terça-feira, 7 de setembro de 2010

NOSSO LAR O FILME EU ASSISTI

EASSISTI O FILME NOSSO LAR,FIQUEI EMOCIONADA QUANDO FOI MOSTRADO O TRABALHO DE CURA MARAVILHOSO NAS CÂMARAS.
TUDO FOI RETRATADO COM MUITA DELICADEZA.
 NÃO DEIXEM PARA DEPOIS ASSISTAM É MUITO BOM EU RECOMENDO
Imagine emagrecer 18 quilos em 45 dias. Esse foi apenas um dos desafios enfrentados pelo ator capixaba Renato Pietro
Vocação
Espírita praticante, artista personifica saga de André Luiz
O ator Renato Prieto, 50, é capixaba e espírita convicto. Já apresentou 12 espetáculos diferentes com a temática espírita, assistidos por 5,6 milhões de pessoas. É ele quem dá vida ao personagem central do filme, André Luiz. Tremenda responsabilidade, tanta que ele preferiu não assistir às filmagens. “Só assisti ao filme na semana passada, na pré-estreia em São Paulo, quando pude conferir a emoção da plateia”, diz.
André Luiz “é um personagem absolutamente rico e com uma história muito contundente. É um exemplo de como uma pessoa pode modificar a sua história de vida e, por isso, exigiu de mim grande concentração. Para gravar as cenas do naufrágio tive que emagrecer quase 18 quilos em 50 dias (sob a supervisão de bons profissionais) e, às vezes, ficava sete horas na sala de maquiagem. Mas em todos os momentos havia grande harmonia”, comenta Renato.
O ator fala sobre a honra de dar vida a um personagem que existia apenas no papel. Agora ele sai do inconsciente coletivo e ganha vida. As pessoas vão assistir a um bom filme, uma história que pode melhorar suas vidas. “Nosso Lar” vai tocar cada pessoa”, prevê. 


 ANA ROSA( LAURA)
Figurinha carimbada na teledramaturgia brasileira, atualmente em cena na minissérie "A Cura", a atriz Ana Rosa vive um momento de menos novelas e mais cinema e se diz “espírita de carteirinha”, desde as gravações da novela "O Profeta", em 1977, quando passou a frequentar centros espíritas com toda a família.

Convidada por Wagner de Assis para participar das gravações de "Nosso Lar", Ana entra em cena para mais um filme que transita pelo espiritismo e assume o papel de Laura, mãe de Lísias, o personagem que ajuda e acompanha André Luiz em sua excursão pelo autoconhecimento no mundo espiritual.





 








Atores e Diretores do filme Nosso Lar no 3º Congresso Espírita Brasileir...



http://www.dicasparablogs.com.br/2010/03/mudar-template-do-blog-designer-do.html

Atores e Diretores do filme Nosso Lar no 3º Congresso Espírita Brasileir...



