chaplin, que muitas vezes descarregava sua raiva e frustração em seus atores e sua equipe, mantendo-os esperando parados durante horas ou, em casos extremos, cancelando completamente a produção.[12] As técnicas de Chaplin foram descobertas somente após sua morte, quando as raras tomadas de pré-produção e cenas cortadas de seus filmes foram cuidadosamente analisadas no documentário britânico Unknown Chaplin, de 1983.

Era McCarthy

O posicionamento político de Chaplin sempre foi esquerdista. Durante a era de macarthismo, Chaplin foi acusado de "atividades anti-americanas" como um suposto comunista, e J. Edgar Hoover, que instruíra o FBI a manter extensos arquivos secretos sobre ele, tentou acabar com sua residência nos EUA. A pressão do FBI sobre Chaplin cresceu após sua campanha para uma segunda frente européia na Segunda Guerra Mundial em 1942, e alcançou um nível crítico no final da década de 1940, quando ele lançou o filme de humor negro Monsieur Verdoux (1947), considerado uma crítica ao capitalismo. O filme foi mal recebido e boicotado em várias cidades dos EUA, obtendo, no entanto, um êxito maior na Europa, especialmente na França. Naquela época, o Congresso ameaçou chamá-lo para um interrogatório público. Isso nunca foi feito, provavelmente devido à possibilidade de Chaplin satirizar os investigadores.[14] Por seu posicionamento político, Chaplin foi incluído na Lista Negra de Hollywood.
Em 1952, Chaplin deixou os EUA para o que orginalmente pretendia ser uma breve viagem ao Reino Unido para a estréia do filme Luzes da Ribalta em Londres. Hoover soube da viagem e negociou com o Serviço de Imigração para revogar o visto de Chaplin, exilando-o do país. Chaplin decidiu não voltar a entrar nos Estados Unidos, escrevendo: "(...) Desde o fim da última guerra mundial, eu tenho sido alvo de mentiras e propagandas por poderosos grupos reacionários que, por sua influência e com a ajuda da imprensa marrom, criaram um ambiente doentio no qual indivíduos de mente liberal possam ser apontados e perseguidos. Nestas condições, acho que é praticamente impossível continuar meu trabalho do ramo do cinema e, portanto, me desfiz de minha residência nos Estados Unidos".[15] Chaplin decidiu então permanecer na Europa, escolhendo morar em Vevey, Suíça.

Últimos trabalhos

Os últimos dois filmes de Chaplin foram produzidos em Londres: A King in New York (1957) no qual ele atuou, escreveu, dirigiu e produziu; e A Countess from Hong Kong (1967), que ele dirigiu, produziu e escreveu. O último filme foi estrelado por Sophia Loren e Marlon Brando, e Chaplin fez uma pequena ponta no papel de mordomo, sendo esta a sua última aparição nas telas. Ele também compôs a trilha sonora de ambos os filmes, assim como a canção-tema de A Countess from Hong Kong, "This is My Song", cantada por Petula Clark, chegando a ser a canção mais popular do Reino Unido na época do lançamento do filme. Chaplin também produziu The Chaplin Revue, uma compilação de três filmes feitos durante seu período de parceiria com a First National: A Dog's Life (1918), Shoulder Arms (1918) e The Pilgrim (1923), para os quais ele compôs a trilha sonora e gravou uma narração introdutória. Adicionalmente, Chaplin escreveu sua autobiografia entre 1959 e 1963, intitulada Minha Vida, sendo publicada em 1964.
Chaplin planejara um filme intitulado The Freak, que seria estrelado por sua filha, Victoria, no papel de um anjo. Segundo Chaplin, ele havia concluído o roteiro em 1969 e foram feitos alguns ensaios de pré-produção, mas foram interrompidos quando Victoria se casou. Além disso, sua saúde declinou constantemente na década de 1970, prejudicando todas as esperanças do filme ser produzido.
De 1969 até 1976, juntamente com James Eric, Chaplin compôs músicas originais para seus filmes mudos e depois os relançou. Ele compôs a música de seus outros curta-metragens da First National: The Idle Class em 1971, Pay Day em 1972, A Day's Pleasure em 1973, Sunnyside em 1974, e dos longa-metragens The Circus em 1969 e The Kid em 1971. O último trabalho de Chaplin foi a trilha sonora para o filme A Woman of Paris (1923), concluída em 1976, época em que Chaplin estava extremamente frágil, encontrando até mesmo dificuldades de comunicação.

