terça-feira, 24 de maio de 2011

Obsessão Espiritual: Um problema que se manifesta de várias formas











(...) Existem problemas obsessivos em várias expressões, como os de um encarnado sobre outro; de um desencarnado sobre o outro; de um encarnado sobre um desencarnado e, genericamente, deste sobre aquele.
- Manoel Philomeno de Miranda.
(Sementes de Vida Eterna, Autores diversos. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, cap. 30).

Não pense queridos amigos que apenas os espiritos desencarnados nos obsediam,mesmo na carne ainda fazemos com nossos irmãos atos indignos e cruéis.
quando não estamos atentos na verdadeira fé de amor e perdão.

A obsessão espiritual, na qualidade de doença ainda não catalogada nos tratados de patologia médica (a medicina clássica por se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do ser, não leva em consideração a existência da alma, do espírito) é um dos mais antigos flagelos da humanidade, prolongando-se, portanto, há milênios. Mas por quê?
Partindo do princípio que somos seres em evolução (estamos todos subordinados a uma das Leis Universais, a Lei da Reencarnação. Mesmo não querendo reencarnar, o ser terá que reencarnar, exceto aqueles que já se libertaram do ciclo cármico; nesses casos, terão o livre-arbítrio de escolher se querem reencarnar ou não), obviamente em vidas passadas praticamos atrocidades, barbáries, prejudicando os nossos semelhantes (é importante ressaltar que o véu do esquecimento não nos deixa lembrar o que fizemos no passado) e, com isso, criamos inimigos, espíritos obsessores.
Desta forma, enquanto o ser humano alimentar sentimentos de ódio e vingança, a obsessão espiritual continuará existindo. Escrevi em artigos anteriores em meu Site que 95% dos pacientes que me procuram em meu consultório têm uma influenciação espiritual obsessora como causa primária (principal) ou secundária (agravante) de seu(s) problema(s) e apenas em 5% a causa é puramente psicológica, criada pelo próprio paciente nessa vida (infância, nascimento, útero materno) ou em vidas passadas.
Portanto, a obsessão espiritual como enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.

Neste aspecto, a Terapia Regressiva Evolutiva (T.R.E.) – A Terapia do Mentor Espiritual – Abordagem psicológica e espiritual breve, canalizada por mim através dos Espíritos Superiores do Astral, foi criada não para substituir a medicina, mas sim complementá-la. Melhor explicando: a medicina cuida do organismo físico e a T.R.E. da alma, do espírito. Essa é a minha esperança, que as duas possam um dia caminhar lado a lado, formando uma parceria.
É conhecida da maioria das pessoas, que a influenciação espiritual obsessora se dá de um desencarnado para um encarnado. Porém, na observação clínicapode -se  perceber seis formas de obsessão espiritual:
1) Desencarnado para encarnado.
2) Encarnado para desencarnado.
3) Desencarnado para desencarnado.
4) Obsessão recíproca.
5) Auto-obsessão e;
6) Encarnado para encarnado.

1) Desencarnado para encarnado: Aproveitando-se do estado de invisibilidade, o espírito obsessor exerce sua ação nociva no obsediado, manipulando seu campo de energia de diversas formas possíveis e inimagináveis, usando armas espirituais (artefatos fluídicos, portanto, não detectáveis por nenhum aparelho médico terreno sofisticado, como a ressonância magnética), parasitas, energias semeadas, chegando a criar doenças graves no encarnado com febres, inflamações, dores e outros sintomas orgânicos, confundindo assim o raciocínio do médico e dificultando o tratamento adequado.

2) Encarnado para desencarnado: Há casos de encarnados, que durante o sono, em espírito (desdobrados), vão atrás do desencarnado para vigiá-lo e/ou prejudicá-lo no astral inferior (trevas), por estarem dominados por sentimentos de ódio, revolta e vingança.

3) Desencarnado para desencarnado: É comum nas sessões de regressão o paciente recordar uma vida passada em que após o seu desencarne, se encontrou no umbral (trevas) com o(s) seu(s) desafeto(s) e travou com ele(s) um embate espiritual.