http://www.dicasparablogs.com.br/2010/03/mudar-template-do-blog-designer-do.html

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

ASPECTOS EMOCIONAIS DA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA


uma abordagem espírita e psicológica da personalidade

A formação da personalidade da criança começa bem antes do nascimento na óptica espírita. No momento da concepção, mãe e filho iniciam uma simbiose de pensamentos e emoções, se influenciando mutuamente. A criança, dessa forma, experimenta todos os sentimentos da mãe, sejam de ansiedade, de euforia...de tristeza ou de alegria. Segundo o espírito Miramez (1987), poderíamos afirmar que a mulher grávida é um ser com duas personalidades.
Conforme seus esclarecimentos,  a mulher que deseja ser mãe, que programa a sua maternidade com cuidado e lucidez, deve abster-se de vícios, quaisquer que sejam, como já indica a medicina terrena e, principalmente, abster-se de conversações impróprias e infelizes. Todo e qualquer diálogo perturbador, onde existir raiva, ódio, ressentimento...estará repercutindo na vida intra-uterina do pequeno ser em formação, o qual sofre ao sentir a mãe triste...e recebe as vibrações perniciosas da raiva que ela exterioriza.
Toda a atmosfera psíquica do casal irá influenciar a formação da personalidade da criança, que poderá ser saudável, ditosa...ou então enfermiça, com dificuldades psicológicas, a se exteriorizarem com o tempo, devido ao desamor de que foi vítima, crucificando-a desde o período embrionário. Brigas entre casais, no período da gravidez, discussões, afetam diretamente o espírito reencarnante, sentindo-se rejeitado, indesejado, acreditando que a sua vida não trará felicidade para os seus genitores. Está o pequeno ser atento a cada gesto da mãe, cada palavra, cada pensamento ou sentimento que ela nutre em relação a ele. Por também estar ligado ao pai vibratoriamente, experimenta da mesma forma os sentimentos de aceitação ou rejeição, tornando-o desde o útero um ser feliz ou desventurado.
Essas elucidações espirituais recentemente receberam a sua comprovação pela ciência, através do psicólogo e pesquisador Stanislav Grof (2000), radicado nos Estados Unidos. Ele conduziu uma cuidadosa pesquisa ministrando o LSD, em doses apropriadas, induzindo o estado alterado de consciência, e fez com que seus pacientes regredissem até o período intra-uterino, antes mesmo do início dos trabalhos de parto.
Comprovou, através de centenas de casos, que o feto está inteiramente lúcido do ambiente ao seu redor, das pessoas que vivem na casa, dos sentimentos do pai e dos irmãos em relação a ele. Descobriu, ainda, que a consciência encontra-se expandida durante o período   da gestação, acessando conteúdos mitológicos, de épocas imemoriais da humanidade. Percebeu pelo relato dos pacientes que quando a vida emocional da mãe era saudável, sem intrigas nem vícios, o feto tinha uma experiência que ele veio a chamar de “útero bom”, com imagens da natureza, se identificando com animais aquáticos, em estado de plenitude e felicidade.
Já quando a vida emocional da mãe era perturbadora ou com vícios de variada ordem, o espírito experimentava um “útero mau”, com imagens de seres monstruosos, lugares horríveis e, em caso de vício da mãe, via-se em águas poluídas e tóxicas, experimentando enorme desespero.
Quão grande deve ser o cuidado da mãe em sua gestação! E quanto ela poderá fazer por seu filho, antes mesmo de tê-lo nos braços. Conversando com ele, falando-lhe de como é bom viver, do quanto ela o aguarda ansiosa e de como vai cuidar do seu futuro., na vida que o espera, repleta de desafios, de objetivos...
Não raro, quando a mulher dá sinal de gravidez, o homem começa a sentir um certo antagonismo pela esposa, sentimentos inamistosos, falta de paciência, mal humor. Nos esclarece o espírito Miramez, em Horizontes da Mente (1987), que o pai sente que a criança que foi concebida é um adversário seu, de quem guarda raivas e ódios nas profundezas do seu inconsciente.
Da mesma forma, a mãe pode sentir-se mal durante a gravidez, por também estar recebendo um adversário para a reparação das dívidas através do amor. Cabe aos dois direcionar sentimentos opostos à criança...de afeto, de simpatia, de aceitação, a fim de anular e diluir as ondas deletérias que o pequeno ser emite. O acerto entre mãe e filho começa então a ser efetuado bem antes do nascimento, e cabe ao pai ter paciência com a esposa, com sua instabilidade emocional, compreendendo que muitas das suas emoções provém da criança em formação.
A mãe é o primeiro objeto de amor da criança pequena, que satisfaz suas necessidades afetivas e orgânicas. A psicanalista Melaine Klein, já em 1937, afirmou que o bebê era possuidor de uma ambivalência emocional em relação à figura materna, experimentando sentimentos de amor toda vez que a mãe lhe nutria com o seio e experimentando ódio e raiva toda vez que a mãe se afastava ou não estava presente para lhe satisfazer. O que esta nobre autora não suspeitava era que essa instabilidade emocional não era tão somente fruto do prazer ou desprazer da criança, mas sim de sentimentos de ódio e raiva arcaicos do espírito em relação à sua genitora, arquivados no seu incosciente, devido a acontecimentos infelizes que sofrera no passado. Não raro, a mãe chega a entrar  em um estado de depressão pós-parto, fruto das constantes ondas antagônicas emitidas pelo bebê em sua direção ou pela sua própria resistência inconsciente de receber um adversário como filho. O amor que ela lhe direciona terminará por anular as resistências do espírito em ser filho de alguém que tanto o prejudicou em vida pretérita – ou então as suas próprias resistências, caso ela tenha sido a prejudicada.
No primeiro ano de vida, quando a criança é bem cuidada, alimentada com regularidade e tem a presença da mãe de forma contínua, ela desenvolve um sentimento de “confiança básica na existência” ( Erikson, 1971). Ela sente-se segura e amada, protegida, pois confia na regularidade da presença de sua mãe, transformando-a em uma certeza interior. O primeiro sinal dessa segurança em seu ambiente é a completa relaxação dos seus intestinos, a facilidade de sua alimentação e a profundez do seu sono. Qualquer distúrbio em uma dessas áreas indica uma incerteza, uma insegurança, geralmente em relação à mãe (Erikson, 1971).
Os primeiros anos de vida da criança, da mesma forma que a vida intra-uterina, são vitais para o desenvolvimento da personalidade. Apesar disso, é comum vermos pais com os filhos no colo discutindo, desferindo ofensas contra outras pessoas, ou mesmo queixando-se da criança para outros, ignorando que a criança tudo percebe, tudo entende, mesmo que inconscientemente. Respira profundamente a atmosfera psíquica de sua casa, recebendo a influência direta e imediata dos estados de ânimo dos pais. A tonalidade de voz empregada pela mãe, a maneira  como o pai trata sua genitora, os carinhos que trocam ou os gestos de paciência ou impaciência vão sendo todos arquivados pela criança e incorporados em sua mente, programando seus futuros comportamentos quando adulta. A maneira como o pai a trata, no caso das meninas, o carinho ou a rejeição  que recebe irão influenciar diretamente seus relacionamentos na vida adulta, onde irão reaparecer as experiências vivenciadas sob a forma de confiança para amar ou medo de amar e ser amada – transformando-se em dúvidas e receios injustificáveis. Com os meninos o mesmo se dá, mas com relação à figura materna.
Nesse período da tenra infância, a criança precisa muito do elemento amor, para que venha a ser tornar uma pessoa segura, com um ego forte e capaz de enfrentar a vida e suas dificuldades sem receios. Quando o investimento afetivo é insuficiente, quando os pais são negligentes ou não participam da vida da criança como deveriam, entregando seus cuidados a profissionais pagos, a criança pode crescer com uma lacuna que não foi preenchida - uma lacuna emocional - , e se torna insegura, triste...não se afirmando perante os colegas e amigos. Quando adulta, acaba por ser vítima de patologias de que não consegue sair com facilidade. A Bulimia Nervosa é uma delas. A pessoa ingere alimento em medidas desproporcionais ao necessário, a fim de sentir-se completa, totalmente preenchida. Inconscientemente, este é um desejo de preencher-se com o amor que nunca recebeu, com o carinho que faltou, com o que não lhe foi dado em períodos fundamentais do seu desenvolvimento. Estando preenchida, porém, logo vem uma ânsia que a faz expelir tudo o que ingeriu, pois identifica o alimento com a mãe que a não amou, e de quem sente raiva e ressentimento.
Quantas crianças cobertas de recursos materiais e carentes de afeto! Quantos pais narcisistas, mais preocupados consigo próprios do que com a vida daqueles que Deus lhes confiou!
Por volta dos três anos, podemos perceber também o papel fundamental do elemento amor no desenvolvimento da criança, quando ela passa a experimentar sentimentos de culpa toda vez que faz algo que sabe que os pais consideram errado ( Freud, 1930). Sente medo de perder o seu amor, de ficar em completo estado de desamparo e, desta forma, submete-se a todas as suas ordens. Como o espírito está sob a ação do véu do esquecimento de suas antigas personalidades, considera “mau” tudo aquilo que é passível de ser recriminado pelos pais e punido com a perda do seu amor, e “bom” tudo o que é aprovado por eles.
A criança vê então uma barreira para seus instintos agressivos e para suas más tendências, que se vêem inibidas por força do medo da perda do amor dos pais.
A partir dos cinco anos de idade, a criança então internaliza os preceitos e julgamentos morais aprendidos com pai e mãe, os quais irão somar-se à aos valores que o espírito já traz dentro de si, reforçando os bons, e contrabalançando os maus, que ressurgirão com ímpeto na adolescência.
Quando a criança não recebe amor, contudo, ela canaliza toda a sua agressividade para o mundo exterior, pois não há o medo da perda de um amor que nunca recebera, ou seja, não há nada que a faça pensar em recuar, em inibir suas más tendências. Não se sente culpada e se torna agressiva, hostil, desobediente...se tornando delinqüente na juventude, desrespeitando as regras sociais, sentindo raiva da sociedade que não lhe deu amor ( Fraser, 2001).
O jovem delinqüente sempre é uma criança que não foi amada. Cada grito, cada gesto de rebeldia e violência na verdade é um grito de socorro, uma súplica: “Me amem! Por favor! Me amem!” Mas a sociedade ao invés de amá-los e educá-los os encarcera como se fossem animais, sem qualquer dignidade nem consideração...
De outra forma, essa criança desamada, carente, incompreendida, se tornará o adulto insensível, violento no lar, duro para com os mais próximos. Sentindo carência exteriorizará raiva e agressão; incompreendida irá isolar-se; feridos os seus sentimentos irá tratar os mais próximos da mesma forma como foi tratada, em comportamentos automáticos, completamente inconscientes, sem que se dê conta de sua origem ( Joanna de Ângelis, In Amor, Imbatível Amor, 1998).
Essa “criança interior”, machucada, ferida...irá permanecer no adulto o qual procurará escondê-la, escamoteá-la de diferentes formas, até que se resolva por enfrentá-la, por revisar os conteúdos da infância infeliz, os traumas que se arquivaram e que infelicitam de forma silenciosa (Ibid.).
É inadiável que se faça essa empreitada interior, a fim de que essa criança que ainda existe dentro de nós amadureça, curando as feridas mal cicatrizadas, para que então o adulto de hoje se torne pleno, psicologicamente maduro e feliz.
Não bastassem todos esses fatores na vida da criança, um outro capítulo apresenta-se, de extrema importância para a saúde total da criança: a obsessão.
Certa vez, nos narra o espírito Manoel Philomeno de Miranda, em seu livro "Sexo e Obsessão” (2002), estava ele a visitar uma escola de ensino primário com seu mentor Anacleto, em missão de objetivos terapêuticos. Adentrando em uma das salas de aula, repleta de crianças, observou que todas, sem exceção, eram acompanhadas de espíritos. Percebeu, no entanto, que número expressivo não era acampanhada de guias espirituais, mas sim de espíritos vingativos que desde já se imantavam a elas, produzindo irritação, desatenção em aula e outros transtornos. Surpreso, indagou a seu mentor:
“- Como se explicam...esses processos obsessivos que ora defrontamos?” O nobre mentor então esclareceu: - “...muitos processos de obsessão têm o seu início tora do corpo físico, quando os calcetas e rebeldes, os criminosos e viciados reencontram suas vítimas no Além-Túmulo, que se lhes imantam, nos tentames infelizes e de resultados graves em diversas formas de obsessões.”
Como percebemos, o  processo obsessivo da infância tem início geralmente antes do reencarne, quando o espírito está no plano espiritual e reencontra aqueles a quem feriu e que agora se comprazem em torturá-lo de variadas formas, em regiões muito infelizes da crosta terrestre. Conforme o nobre mentor, a obsessão não impede  a reencarnação do espírito, mas o seu perseguidor o acompanha, tentando perturbar-lhe a existência desde os primeiros dias no útero materno.
Os graves débitos contraídos em outras existências, quando o espírito foi cruel e impiedoso, permitem o acesso do irmão menos feliz e vingativo, o que irá prejudicar a relação dos pais com a criança, e desta com os professores e colegas.
A criança vítima da parasitose obsessiva sempre reencarna no grupo consangüíneo   com   quem  junto  desrespeitou as Leis e  prejudicou   vidas ( Miranda, pg. 55-56, 2002). Desta forma, geralmente os pais não têm conhecimento do que se passa e se perturbam, se tornando impacientes com a criança, a quem aplicam surras injustificáveis, o que fará com que a criança acumule raiva e ódio dentro de si, passando a nutrir ressentimento crescente diante das injustiças que sofre (Ibid.).
Vários distúrbios de comportamento, como fobias, comportamentos neuróticos, agressividade, autismo, hiperatividade, têm como causa a ação obsessora infeliz de espíritos perversos.
O pai e a mãe conscientes, portanto, dos fatores espirituais, se tornarão os melhores anjos e guias para seus filhos, pois saberão detectar através do conhecimento que possuem, se seus filhos estão sendo vítimas de espíritos vingativos, buscando sempre que necessário a terapia espírita. Através dela, o espírito infeliz poderá receber os benefícios do esclarecimento, tendo a oportunidade de corrigir a sua rota evolutiva e desistir da vingança que não lhe traz nenhum bem. Caso não se conscientize, o processo de obsessão, que será amenizado pelos mentores espirituais, irá se encerrar na fase adulta, quando a criança receber o antigo inimigo como filho, diluindo todo ódio e rancor que causou através do amor ( Miranda, 2002).
A terapia espírita da obsessão na infância tem como contributos ainda a evangelização, a aplicação de passes e energização dos Chakras ( nas sociedades que possuem trabalhadores especializados), e ainda através da água magnetizada que dulcifica seu perispírito, impregnando-o de vibrações vigorosas.
Quando luzir na humanidade o conhecimento espírita, muitos transtornos da infância serão evitados e tratados com eficiência, fazendo com que a criança tenho um desenvolvimento saudável e feliz, se tornando forte para reparar os danos causados através do amor e não mais através da dor e do sofrimento.
Terminada a fase da infância, na qual são plasmados comportamentos e tendências para toda a vida do indivíduo, inicia-se uma nova etapa, igualmente importante: a adolescência.
A adolescência é o período que vai dos doze anos para as moças e quatorze para os rapazes, até os dezoito e vinte anos, respectivamente. Isto nos países de clima frio. Já nos países de clima quente há uma variação para mais cedo. Ela consiste no período em que os conteúdos do inconsciente emergem com toda a sua carga, trazendo tendências e traços de personalidade adquiridas pelo espírito em outras encarnações. Não raro, o grupo familiar se surpreende, não reconhecendo como fruto de sua educação algumas características que o jovem passa a apresentar, ora como talentos e vocações, ora como malícia, atitudes temperamentais e comportamento cínico de alguns, constituídos de longa data.
Nesta fase, o psiquismo passa por um processo de adaptação entre a infância e a adultez que virá. A mente do adolescente é uma mente essencialmente ideológica, e passa então a revisar tudo o que aprendeu dos pais, no intuito de definir a sua identidade (Erikson, 1971).
Observa cada ato e gesto dos adultos, comparando-os com suas filosofias, com os sermões que lhes são aplicados, procurando verificar se o que os pais verbalizam é autêntico ou falso. Como sabemos, “uma imagem fala mais que milhares de palavras”, sendo completamente inútil a tentativa dos pais de convencerem os filhos de algo que eles mesmo não fazem (Ângelis, 1997). Segundo a autora espiritual Joanna de Ângelis, em Adolescência e Vida (1997), a influência dos pais sobre os filhos deve ser silenciosa, mais pelo exemplo que pelas palavras, a quais se tornam vazias sem as ações correspondentes.
Quando um filho observa seu pai ou sua mãe e percebe neles alegria de viver, coragem diante dos desafios da vida...idealismo pelo trabalho e pelas tarefas que abraçam...naturalmente irá assimilar seus ensinamentos e sua filosofia de vida, pois também quer ser feliz como o pai, alegre como sua mãe, também quererá aprender uma profissão que o estimule a ser idealista, assumindo responsabilidades sem medo.
Já quando, entretanto, este pai ou essa mãe é triste, desmotivada, sempre queixando-se da vida, como conseguirá convencer seu filho de que sua filosofia de vida o fará feliz? Como conseguirá persuadi-lo de seus ensinamentos?
É neste momento que os modelos televisivos se tornam atraentes e exercem toda a sua influência na formação da identidade do adolescente. Vendo os rostos felizes e saudáveis dos atores, das atrizes de filmes e novelas, passa a introjetar o conteúdo que vê em seus comportamentos fabricados, acreditando tornar-se feliz “como eles” aparentam ser. Tornam-se sensuais, agressivos, tal qual os modelos que lhes são apresentados, por falta de propostas melhores e convincentes, assumindo uma identiddade que é aceita pelos outros jovens, igualmente influenciados pela mídia.
O Espiritismo, com a sua filosofia lógica e racional, baseada nos conhecimentos dos Espíritos e na moral superior de Jesus, oferece os melhores recursos para o jovem compreender a Vida sem ilusões. Apresenta-lhe a morte como ficção, e a vida espiritual em todos os seus detalhes, ampliando-lhe a compreensão dos fatos ao seu redor e dos problemas que ora enfrenta no lar e fora dele.
Auxilia o jovem a descobrir sistematicamente quem ele é e o que deseja da Vida, com suas características próprias, único que se faz no concerto do Universo.
Em meio ao tumulto de sensações orgânicas que irrompem e de sentimentos variados que experimenta, encontra apoio na fé que começa a adquirir no futuro e na certeza do sentido da Vida, na convicção profunda que adquire de que a sua vida tem um objetivo específico, que cabe a ele descobrir.
Aos pais cabe a tarefa de serem parceiros nesta caminhada, amigos compreensivos e não autoritários, impondo seus desejos em detrimento das reais vocações do jovem.
Como será belo o dia, então...em que este mesmo jovem...esta mesma criança de hoje, se tornado o adulto maduro do amanhã...estiver em sua varanda, sentado...a contemplar a paisagem, a beleza das plantas...as cores do infinito...e relembrando sua vida, os momentos da infância feliz....os momentos da adolescência segura...bem apoiada...pegar um pequeno porta retrato contendo a imagem de seus queridos genitores (ou um deles se for o caso), agora já de cabelos grisalhos e poder dizer em pensamento:
“- Estes dois, com certeza, foram as pessoas mais importantes da minha vida”.
Todo o cuidado, toda a atenção, todo o investimento na infância e na adolescência jamais são perdidos e se tornam a base segura para toda a existência corporal...auxiliando a construção da saúde emocional e psicológica dos homens e mulheres da sociedade do porvir.
Bibliografia:
Miranda, Manoel Philomeno de ( Espírito), Sexo e Obsessão; psicografado por Divaldo Pereira Franco. – Salvador, BA: Livr. Espírita Alvorada, 2002. 
Ângelis, Joanna de (Espírito). Adolescência e Vida; psicografado por Divaldo P. Franco. – Salvador, BA: Livr. Espírita Alvorada, 1997.          Amor, Imbatível Amor; - Salvador, BA: LEAL, 1998.
Nascente de Bençãos, - Salvador, BA: LEAL, 2001.
Miramez (Espírito). Horizontes da Mente; psicografado por João Nunes Maia. – Belo Horizonte, MG: Editora Espírita Fonte Viva, 2001 (14a edição). 
Grof, Stanislav. Psicologia do Futuro, lições das pesquisas modernas da consciência; tradução de Jussara de Avellar Serpa. – Niterói, RJ: Heresis,2000.
Klein, Melanie. Amor, Culpa e Reparação, e outros trabalhos 1921-1945. Editora Imago, 1996 ( 1a Edição em português).
Erikson, Erik. Infância e Sociedade. Rio de Janeiro, RJ: Zahar Editora,1971.
Freud, Sigmund. Obras Psicológicas Completas. Edição Standard Brasileira. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1976. (1930). O mal-estar na civilização. E.S.B. Op.cit.v. XXI.
Fraser, Márcia Tourinho Dantas. “Delinqüência Infanto-Juvenil e Culpa” ;
In Peres, Urania T. (org.). Culpa. São Paulo: Editora Escuta, 2001