Oscars


Chaplin e Jackie Coogan em The Kid (1921).

[editar] Prêmios competitivos

Em 1972, Chaplin ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora pelo filme Luzes da Ribalta, de 1952, que também foi um grande sucesso. O filme foi co-estrelado por Claire Bloom e também conta com a participação de Buster Keaton, sendo esta a única vez em que os dois grandes comediantes apareceram juntos. Devido as perseguições políticas contra Chaplin, o filme não chegou a ser exibido durante uma única semana em Los Angeles quando foi originalmente lançado. Este critério de nomeação era desconsiderado até 1972.
Chaplin também foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original e Melhor Ator em O Grande Ditador em 1940, e novamente por Melhor Roteiro Original em Monsieur Verdoux em 1948. Durante seus anos ativos como cineasta, Chaplin expressava desprezo pelos Oscars; seu filho descreve que ele provocou a ira da Academia ao deixar seu Oscar de 1929 ao lado da porta, para não deixá-la bater. Isto talvez explique porque Luzes da Cidade e Tempos Modernos, considerados por várias enquetes como dois dos melhores filmes de todos os tempos,[16][17] nunca foram indicados à um único Oscar.

Prêmios honorários

Na 1ª Entrega dos Prêmios da Academia em 16 de maio de 1929, os procedimentos de votação da auditoria ainda não tinham sido postos em prática, e as categorias eram ainda muito fluidas. Chaplin havia sido originalmente indicado ao Oscar de Melhor Ator e de Melhor Diretor de um Filme de Comédia pelo seu filme O Circo, mas seu nome foi retirado quando a Academia decidiu dar-lhe um prêmio especial "pela versatilidade e genialidade em atuar, escrever, dirigir e produzir O Circo". O outro filme que recebeu um prêmio especial naquele ano foi The Jazz Singer.
O segundo Oscar Honorário de Chaplin veio quarenta e quatro anos mais tarde, em 1972, e foi pelo "efeito incalculável que ele teve em tornar os filmes a forma de arte deste século". Ele saiu de seu exílio para receber esse prêmio, e recebeu a mais longa ovação em pé da história do Oscar, com uma duração total de cinco minutos. Chaplin também aproveitou seu breve e triunfante retorno aos Estados Unidos para discutir como seus filmes seriam relançados e comercializados.

Relacionamentos amorosos e casamentos

Em 23 de outubro de 1918, Chaplin casou-se aos 28 anos de idade com Mildred Harris, que tinha então 16 anos. Tiveram um filho deformado que morreu três dias após o nascimento. Divorciaram-se em 1920.
Logo depois Chaplin namorou Peggy Hopkins Joyce, que ao conhecê-lo, perguntou-lhe se era verdade o que se dizia quanto a sua anatomia.Posteriormente Joyce ligou-se Irving Thalberg. O relacionamento que teve com Joyve inspirou a Chaplin o filme Uma mulher de Paris.[18]
Aos 35, apaixonou-se por Lita Grey, também de 16 anos, durante as preparações de The Gold Rush. Casaram-se em 26 de Novembro de 1924, no México, quando ela ficou grávida. Tiveram dois filhos, Charles Chaplin Júnior e Sydney. Divorciaram-se em 1926, enquanto a fortuna de Chaplin chegava a US$ 825 000. O estresse do divórcio somado com os impostos que não paravam, terminaram por deixar os cabelos de Charles brancos.
Chaplin casou-se secretamente aos 47 anos com Paulette Goddard, de 25, em junho de 1936. Depois de alguns anos felizes, este casamento também terminou em divórcio, em 1942. Durante este período, Chaplin namorou Joan Barry, atriz de 22 anos. A relação terminou quando Barry começou a perturbá-lo. Em maio de 1943, ela informou a Chaplin que estava grávida e exigiu que ele assumisse a paternidade. Exames comprovaram que Chaplin não era o pai, mas na época tais testes não tinham muita validade, e ele se viu forçado a pagar US$ 75 por semana até que a criança fizesse 21 anos.
Depois, conheceu Oona O'Neill, filha do dramaturgo Eugene O'Neill. Casaram-se em 16 de Junho de 1943. Ele tinha 54 anos enquanto ela tinha 17. Este casamento foi longo e feliz, com oito filhos. Charlie ficou com Oona até morrer.