4) Obsessão recíproca: uma mulher que em várias encarnações ela e a sua sogra se alternavam como obsessora e obsediada (então sem grau de parentesco) e agora, na vida atual, ambas vieram encarnadas, disputando novamente o mesmo homem (que hoje veio como marido e filho, respectivamente). Não se conteve e chorou copiosamente. Aproveitando  o momento foi  sugerido  que ela perdoasse a sua sogra. Ela me respondeu: Como posso perdoar essa vagabunda? Não consigo.
Esclarecido à paciente que a única maneira de ambas cortarem o cordão energético, o laço psíquico que as unia em várias encarnações, era através da oração do perdão, da reconciliação.
Não adiantou, a paciente  disse que não estava ainda em condições de perdoá-la. Este é um exemplo de que as pessoas se unem não só pelo amor, mas também pelo ódio.

5) Auto-obsessão: Kardec, o codificador do Espiritismo, dizia: O homem não raramente é obsessor de si mesmo. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio indivíduo.
 No entanto, muitos pacientes preferem jogar a culpa de seus problemas, atribuindo-os aos espíritos obsessores. São doentes da alma, obsessores de si mesmos atormentados pelos seus próprios pensamentos negativos, doentios.

6) Encarnado para encarnado: São pessoas obsediando pessoas em todas as relações humanas: Pais e filhos, irmãos, marido e mulher, sogra e nora, chefe e funcionário, etc.
Nos relacionamentos amorosos essas obsessões decorrem de um amor tirano, déspota, possessivo, ciumento, que tolhe, sufoca a liberdade do outro.
Entre pais e filhos, cria uma verdadeira simbiose parasitária, como se ambos fossem um único organismo, tal o grau de dependência mútua.
O mesmo ocorre também nos relacionamentos afetivos, onde o casal cultiva um relacionamento tóxico, doentio, destrutivo.
Nesses casos, o cônjuge exerce na vida do paciente aquilo que uma droga exerce nos viciados. É a dependência afetiva.
No trabalho, a obsessão espiritual se manifesta naquele chefe que persegue sistematicamente de todas as formas possíveis, humilhando, torturando psicologicamente o funcionário para minar, acabar com a sua auto-estima e a autoconfiança. 

quarta-feira, 18 de maio de 2011


Nicolas Camille Flammarion nasceu em Montigny- Le-Roy, França, no dia 26 de fevereiro de 1842, e desencarnado em Juvisy no mesmo país, a 3 de junho de 1925.
Flammarion em galo-romano significa “Aquele que leva a luz
O termo Galo-Romano descreve a cultura romanizada da Gália sob o controle do Império Romano. Ela foi caracterizada pela adoção ou adaptação por parte dos gauleses dos costumes e modo de vida romanos.
Nicolas Camille Flammarion foi um homem cujas obras encheram de luzes o século XIX.

Infância

    Nicolas Camille Flammarion foi o filho primogênito de um casal de comerciantes de tapeçarias que viviam em Montigni-Le-Roi, região leste da França. Veio à luz aos vinte e seis dias de fevereiro de 1842.

    Desde o nascimento os pais (especialmente a mãe) lhe reservaram um "destino intelectual". A mãe não deixava que o pequeno Nicolas brincasse com as crianças do povo. Aos quatro anos ele lia, aos quatro anos e meio escrevia, aos cinco anos iniciava os estudos de gramática e aritmética e aos seis iniciava-se na escola, onde escrevia com penas de pato.

    Os pais de Flammarion tiveram mais três filhos, Berthe Martin, Ernest e Marie Valliant. Ernest Flammarion tornou-se dono de uma livraria e editora que publicou (e ainda publica) algumas das obras do irmão. A família parece ter-se envolvido no projeto dos pais, visto que no centenário da publicação do seu laureado "Astronomia Popular", a editora de Ernest Flammarion lançou a público uma edição comemorativa.

    Etienne-Jules, pai de Flammarion, era cético em assuntos de religião, mas sua mãe, Françoise Lomou era católica praticante e levava os filhos todos os domingos à igreja. Ela acreditava que o filho pudesse se dedicar à vida eclesiástica. Certa feita, Etienne Jules trouxe a seu filho um livro de Cosmografia que o pequeno copiou, especialmente os sistemas de Ptolomeu, Copérnico e Tycho-Brahe.