 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A ARTE DE CORRER NA CHUVA



Enzo é um terrier que vive em Seattle com o dono, Denny Swift, um piloto de corridas. Amigos inseparáveis, Enzo acompanha toda a trajetória de vida de Denny, desde sua luta para se tornar um piloto profissional bem-sucedido até seu encontro com Eve, o enlace de ambos e o nascimento da filha do casal.
Frustrado por não poder falar, uma vez que não é humano, Enzo costuma acompanhar todas as corridas de Fórmula 1 pela tevê, bem como tudo o que se passa a sua volta, até o dia em que uma fatalidade muda definitivamente a vida de todos.
Enzo é um cão com alma humana, que aprendeu tudo o que sabe assistindo aos programas de televisão e prestando atenção às palavras e ações de seu dono. É crítico, tem a postura típica de quem sabe o que quer e enxerga os problemas com muita clareza. E, além disso, tem uma missão essencial: ajudar Denny a superar as tragédias que assolaram sua vida.
Como todo fiel escudeiro, Enzo é obstinado, mas não insensível ao mundo que o rodeia. Sofre com a dor dos humanos com os quais convive, e com a sua própria, decorrente de problemas de saúde que foram comprometendo sua integridade física. Apesar de tudo, guarda no íntimo um grande desejo: nascer humano em uma próxima encarnação.
Se você sempre quis saber o que se passa na cabeça de seu cão, este romance comovente e inesquecível de Garth Stein oferece a resposta.
“Este livro aborda a importância das experiências provenientes do nosso aprendizado diário. A importância de se doar, de acreditar em um ideal.
Que cada leitor se identifique com algum ponto desta história e que não perca nunca a vontade de aprender e voar cada vez mais alto.”

Viviane Senna

Presidente do Instituto Ayrton Senna



QUANDO COMECEI A LER ESSE LIVRO SENTI QUE HAVIA ALGO MUITO MAIS IMPORTANTE QUE UMA SIMPLES HISTÓRIA ,NOS ENSINA QUE SER SER HUMANO É UMA DÁDIVA E QUE NASCEMOS ASSIM PARA APRENDER O QUANTO SOMOS IMPORTANTES.
SÃO TANTOS SENTIMENTOS MESQUINHOS QUE NÃO ENXERGAMOS  O QUE SOMOS.
VAMOS VER O ENZO NO NOSSO CORAÇÃO ELE VAI NOS DIZER O QUANTO FOMOS AGRACIADOS PELA VIDA.
DENISE P LOPEZ

terça-feira, 31 de agosto de 2010

NEM SEMPRE É ALUCINAÇÃO

(matéria publicada na Folha Espírita em junho de 2004)
A Folha Espírita transcreve entrevista da Dra Marlene Nobre (Presidente da AME-Brasil e AME-Internacional) à revista Psychic World e realiza entrevista com o Dr. Sérgio Felipe Oliveira (AME-SP), psiquiatra
Psychic World – Dra. Marlene, gostaria de colocar uma questão crucial para você, sobre o que é comumente chamado de esquizofrenia. Hoje, quando alguém ouve vozes é tido como esquizofrênico, recebe fortes sedativos e, freqüentemente, é internado em hospitais de unidades psiquiátricas, registrado como mentalmente instável. Uma definição praticamente irreversível e para o resto de sua vida. De fato, freqüentemente, não o é de verdade e não recebe tratamento... mas recebe, por períodos indefinidos, sedativos que fazem estragos. Acho isso uma situação intolerável... O que você me diz sobre isso?
Marlene Nobre – Bem, o que ocorre, infelizmente, no curso médico, na prática médica, é algo que realmente não se compreende muito bem. Por quê? Porque a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que saúde é o estado de completo bem-estar do ser humano integral: biológico, social, ecológico e espiritual. Então, saúde é definida pela OMS como sendo o equilíbrio entre fenômenos orgânicos, psíquicos, sociais e espirituais. No entanto, na prática, os médicos não consideram todos esses fenômenos, mas tão somente os orgânicos ou biológicos. Podemos perguntar, em qualquer país, o que ensinam as escolas de medicina e constataremos que os médicos não são alertados para os problemas psicológicos e espirituais do paciente, eles restringem-se às reações orgânicas, como se o ser humano fosse reduzido tão somente ao corpo físico. Embora o Código Internacional de Doenças (CID), que é conhecido no mundo todo, no número 10, questão F 44.3, contemple a existência dos estados de transe, fazendo a distinção entre os normais, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença, a maioria dos médicos não leva isso em consideração. No Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, um dos mais consultados pelos psiquiatras, no capítulo dedicado ao estudo das personalidades, há também a distinção entre as personalidades que recebem a atuação de espíritos e as dos outros que são doentes. A Psiquiatria já faz, portanto, a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios. Isso, portanto, precisaria ser mais discutido com os colegas, principalmente, com aqueles que não consideram a possibilidade de comunicação dos espíritos com os encarnados. Por quê? Porque já há a contemplação nos próprios compêndios da Medicina a respeito da possibilidade de comunicação dos espíritos. Outro aspecto também é a obra de Carl Gustav Jung, que estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas. Desse modo, constatamos que já existe uma abertura para o estudo do espírito dentro do currículo da Psicologia e da própria Medicina. O que ocorre é que a preparação dos médicos ainda é extremamente reducionista e, com essa visão estreita, são levados a considerar apenas e tão somente os fenômenos orgânicos. Quanto ao exemplo referido por você, nós realmente nos constrangemos ou ficamos tristes com a conduta dos colegas que, habitualmente, rotulam todas as pessoas que dizem ouvir vozes como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas. Ficamos penalizados com uma situação como essa, porque existe uma porcentagem de pessoas que são consideradas psicóticas por ouvirem espíritos e que, na realidade, são médiuns. Cremos que, na História da Moléstia Atual do paciente, deveriam constar também, além dos sintomas orgânicos, os psicológicos e espirituais, a fim de que pudéssemos fazer a distinção, evitando, assim, que os médiuns sejam taxados de psicóticos para o resto de suas vidas. Muitos deles poderiam encontrar um caminho mais fácil para a cura, a partir do momento em que é diagnosticado um caso de obsessão ou de comunicação espirítica. Acredito que só quando tivermos uma Medicina que leva em consideração o ser integral, espírito/corpo, é que teremos possibilidade de abertura para entender quando se trata de um ou de outro caso.
PW – Para a quantidade de pessoas que começam a ouvir vozes, qual é o seu conselho?
Marlene – É difícil dizer, quando você está em outro país, onde não se conhece muito bem o procedimento, tanto do lado médico quanto espiritual. Mas é preciso ir, pouco a pouco, oferecendo material de estudo, livros, para que a população se informe também a respeito da obsessão, da possibilidade de se ouvir espíritos. Esse é um fenômeno corriqueiro, banal, comum a muitas pessoas. Então, à medida que a divulgação vai sendo feita, através de livros ou de palestras e cursos, há a possibilidade de se informar mais à população. E as famílias passam a conhecer mais o problema. Não é nada fácil, porque em um país como este que respeitamos tanto, de tantas tradições, de tanto progresso, o Espiritismo é praticamente ignorado, mas já há por parte de alguns médicos e psicólogos um entendimento do que seja a mediunidade, no caso mais específico, a obsessão. Talvez, então, fosse interessante que houvesse troca de impressões e de idéias entre o movimento espírita e os profissionais que já aceitam a mediunidade, de modo a oferecer aos obsedados os recursos terapêuticos espirituais indicados para esses casos.
Folha Espírita – Como distinguir alucinação por transtorno mental da que ocorre no processo obsessivo?
Sérgio Felipe de Oliveira – A obsessão espiritual oficialmente é conhecida em Medicina como possessão e estado de transe. O Código Internacional de Doenças – CID 10, item F 44.3 – qualifica estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio ambiente. Essa situação é considerada doença quando a pessoa não tem controle. Os casos em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença. A alucinação é um sintoma que pode surgir tanto no transtorno mental anímico, a partir de neuroses graves que marcam o subconsciente, quanto na interferência de fatores externos. Esses fatores externos podem ser químicos e orgânicos, como na ingestão de drogas ou nas desordens orgânicas – febre muito alta, uremia, desordens cerebrais, etc. – ou espirituais. A interferência de uma personalidade intrusa, a obsessão espiritual, pode desajustar a percepção da realidade levando a alucinações. A pessoa pode ter alucinações e ainda assim sustentar a crítica da razão – ela sabe que está alucinando ou pode perder a crítica da razão julgando ser verdadeira aquela falsa realidade. Um dia, um paciente mergulhou no rio Tietê diante da alucinação de que estaria numa bela praia. Nesse caso, temos o transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura. O médico deve inicialmente fazer o diagnóstico da condição orgânica para depois estabelecer diagnóstico diferencial entre o transtorno dissociativo por estado de transe ou possessão, de um caso de transtorno dissociativo psicótico. O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV – alerta que o clínico deve tomar cuidado para diagnosticar erradamente como alucinação ou psicose casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas porque isso pode não significar uma alucinação ou psicose. A distinção entre alucinação, clarividência ou clariaudiência é uma situação bastante complexa.
FE – Como distinguir esquizofrenia da obsessão?
Sérgio Felipe de Oliveira – Na verdade, temos de discriminar no diagnóstico qual o papel da obsessão espiritual na doença que a pessoa está vivendo, já que todo transtorno psicótico como a esquizofrenia possui o componente obsessivo-espiritual.
FE – É possível saber em que proporção o processo obsessivo permeia os transtornos psicóticos, como, por exemplo, no caso das esquizofrenias?
Sérgio Felipe de Oliveira – Nesse caso, a melhor forma é a prova terapêutica. Uma vez acertado o tratamento medicamentoso e psicoterápico, a associação do tratamento espiritual, sobretudo a magnetização e a desobsessão, nos dará a proporção do envolvimento espiritual. Casos em que há uma predominância do fator obsessivo-espiritual, a melhora com a magnetização e desobsessão chega a ser espetacular, trazendo novos horizontes para a Psiquiatria. Nos casos em que há a predominância anímica ou orgânica, a melhora está mais associada à transformação da pessoa ou seu estado orgânico de forma bem caracterizada. Julgamos importante que o médico e o psicólogo que acompanham casos nessa profundidade passem pelo processo de magnetização e desobsessão a fim de se desvencilhar de possíveis envolvimentos com as energias e os obsessores que acompanham o caso.