Filhos

Nome Nascimento Morte Mãe
Norman Spencer Chaplin 7 de julho de 1919 10 de julho de 1919 Mildred Harris
Charles Spencer Chaplin Jr. 5 de maio de 1925 20 de março de 1968 Lita Grey
Sydney Earle Chaplin 31 de março de 1926 3 de março de 2009
Geraldine Leigh Chaplin 1° de agosto de 1944
Oona O'Neill
Michael John Chaplin 7 de março de 1946
Josephine Hannah Chaplin 28 de março de 1949
Victoria Chaplin 19 de maio de 1951
Eugene Anthony Chaplin 23 de agosto de 1953
Jane Cecil Chaplin 23 de maio de 1957
Annette Emily Chaplin 3 de dezembro de 1959
Christopher James Chaplin 6 de julho de 1962

Cavalaria

Chaplin foi incluído na Lista de Honras do Ano Novo em 1975.[19] No dia 4 de março, com oitenta e cinco anos de idade, foi nomeado Cavaleiro Comandante do Império Britânico (KBE) pela Rainha Elizabeth II. A honra foi proposta originalmente em 1931, mas não foi realizada devido à controvérsia de Chaplin não ter servirdo na Primeira Guerra Mundial. O título de cavaleiro foi proposto novamente em 1956, mas foi vetado pelo então governo conservador com receio de prejudicar sua relação com os Estados Unidos no auge da Guerra Fria e na invasão de Suez planejada para aquele ano.

Morte


Túmulos de Chaplin (à direita) e Oona O'Neill no Cemitério de Coursier-Sur-Vevey, em Vaud, Suíça.
A saúde de Chaplin começou a declinar lentamente no final da década de 1960, após a conclusão do filme A Countess from Hong Kong, e mais rapidamente após receber seu Oscar Honorário em 1972. Por volta de 1977, ele já tinha dificuldade para falar, e começou a usar uma cadeira de rodas. Chaplin morreu dormindo aos 88 anos de idade em conseqüência de um derrame cerebral, no Dia de Natal de 1977 em Corsier-sur-Vevey, Vaud, Suíça,[20] e foi enterrado no cemitério comunal.
No dia 1 de março de 1978, seu corpo foi roubado da sepultura por um pequeno grupo de mecânicos suíços, na tentativa de extorquir dinheiro de sua família.[21] O plano falhou, os ladrões foram capturados e condenados, o corpo foi recuperado onze semanas depois, perto do Lago Léman, e novamente enterrado em Corsier-sur-Vevey, mas desta vez a família mandou fazer um tampão de concreto de 6 pés (1,80 metro) de espessura protegendo o caixão do cineasta, para evitar novos problemas. No mesmo cemitério, há uma estátua de Chaplin em sua homenagem.
Em 1991, Oona O'Neill, sua quarta e última esposa, faleceu e foi sepultada ao lado do cineasta.