    Aos nove anos de idade, Flammarion iniciou seus estudos de latim. Realizou seus estudos clássicos na cidade de Langres, em uma escola católica que foi responsável por seus sólidos conhecimentos em humanidades.

Queixava-se constantemente que o tempo não lhe deixava fazer um décimo daquilo que planejava. Aos quatro anos de idade já sabia ler, aos quatro e meio sabia escrever e aos cinco já dominava rudimentos de gramática e aritmética.
Tornou- se o primeiro aluno da escola onde frequentava.
Seu interesse pelos livros veio desde os tenros anos da infância. Aos oito anos Flammarion já possuía uma biblioteca de 50 volumes.
Para que ele seguisse a carreira eclesiástica, puseram-no a aprender latim com o vigário Lassalle. Aí Flammarion conheceu o Novo Testamento e a Oratória.
Em pouco tempo estava lendo os discursos de Massilon e Bonsuet.
O padre Mirbel falou da beleza da ciência e da grandeza da Astronomia e mal sabia que um de seus auxiliares lhe bebia as palavras. Esse auxiliar era Camille Flammarion.
Nas aulas de religião era ensinado que uma só coisa é necessária: "a salvação da alma", e os mestres falavam: "De que serve ao homem conquistar o Universo se acaba perdendo a alma?".



Flammarion passou por sérias dificuldades financeiras:

Após uma epidemia de cólera, seus pais passaram dificuldades financeiras e seu pai foi obrigado a entregar tudo aos credores e se mudaram para Paris. Flammarion mudou-se em setembro de 1856, então com quatorze anos de idade.
Para se manter ele trabalhou como auxiliar de gravador recebendo como pagamento casa e comida.
Comia pouco e mal, dormia numa cama dura, sem o menor conforto.
O trabalho era áspero e o patrão exigia que tudo fosse feito com rapidez.
Pretendia completar seus estudos, principalmente a matemática, a língua inglesa e o latim.
Passou a estudar na Associação Politécnica de Paris em cursos gratuitos.
Queria obter o bacharelado e por isso estudava sozinho à noite. Deitava-se tarde e nem sempre tinha vela. Escrevia ao clarão da lua e considerava-se feliz. Apesar de estudar à noite, trabalhava de 15 a 16 horas por dia. Ingressou na Escola de desenho dos frades da Igreja de São Roque, a qual freqüentava todas as quintas-feiras. Naturalmente tinha os domingos livres e tratou de ocupá-los. Nesse dia assistia as conferências feitas pelo abade sobre Astronomia. Em seguida tratou de difundir as associações dos alunos de desenho dos frades de São Roque, todos eles aprendizes residentes nas vizinhanças. Seu objetivo era tratar de ciências, literatura e desenho, o que era um programa um tanto ambicioso.
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Aos 16 anos de idade, Camille Flammarion foi presidente da Academia, a qual, ao ser inaugurada, teve como discurso de abertura o tema "As Maravilhas da Natureza". Nessa mesma época escreveu "Cosmogonia Universal", um livro de quinhentas páginas; o irmão, também muito seu amigo, tomou-se livreiro e publicava-lhe os livros.
A primeira obra que escreveu foi "O Mundo antes da Aparição dos Homens", o que fez quando tinha apenas 16 anos de idade. Gostava mais da Astronomia do que da Geologia. Assim era sua vida: passar mal, estudar demais, trabalhar em exagero.
Um domingo desmaiou no decorrer da missa, por sinal, um desmaio muito providencial.
O doutor Edouvard Fornié foi ver o doente. Em cima da sua cabeceira estava um manuscrito do livro "Cosmogonia Universal". Após ver a obra, achou que Camille merecia posição melhor. Prometeu-lhe, então, colocá-lo no Observatório de Paris como aluno de Astronomia. Entrando para o Observatório, do qual era diretor Le Vèrrier, muito sofreu com as impertinências e perseguições desse diretor, que não podia conceber a idéia de um rapazola acompanhá-lo em estudos de ordem tão transcendental.
Retirando-se em 1862 do Observatório de Paris, continuou com mais liberdade os seus estudos, no sentido de legar à Humanidade os mais belos ensinamentos sobre as regiões silenciosas do Infinito. Livre da atmosfera sufocante do Observatório, publicou no mesmo ano a sua obra "Pluralidade dos Mundos Habitados", atraindo a atenção de todo o mundo estudioso.