OBSESSÃO E DOENÇAS MENTAIS

OBSESSÃO E DOENÇAS MENTAIS

Muitos dos distúrbios de ordem mental e psíquica têm origem não em problemas orgânicos, mas em processos desencadeados por obsessores.

- Dr. Jorge Andréa dos Santos - Boletim do Associação Médico-Espírita do Brasil
Na análise do psiquismo humano e com os conhecimentos que já possuímos sobre psicologia profunda, estarão em evidência não só o campo material, mas também o energético-orientador, mais avançado em qualidades psicológicas e responsável pelas diretrizes inteligentes do ser. Neste campo do psiquismo, os pensamentos são elaborados e devidamente estruturados, a fim de serem reflexionados e adaptados para o mundo físico das células nervosas ou zona consciente.

Por outro lado, não podemos deixar de notar no psiquismo a condição de centro emissor e receptor de energias específicas, propiciando ligações dos campos mentais com os nossos afins. O psiquismo humano está sujeito a interações cada vez mais intensas, quando o bloco afetivo está presente de forma preponderante. Nestes casos, as permutas mentais se tornam constantes e ativas por questões de sintonia e mais apurada afinidade.


Desse modo, compreendemos as influências psíquicas a que estamos subordinados, que se intensificam quando o elemento emocional e afetivo se encontra ativado não só no campo do amor, mas também no desamor ligado ao ódio. Tanto os que amam como os que odeiam desencadeiam imensos pacotes energéticos psíquicos que vão atingir os seus afins em sintonia consciente ou inconsciente.


Estes campos psicológicos, em suas devidas manifestações, necessitam da acolhida e do respectivo entrosamento. Como nossa vida mental será o resultado de muitas etapas (reencarnações), as ligações apresentam profundas relações não só com os fatores e experiências presentes, mas também com as fontes e registros de todo o nosso passado. Isto faz com que as ligações mentais sejam bastante complexas, com estruturações de difícil decifração e cujo conjunto de emissão e recepção ou ação e reação de toda natureza (positiva, gerada pelo bem e pela ordem, ou negativa, desencadeada pelo mal e pelo desejo de vingança e ódio) apresente projeções das mais variadas em estados harmônicos. Os estados de desarmonia que se refletem na organização mental mostram variações de toda ordem, cujo grau de intensidade estará relacionado principalmente com os lastros distônicos do passado. A acolhida mental dessas reações se fazem comumente entre encarnados e desencarnados com naturais oscilações, cuja sintomatologia decorrente deverá fazer parte de um capítulo pouco abordado ou mesmo desconhecido da psiquiatria, as decantadas obsessões espirituais.


Classificação das Obsessões


A doutrina espírita tem cuidado com zelo do tema das obsessões, apresentando uma classificação didática que torna compreensível o processo da influência espiritual do desencarnado no psiquismo do encarnado. Assim, as obsessões foram abordadas em três patamares: simples, fascinação e subjugação.


A obsessão simples é observada quando há pouca interferência nas correntes mentais do atingido, consciente ou inconscientemente, mas sem domínio do receptor. Muitas vezes, o próprio atingido reconhece a influência negativa, procura se prevenir, possui condições de luta e expulsa a idéia parasitária que deseja acolhida.

A obsessão-fascinação é um processo mais intenso e mais grave, no qual as correntes emissoras destoantes se assentam na mente receptora, fazendo parte da estrutura dos pensamentos. O indivíduo fica como que totalmente envolvido pelas sugestões e passa a não distinguir mais o certo do errado. Apesar da presença de raciocínio e de diversas elaborações mentais em parâmetros fisiológicos, o indivíduo passa a conviver com uma idéia que lhe foi injetada, achando-a certa, justa e perfeita, ainda que seja um absurdo. É como se a pessoa perdesse sua avaliação crítica em determinadas mensurações psicológicas.

Já a obsessão-subjugação traduz um bloqueio intenso da vontade, as resoluções do psiquismo estarão subordinadas ao jugo das correntes emissoras do obsessor, que passa a comandar, subjugando o obsediado de modo integral. É neste grupo, principalmente, que se desenvolvem os conhecidos quadros mentais patológicos, nos quais, muitas vezes, a análise se torna de difícil avaliação. Nestes casos, as associações entre obsessão espiritual e doença mental se imbricam de tal modo que os sintomas mentais se tornam definitivos pelas constantes demarcações do processo obsessivo.


É lógico se compreender que os diversos quadros obsessivos são variados e estão de acordo com cada ser, levando-se em consideração o arcabouço psicológico, a intensidade das reações, a conduta pessoal, atitudes diversas e as ligações com o passado, tudo a responder pelas conhecidas reações cármicas. Muitas vezes, certas obsessões aparecem de modo fugaz e logo são afastadas pelas atitudes nobres e corretas do indivíduo que, com este proceder, neutraliza as investidas. Outras vezes, mostram-se mais duradouras, mas se apagam à medida que o atingido vai se ligando ao bem e aos modelos mentais mais ajustados.


Existe um fator ao qual não podemos deixar de nos referir, que é a sensibilidade medi única, pois ela permite ligações mais intensas pelas aberturas dos campos mentais. Allan Kardec afirmou de forma oportuna: "Não foram os médiuns nem os espíritas que criaram os espíritos. Ao contrário, foram os espíritos que fizeram com que haja espíritas e médiuns. Não sendo os espíritos mais do que as almas dos homens, é claro que há espíritos desde quando há homens e, por conseguinte, desde todos os tempos eles exercem influência salutar ou perniciosa sobre a humanidade. A faculdade mediúnica não lhes é mais do que um meio de se manifestarem. Em falta dessa faculdade, fazem-na por mil outras maneiras mais ou menos ocultas. Seria, pois, um erro crer que só por meio das comunicações escritas ou verbais exercem os espíritos sua influência. Esta é de todos os instantes e mesmo os que não se ocupam com os espíritos ou até não crêem neles estão expostos a sofrê-la, como os outros e mesmo mais do que os outros, porque não têm com que a contrabalançarem".


Diante de tais manifestações e fatos do psiquismo, não podemos deixar de compreender a importância desses eventos nos campos psicológicos da humanidade. Necessitamos de sondagens, observações e avaliações ajustadas dentro dos modelos científicos em vigor, pois os fatos estão presentes em toda a parte, exigindo catalogação.


Abertura mental


Compreende-se a impossibilidade de se fazer uma análise mais detalhada do processo obsessivo neste artigo, entretanto, algumas explicações a mais serão oportunas e elucidativas. O processo, por sua condição de ligação mental, estende-se em múltiplas condições, perdendo-se em estruturações psicológicas de toda natureza. Podemos dizer que é possível o processo ocorrer de encarnados para desencarnados, de desencarnados para encarnados e entre desencarnados. Todas essas variações respondem por autênticos fenômenos de hetero-obsessões.


A constante e duradoura atuação obsessiva traduz um real processo parasitário. Nesta ordem de idéias, devemos computar como fatores predisponentes a existência de pensamentos negativos constantes e revoltas acompanhadas de forte séqüito emocional que certos indivíduos cultuam habitualmente por falta de higiene mental. Esses indivíduos introduzem e absorvem a própria negatividade desenvolvida na zona consciente e que, pelo constante condicionamento, refletem um processo auto-obsessivo que lhe são próprios, sem interferências externas. Existem grupos neuróticos, principalmente da classe histérica, que denotam este tipo de auto-obsessão com intensa sintomatologia psicossomática.


Todos os processos obsessivos podem ser ativados e alimentados pelas ações desequilibrantes de conduta e descontrole emocional e afetivo, cujos mecanismos aceleram as condições de fixação mental. Podemos mesmo dizer que se encontra nas bases do processo em pauta um vasto condicionamento hipnótico, pela existência de um mesmo clima psicodinâmico no qual o monoideísmo passa a ser a tônica constante, de modo a estabelecer um verdadeiro circuito fechado. Nesta posição, incrementa-se o fenômeno ideoplástico na fixação de imagens, propiciando o surgimento das alucinações de toda ordem, principalmente visuais e auditivas. Nesta fase, serão atingidos não só os componentes físicos do psiquismo, mas também as regiões energéticas que os envolvem, representadas pelos campos perispirituais ou psicossoma, campo intermediário entre matéria e espírito.


Por tudo isso, tornam-se compreensíveis os desarranjos psicossomáticos no obsediado, cujos reflexos mais profundos podem atingir o sistema imunológico, através da diminuição das defesas orgânicas. Conforme o grau de atuação e implantação obsessiva, poderá haver lesões definitivas nas organizações psíquicas, cujos sintomas desembocam em distonias psiquiátricas. Claro que as estruturas defeituosas do passado, como campos vibratórios específicos encravados no espírito na zona inconsciente, constituem pontos frágeis a serem envolvidos pelos processos obsessivos de toda natureza. As conseqüências processuais de intensidade das reações estarão relacionadas às próprias atitudes psicológicas dos seres, isto é, as atitudes do passado, com suas conseqüências, exercem um forte compromisso no desencadeamento do processo obsessivo.


Todo esse mecanismo de simbiose mental entre os hominais será conseqüência de atuações envolvendo totalidade psíquica, racionalização e responsabilidade, próprios do psiquismo humano, condição diferente da cerebração fragmentada e oscilante existente nos mamíferos. Não tendo o cérebro destes alcançado ainda o processo de racionalização característico dos mamíferos superiores, os atos psicológicos são fragmentários, para não permitir a fixação de idéias. A simbiose observada no hominal por sintonia propicia ao desencarnado nutrir-se das energias vitais do encarnado. A imantação e fixação obsessiva estará relacionada às afinidades de atitudes, principalmente as pregressas, que ambos carregam. Fixada a simbiose, uma vez que pode ser um fator temporário, o encarnado passa a ser vampirizado, a ser um fornecedor de energias para vitalização do obsessor. É nesta condição que vinganças e desencadeamento de ódios ligados ao pretérito se exteriorizam em um panorama de imensas apresentações.