[editar] Outras controvérsias

Durante a Primeira Guerra Mundial, Chaplin foi criticado pela imprensa britânica por não ter se alistado ao Exército. Na verdade, ele se apresentou ao serviço militar, mas foi recusado por ser muito pequeno e estar abaixo do peso. Chaplin levantou fundos substanciais durante a época de venda de bônus de guerra, não só discursando publicamente em comícios, mas também ao produzir, com seu próprio orçamento, The Bond, um filme-propaganda de comédia usado em 1918. A persistente controvérsia provavelmente impediu Chaplin de receber o título de cavaleiro em 1930.
Durante toda a carreira de Chaplin, alguns níveis de controvérsia existiram a respeito de sua suposta ascendência judaica. Propagandas nazistas das décadas de 1930 e 40 o retratavam como judeu (chamado-o de "Karl Tonstein"), com base em artigos publicados pela imprensa dos EUA,[22] e as investigações do FBI no final da década de 1940 também se concentraram nas origens étnicas de Chaplin. Não há documentos que comprovam a ascendência judaica de Chaplin. Durante sua vida pública, ele recusou-se ferozmente em contestar ou negar as afirmações de que ele era judeu, dizendo que sempre iria "jogar diretamente nas mãos dos anti-semitas."[carece de fontes?] Embora tenha sido batizado na Igreja da Inglaterra, Chaplin creditava-se como sendo agnóstico durante a maior parte de sua vida.[23]
O fato de Chaplin sentir atração por mulheres mais jovens continua a ser outra fonte de interesse para alguns. Seus biógrafos atribuem isto a uma paixão adolescente com Hetty Kelly, que ele conhecera no Reino Unido durante suas apresentações no music hall, e que possivelmente definiu o seu ideal feminino. Chaplin gostava de descobrir jovens atrizes e orientá-las de perto; com exceção de Mildred Harris, todos os seus casamentos e a maioria dos seus principais relacionamentos amorosos começaram desta maneira.

 Comparação com outros comediantes da época

Desde a década de 1960, os filmes de Chaplin têm sido comparados com os de Buster Keaton e Harold Lloyd, os outros dois grandes comediantes do cinema mudo. Os três tinham estilos diferentes: Chaplin tinha uma forte afinidade com sentimentalismo e pathos; Lloyd era conhecido pelo seu "personagem comum" e seu otimismo típico da década de 1920; e Keaton sempre demonstrava estoicismo com um tom cínico. Historicamente, Chaplin foi pioneiro na comédia cinematográfica, e ambos os jovens Keaton e Lloyd inspiraram-se em seu trabalho. Na verdade, os primeiros personagens de Lloyd, "Willie Work" e "Lonesome Luke", eram óbvias imitações de Chaplin, algo que Lloyd reconhecia e se esforçou para afastar-se. O período de experimentação de Chaplin terminou após sua estadia na Mutual, pouco antes de Keaton ingressar no ramo do cinema.
Comercialmente, Chaplin produziu alguns dos filmes de maior bilheteria da era do cinema mudo; The Gold Rush é o quinto com US$4,25 milhões, e O Circo é o sétimo com US$3,8 milhões. No entanto, os filmes de Chaplin juntos arrecadaram aproximadamente US$10,5 milhões, enquanto Harold Lloyd arrecadou US$15,7 milhões, visto que Lloyd foi muito mais prolífico, lançando doze longa-metragens na década de 1920, enquanto Chaplin lançou apenas três. Os filmes de Buster Keaton não foram tão bem sucedidos comercialmente como os de Chaplin ou Lloyd, mesmo no auge de sua popularidade, e só começou a receber elogios da crítica no final das décadas de 1950 e 1960.
Além de uma saudável rivalidade profissional, Chaplin e Keaton pensavam muito um no outro. Keaton afirmou em sua autobiografia que Chaplin foi o maior comediante que já viveu, e o maior diretor de filmes de comédia. Chaplin também admirava Keaton, tanto que o recebeu de braços abertos na United Artists em 1925, aconselhou-o contra sua mudança desastrosa para a Metro-Goldwyn-Mayer em 1928 e, em seu último filme estadunidense, Limelight, escreveu uma parte especialmente para Keaton como seu primeiro parceiro de comédia desde 1915.


Estátua de bronze em Waterville, Condado de Kerry.

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