 
 
 
Para conhecer a direção das correntes aéreas, realizou, no ano de 1868, algumas ascensões aerostáticas.
Em 1870 escreveu e publicou um tratado sobre a rotação dos corpos celestes, através do qual demonstrou que o movimento de rotação dos planetas é uma aplicação da gravidade às suas densidades respectivas. Tornando-se espírita convicto, foi amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, tendo sido o orador designado para proferir as últimas palavras à beira do túmulo do Codificador do Espiritismo, a quem denominou "O Bom Senso Encarnado".
Em 1878, publica um catálogo de estrelas duplas visuais que foi, por muitos anos, considerado o melhor do mundo.
Em 1882 funda a revista L´Astronomie que é editada até hoje e que provocaria o surgimento do Boletim Astronômico do Observatório de Paris. 

Julho de 1925

Seus livros repletos de ciência, filosofia e poesia granjearam a admiração em todo o mundo. 
É nesta época que recebe de um septuagenário de Bordeaux, a doação de uma imensa propriedade onde após dois anos de obras, instala o seu Observatório de Juvisy.

Observatório Flammarion de Juvisy
Interior do Observatório Flammarion de Juvisy
Observando os astros
O Observatório de Juvisy foi fundado por Flammarion em 1883, onde passou a realizar seus trabalhos nas áreas de astronomia, climatologia e meteorologia. Ele é visto pelos astrônomos contemporâneos como um astrônomo amador que realizou um trabalho de vulgarização da astronomia (no seu sentido de divulgação, e não no pejorativo de banalização) Esta qualificação possivelmente se deve ao fato de ele não fazer parte de nenhuma academia ou centro de pesquisa oficial, mas, certamente, não se pode qualificá-lo de amador por não publicar seus trabalhos regularmente em periódicos científicos.
Em 1896 descobriu o chamado "Ciclo de Flammarion", período de 54 anos no qual se repetem nas mesmas regiões da Terra os eclipses do Sol.

Premiações:

Pela publicação de sua "Astronomia Popular", recebeu da Academia Francesa, no ano de 1880, o Prêmio Montyon, por seu livro "Astronomia Popular", traduzido em todas as línguas.
Uma das primeiras personalidades a visitá-lo foi o Imperador do Brasil, D. Pedro II que em 29 de julho de 1887, inaugura, com uma observação de Vênus, a grande luneta de 25 cm de diâmetro. Nessa ocasião nosso Imperador plantou um pinheiro nos jardins de Juvisy e concedeu ao ilustre astrônomo a comenda da "Ordem da Rosa". Um monumento alusivo à visita foi inaugurado mais tarde.

D. Pedro II

Ordem da Rosa
Outros títulos e honrarias lhe são concedidos pelos governos da Espanha e Romênia, dentre os quais, nas suas memórias, Flammarion enumera o prêmio "Ruban Violet" de oficial da instrução pública, a "Grande Ordem da Cruz de Isabella Católica" e a "Cruz da Grande Ordem de Carlos III", oferecidos pelo governo espanhol.


Cruz da Grande Ordem de Carlos III

Grande Ordem da Cruz de Isabella Católica


Sociedade Astronômica da França.

Plaquette du centenaire de Camille Flammarion
Em 28 de janeiro de 1887 reúne em sua residência vários astrônomos, amigos da ciência e colaboradores para criar a Sociedade Astronômica da França com o objetivo de "difundir as Ciências do Universo e fazer os amadores participarem do seu progresso", que continua vigente até os dias de hoje.

D. Pedro II é um dos primeiros membros fundadores (nº 85), bem como o "Pai da Aviação" e astrônomo amador, Alberto Santos Dumont. Milhares de astrônomos profissionais e amadores de todo o mundo voltado aos mesmos ideais de contemplar, observar e estudar o céu fazem parte da Sociedade.

 Entre outras honrarias e prêmios, a Sociedade concede anualmente a "Plaquette du centenaire de Camille Flammarion", que é uma medalha de prata e o prêmio "Gabrielle et Camille Flammarion" para trabalhos e pesquisadores que se destacam.