O Espiritismo tem fornecido elementos valiosos para compreender o intercâmbio dimensional entre encarnados e desencarnados com relação às interações bioenergéticas. Sabemos que essas ligações se tornam mais intensas na presença dos fatores emocionais e afetivos com os quais convivemos habitualmente. No psiquismo humano, as reações do dia-a-dia são mais um atestado desse processo. Embora convivamos com pequenas reações ansiosas, depressivas, compulsivas, em tonalidades reduzidas por serem necessárias aos impulsos da vontade, os tipos psicológicos e a respectiva maturidade evolutiva dos seres demarcam os aspectos das manifestações.


Portanto, as manifestações obsessivas estão em constante manipulação dos campos afetivos. Há como que uma interação entre hóspede e hospedeiro, chegando a tal ponto que, às vezes, ambos se integram e se necessitam mutuamente, vivendo às expensas um do outro em legítima união parasitária. Por outro lado, devemos considerar os sintomas que o processo obsessivo desencadeia, com tonalidades imensas e, muitas vezes, de difícil avaliação. Entretanto, temos observado a predominância do complexo de culpa em muitos casos de obsessões espirituais, podendo levar a reações de incompreensível medo, refletido nos acontecimentos diários da vida.


Como devemos nos comportar diante da existência das obsessões? Analisar os fatos e tentar compreender sua dinâmica face a cada indivíduo em particular é o que reputamos ser da mais alta importância, incluindo-as nos quadros nosológicos da psiquiatria para serem melhor avaliadas pela ciência. Não podemos relegar tantos fatos comprovados ao desconhecimento como casos neuróticos ou psicóticos. Claro que os modelos de tratamento psiquiátrico não podem ser relegados, temos que lançar mão das aquisições científicas de nosso tempo como coadjuvante terapêutico. Nas obsessões, os modelos psicológicos transpessoais representam valiosos suportes em busca de equilíbrio e ajuste.


Análise e compreensão


Reações de tal quilate podem também não estar ligadas a componentes pregressos, mas como respostas de atitudes atuais. Nossa vontade, com o relativo livre-arbítrio que carregamos, pode neutralizar ou ampliar muitas manifestações obsessivas, até mesmo renascer novos focos e seus respectivos sintomas. Insistimos em dizer que o processo obsessivo, ainda não computado pela ciência oficial como entidade causadora de distúrbios principalmente mentais, apresenta-se oscilante, com sintomas pouco definidos e bastante mesclados, porém, com características ora neuróticas, ora psicóticas. Por estes fatos, a confusão reinante é grande, percebendo-se algumas vezes que o processo obsessivo se acopla ao sintoma psiquiátrico já existente e, em outras, acontece o contrário, ou seja, o processo possibilita o nascimento da distonia mental. Então, os casos se mostram combinados e com imprecisos limites.


Fornecer um quadro patológico que caracterize as obsessões é um assunto difícil, em virtude da oscilação e da imbricação dos sintomas associados. Não sabemos onde começa a doença mental ou a obsessiva, mas possui mos condições de analisar a presença espiritual deletéria predominando no cenário. Muitos pacientes portadores de delírios podem estar relacionados a um processo exclusivo ou combinado com um quadro psicótico. O psiquiatra moderno precisa conhecer os variados transes mediúnicos, para avaliar e ampliar os horizontes que o psiquismo humano vem revelando a todo momento.

Refletindo sobre a Obsessão

Indoval Moreli Heiderick
"E este, onde quer que o apanha, despedaça-o ele espuma, e range os dentes, e vai se secando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam." Marcos 9 - v. 18.
Apesar de nos faltar comprovações científicas, há fortes evidências de que o Processo Obsessivo, que é caracterizado por manipulações e interposições de fluidos tóxicos, exerce papel importante na fisiopatogenia das doenças no corpo físico e espiritual, e às vezes evoluindo com quadros gravíssimos.

I – INTRODUÇÃO

Não temos a pretensão de criar confrontos entre a Ciência Médica e a Doutrina Espírita, mas sim apresentar oportunidades de reflexões objetivas, visando o aprofundamento de questões específicas. É chegada a hora em que a ciência deve ser respeitada pelos espíritas e aquela compreender a importância dos fundamentos da Doutrina na elucidação dos fatos, porquanto, até então todos têm falhado, apesar de toda capacitação de recursos técnicos e humanos.
Vivemos um momento de grandes aflições, onde a busca pelos valores materiais, visando suprir as necessidades do Ser, de maneira equivocada, tem trazidos muitos desequilíbrios, com intensas perturbações de ordem física e mental. A propósito, o prof. Ives Lecrubie, psiquiatra francês, em entrevista concedida ao Comitê Brasileiro para Prevenção e Tratamento da Depressão, relatou que de 3 à 6% da população do planeta sofre de estados depressivos e que há uma tendência de 1% de casos novos a cada ano, conforme dados recentes da Organização Mundial de Saúde.
Do ponto de vista da Doutrina Espírita, sabemos que o Ser Espiritual encarnado é constituído de:
  1. Espírito: É a sede da consciência do Ser. É o princípio inteligente do Universo. É o campo das causas. Cada Espírito é uma unidade indivisível.
  2. Perispírito: É o envoltório semi-material, fluídico, do Espírito. É uma substância vaporosa aos olhos, retirada do fluido cósmico universal de cada globo. É o intermediário entre o corpo físico e o Espírito. É o campo dos efeitos.
  3. Corpo Físico: É um conglomerado de fluidos ponderáveis. É energia condensada, constituída por células, tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos.
O Ser Espiritual, centelha divina, consciência cósmica, caminha no Universo em busca do aprendizado, e isto se faz de modo mais específico, através das reencarnações, usando para isto o seu perispírito, que é o agente modelador do corpo físico.
Estabelecido o processo reencarnatório, o Ser tem a oportunidade de exercitar-se em função do seu livre arbítrio, assumindo condutas e comportamentos, através de pensamentos, palavras e atos, que se traduzem em aquisições de energias. Assim sendo “a semeadura é livre e a colheita obrigatória”. Com certeza estaremos todos sujeitos a medidas educativas das Leis Divinas, que sempre estiveram em disponibilidade.
Não podemos esquecer a palavra do Codificador, quando afirma que “O Espiritismo é capaz de incorporar à sua Doutrina tudo aquilo que depois de passar pelo crivo da razão e resistir à pesquisa científica, seja útil e benéfico ao homem”.

II - HISTÓRICO

Hipócrates, 460 A.C., relacionava doenças nervosas com as alterações dos humores.
Na Idade Média já relacionavam doenças nervosas com processos demoníacos.
Em todas as épocas da história da civilização humana, tivemos os obsidiados, e em alguns casos envolvendo Seres que se celebrizaram por seus atos, Citaremos alguns: Nabucodonosor II, rei dos Caudeus, pastava no jardim do palácio, como um animal. Tibério, envolvido por muitos espíritos cobradores, cometeu muitos equívocos, com muita maldade. Muitos “endemoniados” foram tratados na época de Jesus. Calígula e Gengis-Khan marcaram presença em função de seus desatinos. Domício Nero, em função de grandes desequilíbrios, entre tantos equívocos, mandou assassinar a mãe e sua esposa, e depois as encontrava em desdobramentos. Celline, depois de gravar no metal as imagens de sua própria vida, apunhalava os transeuntes à noite, de tocaia. Dostoyevski sofria de ataques epiléticos. Maupassant, em um ataque de loucura, cortou a própria garganta e depois morreu, indiferente à tudo. Nietzche perambulou pelos asilos de alienados. Van Gogh cortou as orelhas num momento de insanidade e as enviou de presente para sua amada, findando posteriormente a vida, com um tiro. Shumann, notável compositor, atirou-se ao Reno, foi salvo pelos amigos e internado num hospício, onde acabou seus dias. Edgar Allan Poe sucumbiu arrasado pelo álcool e tendo visões infernais.
A medicina, em todas as épocas, tentou ajudar esses Seres, inclusive na fase inicial de seus estudos. Especificamente no campo da Psiquiatria, alguns estudiosos já relacionavam algumas doenças de origens nervosas e mentais, sendo induzidas pela influência dos espíritos; todavia, os preconceitos da época impediram que as pesquisas avançassem.
Lembremo-nos ainda do grande missionário João Evangelista, que nos aponta no Apocalipse, cap. XXI – v. 8: “Quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte terá o lago que arde com fogo e enxofre”.
Com certeza todos estarão sujeitos a grandes sofrimentos, em função de merecimentos, o que independe da categoria social e intelectual do indivíduo, apresentando-se como obsidiados, psicóticos, psicopatas, etc.

III - CONCEITOS

Na conceituação do Codificador: “trata-se do domínio que alguns espíritos podem adquirir sobre certas pessoas. São sempre espíritos inferiores que procuram dominar, pois os bons não exercem nenhum constrangimento. A obsessão apresenta caracteres diversos que é necessário distinguir, e que resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produzem”. (Allan Kardec – Livro dos Médiuns – Item n.º 237).
Na avaliação de Manuel Philomeno de Miranda: “A obsessão, sob qualquer modalidade que se apresente, é enfermidade de longo curso, exigindo terapia especializada, de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir apressadamente.” (Divaldo Pereira Franco – Nos Bastidores da Obsessão).
Segundo Suely Caldas: “É a obsessão, cobrança que bate às portas da alma. É um processo bilateral. Faz-se presente porque existe de um lado o cobrador, sequioso de vingança, sentindo-se ferido e injustiçado, e de outro o devedor, trazendo impresso no seu perispírito as matizes de culpa, o remorso ou do ódio que não se extinguiu.” (Suely Caldas Schubert – Obsessão-Desobsessão).
Considerando a complexidade do assunto, entendemos a obsessão como sendo a influência energética, nociva, causada por um ou mais espíritos, que de forma consciente ou não, manipula ou inocula fluidos tóxicos, de maneira contínua e persistente.

IV – CAUSAS

Sob o ponto de vista global, podemos afirmar que as causas da obsessão se alicerçam em nossas imperfeições, quais sejam: vícios, paixões exacerbadas, perversões sexuais, crimes, ganância, apegos excessivos à pessoas e objetos, que nos colocam em estado de sintonia vibratória com os espíritos desencarnados em função da afinidade moral, estando então o Ser sujeito a reajustes e resgates específicos.
Na visão de Emmanuel e Scheila, apresentadas através das obras psicografadas por Francisco C. Xavier, as possíveis causas de obsessão são:
  1. a cabeça e mãos desocupadas;
  2. a palavra irreverente;
  3. a boca maledicente;
  4. a conversa inútil e fútil, prolongada;
  5. a atitude hipócrita;
  6. o gesto impaciente;
  7. a inclinação pessimista;
  8. a conduta agressiva;
  9. o apego demasiado a coisas e pessoas;
  10. o comodismo exagerado;
  11. a solidariedade ausente;
  12. tomar os outros por ingratos ou maus;
  13. considerar nosso trabalho excessivo;
  14. o desejo de apreço e reconhecimento;
  15. o impulso de exigir dos outros mais do que de nós mesmos;
  16. fugir para o álcool ou drogas estupefacientes.
Na análise do Livro dos Médiuns, feita por Ney Prieto Peres (Boletim MEDNESP n.º 2 – dezembro de 1992), são apontadas as seguintes causas de obsessão:
  1. vingança de espíritos contra pessoas que lhes fizeram sofrer nessa ou em vias anteriores;
  2. Desejo simples de fazer os outros sofrerem, por ódio, inveja, covardia;
  3. Para usufruir dos mesmos condicionamentos que tinham quando na vida física, induzem seus afins a cometê-los;
  4. Apegos às pessoas pelas quais nutriam grandes paixões quando em vida;
  5. Por interesses em destruir, desunir, dominar, provocar o mal, manter distúrbios, partindo de espíritos inteligentes das hostes inferiores.
Na avaliação de nosso mentor espiritual André Luiz (Evolução Em Dois Mundos, psicografado por Francisco C. Xavier, 11ª edição, 1989, pg. 130) caminhamos pelo universo “sentidos e reconhecidos pelos nossos afins, temidos e hostilizados ou amados e auxiliados pelos irmãos que caminham em posição inferior à nossa. Isto porque exteriorizamos, de maneira invariável, o reflexo de nós mesmos, nos contatos de pensamento a pensamento, sem necessidade das palavras para simpatias ou repulsões fundamentais.” O mesmo mentor, (Mecanismos da Mediunidade – Francisco C. Xavier – Waldo Vieira, 13ª edição, 1994, pg., 82-83) nos diz “É o pensamento contínuo fluxo energético, incessante, revestido de poder criador inimaginável, (...). A corrente mental, segundo anotamos, vitaliza particularmente todos os centros da alma e, consequentemente todos os núcleos endócrinos e junturas plexiformes da usina física, em cuja urdidura dispõe o Espírito de recursos para os serviços da emissão e recepção ou exteriorização dos próprios pensamentos e assimilação dos pensamentos alheios.”

V – MECANISMOS

É necessário que compreendamos que a obsessão existe entre os espíritos encarnados e desencarnados, reciprocamente, e inclusive pode ter o seu início logo após a fecundação, no ventre materno, quando se estabelece o processo reencarnatório que com certeza acontecerá em função de débitos, merecimentos e seu projeto espiritual. Assim sendo, em sintonia com as Leis Universais, o Ser, estará sujeito a manipulações e inoculações de fluidos tóxicos a nível de seu campo eletromagnético com agressões específicas a seu corpo perispiritual e mental, repercutindo no corpo físico. É comum o espírito que quer obsidiar, acompanhar as suas vítimas anos a fio, antes do nascimento e até depois do desencarne.
Ensina-nos André Luiz (No Mundo Maior – Francisco C. Xavier, 9ª ed., 1981, pg.63) que os “Nervos, zona motora e lobos frontais, no corpo carnal, traduzindo impulsividade, experiência e noções superiores da alma constituem campos de fixação da mente encarnada ou desencarnada.”
Enquanto a medicina à partir de 1964, com Donald e Klen – EUA, inicia a nova fase de pesquisas, procurando evidenciar a relação entre as doenças mentais e nervosas com as privações de neurotransmissores cerebrais, o nosso mentor André Luiz (Evolução Em Dois Mundos, Francisco C. Xavier, 11ª ed,1989, pg. 117-118) nos ensina que “...os verdugos comumente senhoreiam os neurônios do hipotálamo, acentuando a sua própria dominação sobre o feixe amielínico que o liga ao córtex frontal, controlando as estações sensíveis do centro coronário que aí se fixam para o governo das excitações e produzem nas suas vítimas, quando contrariados em seus desígnios, inibições de funções viscerais diversas, mediante influência mecânica sobre o simpático e o parassimpático. No tocante à criatura humana, o obsessor passa a viver no clima pessoal da vítima, em perfeita simbiose mórbida, absorvendo-lhe as forças psíquicas, situação essa que, em muitos casos, se prolonga além da morte física do hospedeiro, conforme a natureza e a extensão dos compromissos morais entre credor e devedor.”
Já Bezerra de Menezes (Loucura Sob Novo Prisma, 2ª ed., 1987, cap. III) diz que nos casos de loucura propriamente dito, se rompe a harmonia de ação da alma e do cérebro, do ser pensante e do órgão da manifestação do pensamento. O cérebro, pois , perturbado em sua função e não podendo transmitir integralmente o pensamento como formulou a alma, determina loucura. Seria a loucura com lesão cerebral. Neste caso temos a incapacidade material do cérebro para receber e transmitir fielmente as cogitações do Espírito. Nos casos de loucura em que Esquirol não encontrou lesão cerebral, é a loucura psíquica, moral ou por obsessão, onde o processo acontece sempre por influência dos espíritos. A alma aqui formula os seus pensamentos como sempre, sem a mínima perturbação, e, de sua parte o cérebro está nas melhores condições para transmiti-los. O que determina, não a perturbação mental, porque a alma não enlouquece, mas a perturbação na transmissão do pensamento, pois é a interposição de fluidos do Espírito obsessor, entre a agente e o instrumento, de modo que fica interrompida a comunicação regular dos dois. A alma pensa, mas seu pensamento não pode utilizar-se do cérebro, senão imperfeitamente, por estar truncado, alterado em função da barreira posta pelo obsessor no empenho de produzir essa perturbação que se toma por loucura. Aqui temos a impossibilidade das cogitações do Espírito chegarem integralmente ao cérebro. Temos, portanto, que tanto na loucura quanto na obsessão, o Espírito é lúcido, e que tanto num caso como no outro o mal consiste na irregularidade da transmissão ou manifestação do pensamento. A ação fluidica do obsessor sobre o cérebro, se não for removida a tempo, dará necessariamente em resultado o sofrimento orgânico daquela víscera, tanto mais profundo quanto mais tempo estiver sob a influência deletéria daqueles fluidos.

VI – EFEITOS

Uma vez instalada a obsessão, podemos concluir que a mesma se caracteriza por um processo dinâmico, onde em uma fase inicial temos a intoxicação fluídica no perispírito, que acompanha o Ser desde sua criação, constituindo seu padrão vibratório. Decorre sempre das imperfeições morais, o que permite uma interferência de espíritos, e em alguns casos, levando o paciente a perder a vontade e o livre arbítrio.
Considerando o grau de intoxicação a nível de nosso campo eletromagnético, trazido de vidas passadas, o acumulado na presente encarnação e não havendo buscas pessoais específicas e nem a introdução de uma terapêutica eficaz, com certeza entraremos na segunda fase do processo, que é caracterizado pelas disfunções orgânicas de toda a sorte, com manifestações de sinais e sintomas generalizados, tanto no corpo físico como no mental, todavia sem elucidação diagnóstica por exames complementares. Se o Ser continua a caminhada, sem procurar restabelecer a harmonia e sem buscas objetivas, fatalmente passarmos à terceira fase, onde teremos alterações das estruturas das celulares do corpo físico tais como: fibrosites, neoplasias benignas ou malignas, septicemias, etc.
A propósito, Allan Kardec (A Gênese, 29ª ed., FEB, pg. 305) relata que “Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele...” Ainda nos orienta o Codificador (mesma obra, pg. 285), que “Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, como uma esponja se embebe de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quando, por sua extensão e irradiação, o perispírito com eles se confunde. Atuando esses fluidos sobre o perispírito, este, a seu turno, reage sobre o organismo material com quem se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se são maus, a impressão é penosa. Se os eflúvios maus são permanentes e enérgicos, podem ocasionar desordens físicas; não é outra a causa de certas enfermidades.”
Considerando o sistema nervoso, em seu todo, como organismo de sustentação aos fluidos espirituais, podemos concluir que o processo obsessivo, em sua fase inicial, estará sempre voltado ao campo das energias, e posteriormente ao corpo físico, com danos irreversíveis ao mesmo, e em alguns casos, podendo levar o indivíduo ao desencarne.”

VII – CLASSIFICAÇÃO

Considerando as diversas faces que envolvem os mecanismos da obsessão, apresentamos, sob ponto de vista didático, a presente classificação, visando a melhor compreensão do processo obsessivo.
  1. QUANTO À FORMA DE AÇÃO:
    1. ATIVA – Ocorre quando o Ser espiritual que faz a obsessão tem a consciência do que executa, e assim o faz em função de objetivos específicos.
    2. PASSIVA – Acontece quando o Ser espiritual que executa o processo obsessivo não tem consciência do que faz. Age pelas leis de afinidade dos fluidos.
  2. QUANTO À LOCALIZAÇÃO:
    1. FÍSICA – É o caso em que o obsessor age manipulando e inoculando fluidos tóxicos a nível de perispírito, repercutindo no corpo físico e promovendo o adoecimento dos órgãos.
    2. PSÍQUICA – Neste caso o obsessor atua na manipulação e inoculação de fluidos tóxicos à nível do psiquismo, especificamente naquilo que entendemos como sendo atributos do Espírito, tais como pensamento, atenção, concentração, percepção, etc. Quando ocorre a influência, perturbando a transmissão do pensamento, fica alterada a comunicação entre o agente e o instrumento.
  3. QUANTO À INTENSIDADE: (Livro dos Médiuns, cap. XXIII, item 238).
    1. SIMPLES – É um processo que se dá em função da manipulação de fluidos de pouca densidade, apresentando-se como pequenas intoxicações, levando ao corpo físico e mental sinais e sintomas de pouca intensidade. “Verifica-se quando um Espírito malfazejo se impõe a um médium, intrometendo-se contra sua vontade, nas comunicações que recebe...”
    2. FASCINAÇÃO – É um processo mais grave, considerando a manipulação de fluidos que se dá à nível de pensamento, com a interposição dos mesmos. “É uma ilusão produzida pela ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium, e que paralisa de alguma forma seu julgamento com respeito às comunicações. O médium fascinado não crê enganado. Neste caso participam espíritos ardilosos, muito inteligentes, que usam de todos os recursos para envolverem suas vítimas. Ninguém está livre deste tipo de obsessão...”.
    3. SUBJUGAÇÃO – Processo bastante grave que envolve o domínio completo do pensamento e da vontade do Ser. “É uma opressão que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir ao seu malgrado. Numa palavra, a pessoa está sob um verdadeiro jugo”.
      A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso o Ser é obrigado a tomar decisões frequentemente absurdas e comprometedoras. No caso da subjugação corporal, o indivíduo é constrangido a praticar os atos mais ridículos possíveis, apesar de Ter plena consciência do que faz, e fá-lo contra a sua vontade. Há neste tipo de obsessão, manipulação e interposição de fluidos muito densos onde o Ser apresenta alterações das funções mentais pela ação intencional de outra mente, onde a razão declina, a vontade enfraquece, os sentimentos se deterioram e os hábitos mudam (Bezerra de Menezes).
  4. QUANTO AO TIPO
    1. AUTO-OBSESSÃO – Neste caso o Ser é responsável por todos os sinais e sintomas que apresenta, considerando ser ele o mentor intelectual de todos os seus equívocos, passados e presentes. Assim sendo, em dado momento da vida, começa a tomar consciência dos fatos e a partir daí exercita-se em culpas, que geram cobranças. Então teremos os conflitos interiores, com os pensamentos fixado em alguma coisa, tanto em vigília como em desdobramento. Após a instalação do quadro, caminha com desinteresse total pela vida, isola-se e apresenta baixas vibrações em seu campo eletromagnético, permitindo a partir deste momento a afinização com irmãos em grandes desequilíbrios, grandes cobradores, evoluindo assim com graves quadros específicos que se enquadram nas doenças nervosas e mentais.
    2. HETERO-OBSESSÃO – É um quadro que se caracteriza pela influência de espíritos encarnados ou desencarnados junto a outros seres que também podem estar em condições iguais. Este processo pode ser ativo ou passivo, com ação direta no corpo físico ou mental e sua intensidade pode variar de leve, moderada a grave, dependendo o merecimento do Ser envolvido. Podemos classificá-la em quatro situações:
      1. Obsessão entre os encarnados – muito comum, principalmente nos relacionamentos entre os membros da família, considerando que o lar é o ambiente propício a reajustes e resgates. Teremos então esposas dominadoras, mães neuróticas, maridos desajustados e incompreensíveis, filhos rebeldes, etc., criando assim um meio de ódios, raivas, violências, ciúmes, invejas, com grandes desequilíbrios em que os seres se bombardeiam mutuamente pelos pensamentos.
      2. Obsessão de encarnados para com os desencarnados – é um processo muito mais frequente que se possa imaginar. Os espíritos desencarnados partem para a Pátria Espiritual e deixam aqui seus entes queridos, os amigos com os quais estavam envolvidos por vícios ou paixões e outras afinidades. Neste novo plano desejam fazer mudanças de comportamento e de condutas, traçando novos rumos; todavia, por vezes, sentem-se “chamados”, atraídos por pensamentos, palavras e atos dos encarnados e muitas das vezes ficam imantados ao seu campo eletromagnético.
      3. Obsessão de desencarnados para com os encarnados – é a interferência de espíritos desencarnados junto aos encarnados, em função de ligações afetivas, paixões, ódios, vinganças, etc., trazendo-lhes grandes desarmonias, tanto a nível do corpo físico como mental, promovendo junto ao Ser, uma série de sinais e sintomas, com doenças específicas.
      4. Obsessão de desencarnados para com os desencarnados – este tipo de obsessão ocorre em condições idênticas aos outros. No mundo espiritual os seres se ligam em função das afinidades, desejos e paixões, e a partir daí temos um grande número de espíritos que são dominados e escravizados por outros espíritos.