Suas obras, de uma forma geral, giram em torno do postulado espírita da pluralidade dos mundos habitados e são as seguintes:
 
"Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais", "As Maravilhas Celestes", "Deus na Natureza", "Contemplações Científicas", "Estudos e Leitura sobre Astronomia", "Atmosfera", "Astronomia Popular", "Descrição Geral do Céu", "O Mundo antes da Criação do Homem", "Os Cometas", "As Casas Mal-Assombradas", "Narrações do Infinito", "Sonhos Estelares", "Urânia", "Estela", "O Desconhecido", "A Morte e seus Mistérios", "Problemas Psíquicos", "O Fim do Mundo" e outras.

Camille Flammarion, segundo Gabriel Delanne, foi um filósofo enxertado em sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte. Flammarion -"poeta dos Céus", como o denominava Michelet - tornou-se baluarte do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador.


Mais sobre Camille Flammarion       


Camille Flammarion - o explorador e o revelador dos céus - foi quem popularizou a Astronomia. Suas obras foram traduzidas em quase todas as línguas, existindo, também, na França, centenas de Grupos Espíritas, que levam o seu nome.
No Brasil, onde sua figura, como espírita e astrônomo, é bastante conhecida, três observatórios o homenagearam com o seu nome:  Observatório Astronômico Camille Flammarion localizado na cidade de Matias Barbosa (MG), fundado por Nelson Alberto Soares Travnik, Fausto Andrade e Rui Alves, em 6 de março de 1954;  Observatório Popular Flammarion de Fortaleza (CE), fundado pelo astrônomo e escritor Rubens de Azevedo em 1947 e o Observatório Camille Flammarion de Vitória (ES), fundado pelo astrônomo Walace F. Neves.
Como não poderia deixar de ser, mais tarde Flammarion teve seu nome perpetuado em uma cratera lunar.
Camille Flammarion, foi sem dúvida alguma, um desses espíritos que, de quando em vez, reencarnam em nosso orbe, a fim de auxiliar seus irmãos em experiência a darem mais um passo rumo ao infinito.


Mas, no seu caso, temos mais alguma coisa a acrescentar: ele fazia parte, também, do mesmo grupo de espíritos a que integrava Allan Kardec e, por isso, sua vinda à Terra se deu à mesma época em que viera o mestre lionês, a fim de tomar parte, aqui, da equipe da Terceira Revelação liderada por ele, desempenhando tarefa definida no campo da astronomia. Eis porque no seu trabalho, notadamente no que versa sobre a Uranografia Geral, procurou demonstrar que Deus não criou mundos somente para servir de habitat a outras criaturas que passam por eles, na trajetória infinita de sua evolução.
Na beira do túmulo de Kardec, quando o mestre baixava à sepultura, Flammarion proferiu o célebre discurso, que está inserido no livro "Obras Póstumas", exaltando a figura incomparável daquele que legara à posteridade a consoladora Doutrina ditada pelos Espíritos, pronunciando, na oportunidade, a conhecida frase: "Ele, porém, era o que eu denominarei simplesmente O BOM SENSO ENCARNADO".
                          
Primeiros Contatos de Camille Flammarion com o Espiritismo.