VIII –DIAGNÓSTICO

Se pretendemos Ter algum sucesso no tratamento do processo obsessivo, o primeiro passo é termos um bom diagnóstico, sob todos os aspectos. Apesar de todos os esforços, às vezes é difícil fazer um diagnóstico diferencial especifico, considerando que os sinais e sintomas são idênticos, tanto na loucura propriamente dita, com lesões cerebrais, quanto nos processos obsessivos onde há apenas perturbação na transmissão do pensamento. Ressaltando o importância de cada setor envolvido nas propostas é preciso que a casa espírita respeite as orientações dos profissionais da área de saúde, evitando equívocos como: fazer diagnósticos, trocar e/ou suspender medicamentos e às vezes tornar os pacientes mais ou menos graves que verdadeiramente o são. Também compete à medicina ao tratar os seus pacientes, admitindo as hipóteses da obsessão, ainda que não comprovada cientificamente, pedir ajuda às casas espíritas que exercitem as suas atividades com objetivos sérios, seguindo os postulados do Mestre Jesus e os preceitos da Doutrina Espírita.
Necessitamos, para isto, de uma boa anamnese sob o ponto de vista médico, o que deverá ser feito por profissionais especializados na área da saúde mental, especificamente neurologistas, psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais, e sob o ponto de vista espiritual muita humildade, seriedade e estudos para avaliação dos casos, não se esquecendo da valiosa, benéfica e desinteressada ajuda dos mentores espirituais.
Características que contribuem para o diagnóstico da obsessão, segundo o Codificador (Livro dos Médiuns, cap. XXIII, item 243).
  1. Insistência de um Espírito em se comunicar, queira ou não o médium;
  2. Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas;
  3. Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem falsidades ou absurdos;
  4. Aceitação pelo médium dos elogios que lhe fazem os espíritos que se comunicam por seu intermédio;
  5. Disposição de se afastar das pessoas que podem esclarecê-los;
  6. Levar a mal crítica das comunicações que recebe;
  7. Necessidade incessante e inoportuna de escrever;
  8. Qualquer forma de constrangimento físico, dominando-lhe a vontade e forçando-o a agir ou a falar sem querer;
  9. Ruídos e transtornos contínuos ao redor do médium, causados por ele ou tendo ele por alvo.
Como contribuição para o diagnóstico da obsessão, não podemos esquecer das avaliações do mentor espiritual, Manuel Fhilomeno de Miranda (Nos Bastidores da Obsessão), quando apresenta algumas considerações:
  1. Quando você escuta nos recessos da mente uma idéia torturante que teima por se fixar, interrompendo o curso do pensamento;
  2. Quando constante imperiosa e atuante força psíquica interferindo nos processos mentais;
  3. Quando verifique a vontade sendo dominada por outra vontade que parece dominar;
  4. Quando experimente inquietação crescente, na intimidade mental, sem motivos reais;
  5. Quando sinta o impacto do desalinho espiritual, em franco desenvolvimento, acautele-se, porque você se encontra em processo imperioso e ultriz de obsessão pertinaz.

IX – TRATAMENTO

Em nossa proposta de tratar o paciente, sob o ponto de vista espiritual, temos de considerar a obsessão como sendo um processo dinâmico, tendo em mente a importância de se instituir um tratamento mais abrangente, onde deve participar a casa espírita, as ciências médicas e psicológicas, visando estabelecer a harmonia do Ser o mais breve possível, evitando-se assim a cristalização dos fluidos tóxicos em seu campo eletromagnético, o que fatalmente produzirá lesões nos órgãos do corpo físico.
Considerando que nem os resultados são imediatos, não devemos nos esquecer da importância de um diálogo franco e aberto com a família, principalmente tendo o cuidado de não induzir falsas esperanças e curas miraculosas, e sim direcionar orientações específicas, apontando todas as dificuldades que o caso possa apresentar.
Temos a consciência de que a obsessão é um processo bilateral, onde de um lado temos o cobrador, que pelo seu pouco desenvolvimento moral, acha eu tem o direito de julgar, dar sentenças e executá-las e, por isto, é muito infeliz, enfermo carecendo também da terapia do amor e compreensão. Por outro lado, temos o obsidiado vivendo as culpas, cobranças, em função dos seus equívocos. Ambos precisam de tratamento específico.

A – TRATAMENTO MÉDICO

Sob o ponto de vista médico e psicológico, quando pretendemos tratar um paciente obsidiado não podemos esquecer dos recursos existentes na medicina e na psicologia, para usá-los em função dos sinais e sintomas específicos de cada paciente. Pessoalmente acatamos a orientação do psiquiatra Dr. Wilson Ferreira de Melo (Boletim da AMESP – Dez 1984):
  1. Quimioterapia – sedativos, anti-depressivos e medicamentos de ação central;
  2. Eletrochoques – muito raramente, apenas nos casos de difícil remissão (casos catatônicos) ou de extrema resistência à quimioterapia;
  3. Psicoterapia – segundo as técnicas usuais, de escolha do terapeuta, aliada sempre que possível à noção de reencarnação;
  4. Psicanálise profunda – calcada na reencarnação;
  5. Hipnose médica – com regressão de memória, se possível à vidas anteriores;
  6. Terapia ocupacional – manter o paciente ocupado em trabalho que o atraia e interesse, de modo a mantê-lo afastado de seus pensamentos doentios;
  7. Ludoterapia –divertimentos sadios e cultivo de esportes (ginástica, natação, e outros tipos de exercícios);
  8. Musicoterapia – o senso musical talvez seja o último eu o doente mental perde e deve ser cultivado com carinho;
  9. Reeducação – através de contatos frequentes com assistentes sociais e palestras educativas;
  10. Medidas gerais – incentivar o paciente a imprimir direção construtiva ao seu pensamento, para isto, empregar a sua força de vontade que aos poucos vai se desenvolvendo.
Ainda sob o ponto de vista médico, ressaltamos a importância da homeopatia, acupuntura e florais, não medindo esforços no sentido de levar o indivíduo a uma busca objetiva diante da vida, sem culpas, sem cobranças, valorizando a sua alta estima, o pensamento positivo e a força de vontade.

B – TRATAMENTO ESPIRITUAL

Quando falamos desse tipo de tratamento estamos sugerindo o uso de técnicas aprimoradas que envolvem os conceitos e os conhecimentos das manipulações dos fluidos. Assim sendo, achamos por bem recordar alguns ensinamentos importantes contidos na obra do Codificador (A Gênese, 29ª edição, 1986, cap. XIV):
Item 13 – “Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam;...”
Item 14 – “Os espíritos atual sobre os fluidos espirituais, não manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os espíritos, o pensamento e a força de vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento eles imprimem aqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam aparência, uma forma, uma coloração determinada; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou dos corpos, combinando-se segundo certas leis”.
Item 15 – “Sendo os fluidos o veículo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som sobre o ar; eles nos trazem os pensamentos como o ar nos traz o som. Pode-se pois dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros... Há mais: criando imagens fluidicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico como num espelho...Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico...
Item 16 – “...Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem se achar impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável.”
Item 17 – “... Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas adquirem no meio onde se elaboram, modificam-se pelos eflúvios do meio, como o ar pelas exalações, a água pelas camadas de sais que atravessa... Sob o ponto de vista moral traduzem o cunho dos sentimentos de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, violência, hipocrisia, bondade, benevolência, amor, caridade, doçura., etc. Sob o aspecto físico são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíferos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se forças de transmissão, de propulsão, etc.
Item 18 – “... O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais como o dos desencarnados; ele se transmite de Espírito para Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mal, saneia ou vicia os fluidos do ambiente. ...Os fluidos viciados pelos eflúvios dos maus espíritos podem se depurar pelo afastamento destes, mas o seu perispírito será sempre o mesmo, enquanto o Espírito não modificar a si próprio.”
Item 19 – “Assim se explica os efeitos que se produzem nos lugares de reunião. Uma assembléia é um foco de irradiação de pensamentos diversos. É como uma orquestra, um coro de pensamentos, onde cada um emite uma nota”.
Item 20 – “O pensamento, portanto, produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral, fato este que só o espiritismo podia tornar compreensível.
Item 22 – “O perispírito é o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual. É por seu intermédio que o Espírito encarnado se acha em relação contínua com os desencarnados... O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escampam aos sentidos corpóreos.”
Item 31 – “A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas depende também da energia, da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanta maior força de penetração dará ao fluido.”
Item 33 – “A ação magnética pode produzir-se de muitas maneiras:
1º - Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito ou magnetismo humano, cuja ação se acha adstrita à força e sobretudo à qualidade do fluido;
2º - Pelo fluido dos espíritos atuando diretamente e sem intermédio sobre um encarnado, seja para curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico, espontâneo,...”
3º - Pelos fluidos que os espíritos derramam sobre o magnetizador, que serve de veículo para esse derramamento. É o magnetismo misto, semi-espiritual, ou se o preferirem, humano-espiritual.”
Item 34 – “É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas a de curar instantaneamente pela imposição de mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo deve-se considerar excepcional
Após as considerações feitas acima, sobre o tratamento espiritual, sempre seguindo os postulados de Jesus e os preceitos da Doutrina Espírita podemos também citar:
  1. Reunião doutrinária – é de suma importância que o obsidiado participe, quando apresentar condições para isto, bem como toda a sua família, considerando a oportunidade que terão para ouvir palestras edificantes, sob todos os aspectos, levando assim ao crescimento moral e espiritual.
  2. Reunião de desobsessão – a reunião tem por objetivo atender aos irmãos necessitados, envolvidos no conflito. No caso do obsidiado, tem por finalidade a análise das parasitoses mentais e do corpo físico. No caso do obsessor, ele terá a oportunidade de comparecer à reunião, onde deverá ser recebido com muito amor, visando a doutrinação, para que possa compreender os erros do irmão e assim encontrar forças para perdoar.
  3. Passe – é uma técnica chamada fluidoterapia. É de muita importância no tratamento desses irmãos, considerando a oportunidade de manipulação de fluidos, retirando fluidos tóxicos e interpondo fluidos benéficos. Os passes poderão ser espirituais, em função do magnetismo de irmãos desencarnados que participam dos trabalhos, e humanos, através do magnetismo do próprio passista encarnado.
  4. Água fluidificada – de grande importância no reequilíbrio do Ser, considerando que nela são introduzidos fluidos benéficos que prestarão sua contribuição.
  5. Culto cristão no Lar – é muito importante para todos, considerando a oportunidade de leitura do evangelho e a reflexão sob o mesmo e as preces que poderão ser feitas, permitindo crescimento interior, o exercício da fé, gerando transformações a nível de renúncias de viciações e paixões inferiores, permitindo a vigilância do Ser em seus pensamentos, palavras e atos.
  6. Cirurgias espirituais – é uma técnica de grande valor para o restabelecimento do Ser e que será usada em seu benefício, desde que haja merecimento e a vontade do Pai.
  7. Deixar bem claro para todos, que o tratamento espiritual oferecido na Casa Espírita não dispensa tratamento médico.
Ressaltamos a importância das transformações do Ser, visando as melhores condições de seu campo eletromagnético. É conveniente recordar os ensinamentos do Codificador quando nos diz que “os espíritos inferiores não podem suportar o brilho e a impressão dos fluidos mais etéreos. Não morreriam no meio desses fluidos porque Espírito não morre, mas uma força instintiva os manteriam afastados dali como a criatura terrena se afasta de um fogo muito ardente ou de uma luz muito deslumbrante.” (A Gênese, cap. XIV, item 11).

X – PROGNÓSTICO

Apesar de todos os avanços da medicina, com o seu arsenal de terapias modernas e da boa vontade das Casas Espíritas, com seus médiuns e mentores espirituais, todos falharão, em consequência de reajustes que estarão sujeitos em face de merecimentos diante das Leis Cármicas.
O prognóstico, de modo geral, poderá ser bom ou ruim, considerando todos os fatores envolvidos, especialmente o interesse do obsidiado em profundas transformações íntimas e a boa vontade da família em dar-lhe toda a assistência possível sob todos os aspectos.
Relatamos aqui observações do Dr. Alberto Lyra, psiquiatra, membro da AMESP, quando nos diz que o diagnóstico pode estar certo, mas os resultados dos tratamentos nem sempre são animadores, quando os consideramos:
  1. Incuráveis;
  2. Curáveis, com permanência de resíduos neuróticos, psicóticos ou psicopáticos;
  3. Cura total, com ajustamento satisfatório psicológico e social da personalidade.
Temos ainda a esperança de melhorar o prognóstico desses pacientes, principalmente ao lembrarmos do nosso mentor espiritual Emmanuel (O Consolador), quando nos diz que “Os homens, em verdade, aprenderam a química com a natureza, copiaram as suas associações desenvolvendo a sua esfera de estudos e inventaram uma nomenclatura reduzindo os valores químicos, sem lhes aprender a origem divina, O concurso científico é sempre útil quando oriundo da consciência esclarecida e da sinceridade do coração. Importa considerar, todavia, que a ciência do mundo se não deseja continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição, tem a absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das características morais do homem. A medicina do futuro terá de ser eminentemente espiritual, posição difícil de ser atualmente alcançada, em razão da febre maldita do ouro; mas os apóstolos dessas grandes realidades não tardarão a surgir nos horizontes acadêmicos do mundo, testemunhando o novo ciclo evolutivo da humanidade.”I

XI – PROFILAXIA

Podemos aceitar a hipótese da profilaxia da obsessão, quando nos propomos a realizações sérias, a nível de grandes transformações internas, visando o crescimento e o aperfeiçoamento moral, estabelecendo uma vida de serenidade, seriedade e humildade em busca da paz. Não podemos esquecer que teremos paz em função da quitação dos nossos débitos com a nossa consciência.
Ressaltamos, ainda, que todos os processos de iniciação devem ser precedidos dos postulados de Jesus e dos preceitos da Doutrina Espírita.
Lembremos também dos ensinamentos de Hahnemann (Loucura Sob Novo Prisma – Adolfo Bezerra de Menezes, 2ª ed., pg. 152, FEESP) quando nos afirma que “Esse planeta tem uma atmosfera, que tanto mais se eleva e se difunde no espaço, quanto maior for a esfera moral de cada um, constituindo assim planetas de primeira, segunda e terceira grandeza. Trabalhe cada um por elevar a atmosfera que o envolve, e breve, muito breve, as revelações do mundo dos espíritos elevados virão dissipar as trevas que ainda envolvem a Terra.”
Em relação à nossa conduta, André Luiz (No Mundo Maior, Francisco C. Xavier, 9ª ed., pg. 49 e 59) nos diz que “O gênero de vida de cada um, no invólucro carnal, determina a densidade do organismo perispíritico após a perda do corpo denso. Ora, o cérebro é o instrumento que traduz a mente, manancial de nossos pensamentos. Através dele, pois, unimo-nos à luz ou à treva, ao bem ou ao mal. O cérebro é o órgão sagrado da manifestação da mente, em transito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana.”
André Luiz também (Nos Domínios da Mediunidade - Francisco C. Xavier, 17ª ed., pg. 48) nos ensina que “Pensamentos de crueldade, revolta, tristeza, amor, compreensão, esperança ou alegria, teriam natureza diferenciada com características e pesos próprios, adensando a alma ou sutilizando-a, além de lhe definirem as qualidades magnéticas.”

XII – CONCLUSÃO

Afirmamos que obsidiados sempre existiram em todas as épocas, apenas receberam denominações diferentes, em virtude do progresso da humanidade.
Apesar de todos os esforços e estudos já realizados, há muito o que fazer, considerando a mensagem de Bezerra de Menezes (psicografada por Divaldo P. Franco – Brasília, 09/11/91), quando nos diz que “A decadência da ética e a revolução que se apresenta como indispensável para as novas propostas e valorização da criatura humana asfixiam a identidade superior do Espírito, reduzindo-a a escombros que se demoram no letargo das paixões inferiores. Momento difícil este, em que a criatura sente-se aturdida, sem parâmetros para selecionar os valores que lhe devem conduzir o comportamento. Instante grave, em que as injunções penosas cerceiam os ideais de enobrecimento, relegando-os a plano secundário. Hora apocalíptica, em que as tentações de alto e pequeno porte contaminam os menos preocupados com a verdade e os pouco distraídos das responsabilidades mais elevadas. É também, o momento do chamamento para a decisão que deve caracterizar aqueles que, ao ouvirem Jesus, comprometam-se com Ele em regime de totalidade.”
O Codificador nos afirma que “A ciência e a religião são duas alavancas da inteligência, uma revela as leis do mundo material e a outra revela as leis do mundo moral...
A Doutrina Espírita, aliada às Ciências Médicas, poderão se entender, não se contradizendo, mas de mãos dadas, caminhando juntas, buscando todos os recursos disponíveis no sentido de abrandar o sofrimento do Ser” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, 117ª ed., cap. I, item 8).
Bezerra de Menezes nos afirma que “a ciência nadará em um oceano de incertezas, enquanto acreditar que a loucura depende exclusivamente do cérebro. A ciência precisa distinguir as causas físicas das morais, para poder aplicar às moléstias os meios correlativos” (Loucura Sob Novo Prisma, 2ª ed., 1987).
Considerando a complexidade do assunto, de forma alguma tivemos pretensão de esgotá-lo, e sim de prestar uma singela contribuição à reflexão.

XIV – BIBLIOGRAFIA

  • AZEVEDO, José Lacerda de – Espírito e Matéria, Novos Horizontes para a Medicina, 3ª edição, 1990
  • BÍBLIA SAGRADA – 68ª ed., Imprensa Bíblica Brasileira
  • BOLETIM do Comitê Brasileiro para a Prevenção e Tratamento da Depressão – Editorial n.º 24
  • EMMANUEL – O Consolador – psicografado por Francisco Cândido Xavier, 13ª edição 1986
  • Palavras de Emmanuel - psicografado por Francisco Cândido Xavier, 4ª edição 1978
  • KARDEC – O Livro dos Espíritos, 58ª ed., IDE, 1990
  • O Livro dos Médiuns, 14ª ed., Ed. LAKE, 1988, São Paulo
  • A Gênese, 21ª edição, 1986, Federação Espírita Brasileira-FEB, Rio de Janeiro-RJ.
  • Obras Póstumas, 18ª edição, 1981, FEB-RJ.
  • O Evangelho Segundo o Espiritismo, 117ª edição, 1990, Instituto de Difusão Espírita-IDE.
  • LUIZ, André – Nos Domínios da Mediunidade, psicografado por Francisco Cândido Xavier, 17ª edição, 1988, FEB, RJ
  • Mecanismos da Mediunidade, psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, 13ª edição, 1994, FEB-RJ.
  • No Mundo Maior, psicografado por Francisco Cândido Xavier,9ª edição, FEB-RJ.
  • Evolução em Dois Mundos, psicografado por Francisco Cândido Xavier, 11ª edição, 1989, FEB-RJ.
  • MEDINESP, Boletim Médico-Espírita nº 02, dezembro de 1984.
  • MENEZES, Adolfo Bezerra de Menezes – A Loucura sob um Novo Prisma, 2ª edição, 1987, FEB-RJ.
  • MIRANDA, Manoel Philomeno de – Nos Bastidores da Obsessão, 5ª edição, 1990, FEB-RJ.
  • RIZZINI, Carlos Toledo – Evolução para o Terceiro Milênio, 8ª edição, 1990, Edicel.
  • SCHUBERT, Suely Caldas – Obsessão-Desobsessão, 9ª edição, 1994.
  • YAMAMURA, Ysao – Manuel de Ortopedia nº 13, Medicina Chinesa – Acupuntura.
INDOVAL MORELI HEIDERICK
Trabalho implementado pelo Médico acima, com especialidade em Ortopedia e Traumatologia. Foi Presidente da Associação Médico-Espírita do Estado do Espírito Santo, no periodo de . Diretor Mediúnico do Grupo de Fraternidade Espírita “Irmã Clotildes”- (Rua Marcondes de Souza,90/94) - Vitória-ES-Brasil.
e-mail: clotildes@escelsa.com.br



Minha lista de blogs

Visualizações de página do mês passado

Páginas