Camille Flammarion, diariamente, ao retornar ao domicílio de seus parentes, passava pelo Odéon e, como os demais bibliógrafos e pesquisadores, detinha-se nas galerias desse teatro para folhear as publicações mais em evidência. Num dia de novembro de 1861, abrindo uma delas, seus olhos incidiram sobre uma página que ostentava o título "Pluralidade dos Mundos". "Ora, precisamente nessa época" - diz-nos Flammarion - "eu trabalhava numa obra referente a tal assunto, que seria lançada no ano seguinte". A publicação por ele aberta era "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. O que mais o intrigou é que a origem das informações esta atribuída a espíritos, o que ele resolveu verificar.
Refeito da surpresa, levou o volume e leu-o com a sofreguidão de sempre, característica de sua imensa sede de conhecimento, 
Procurou Allan Kardec e passou a assistir as reuniões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, onde exercitava-se semanalmente na "escrita automática" juntamente com outros médiuns, entre eles, o jovem Theóphile Gautier. Na Sociedade ele obteve diversas mensagens assinadas por Galileu, algumas das quais Kardec inseriu em "A Gênese".
Pouco tempo depois, o mestre, o  convidou a ingressar na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, como "Membro Associado Livre". Flammarion declara, sem esconder sua justa satisfação, que o respectivo documento de inscrição, datado de 15 de novembro de 1861, fora assinado pelo próprio Presidente, Allan Kardec.
Flammarion frequentou, também, as sessões de uma médium de efeitos físicos, Mme. Huet, onde também iam pessoas famosas como Victorien Sardou e o livreiro Didier. Em suas memórias ele registra que viu a mesa erguer-se inteiramente, sem causa aparente. Observou ditados que "não podem ser explicados por atos voluntários das pessoas presentes". (FLAMMARION, 1911. p. 225).
Outro grupo importante com que o jovem Flammarion parece ter tido contato, por via literária e pessoalmente, é o grupo de Victor Hugo.
Suas publicações foram sendo resenhadas por Kardec na "Revue", geralmente bem acolhidas e elogiadas por ele. A impressão que Flammarion transmite ao leitor em sua biografia é a de uma certa predileção de Kardec por ele. Na página 239 de suas Memórias ele transcreve uma carta de um espírita que houvera assistido a uma das conferências do codificador em Bordeaux onde Kardec teria feito elogios públicos a um jovem de pouco mais de dezoito anos (que seria ele próprio).

Dúvidas com Relação à sua Própria Mediunidade

Após algum tempo, que Flammarion não precisa bem em seus registros, ele passa a ter dúvidas acerca da própria mediunidade e dos fenômenos de escrita automática. Esta dúvida o perseguiria durante toda a sua vida. O que nos aparenta, dada a leitura de suas publicações, não é que o astrônomo francês houvesse negado a existência dos espíritos e a sua comunicabilidade, mas suas dúvidas diziam respeito à identificação entre comunicações predominantemente anímicas das comunicações mediúnicas.
"Eu não demorei a observar que as nossas comunicações mediúnicas [3] refletiam simplesmente nossas idéias pessoais, e que Galileu por mim, e que os habitantes de Júpiter por Sardou, são estranhos a estas produções inconscientes dos nossos espíritos" (FLAMMARION, 1923).
Durante a época em que redigia suas memórias, Flammarion se apresenta como uma pessoa ressentida com o movimento espírita da época, especialmente com os que adotam a postura de crédulos e que parece terem se voltado contra suas idéias de parcimônia científica para com as pesquisas espíritas. Mesmo assim, ele admite a existência de "
forças desconhecidas e faculdades da alma ainda inexplicadas". (FLAMMARION, 1911. p. 225).
"
Há espíritas de uma fé cega, que estão certos de estar em comunicação com os espíritos. Não há argumentação entre eles. Estes não me perdoam de não partilhar de forma alguma de suas certezas, que se tornam crenças religiosas em suas casas. Mas há entre estes, outros que compreendem que apenas o método científico nos pode conduzir ao conhecimento da verdade. Estes se tornaram meus amigos" (FLAMMARION, 1911. p. 239).
Em algumas de suas publicações persegue tão tenazmente as hipóteses anímicas que deixa a impressão de estar negando a existência do espírito.
Léon Denis, segundo a pena dedicada de Zêus Wantuil, tece alguns comentários que transcrevemos abaixo:
"E também Camille Flammarion teve suas horas de incertezas. Nos fizeram notar que na última edição do seu livro - As Forças Naturais Desconhecidas - publicada em 1917, mostra uma tendência a explicar todos os fenômenos apenas pela exteriorização do médium". (DENIS, 1918. p. 135).
Carlos Imbassahy (1951, p. 111-112) considera que Flammarion eleva a ciência a uma posição ímpar, procurando com seus métodos equacionar as questões do espírito.
"Ora, Flammarion é um simples cientista, que só no último quartel de suas experiências admitiu a comunicabilidade dos mortos. Não se trata, nunca se tratou de um doutrinador. A Ciência para ele era tudo. A certeza de que o fenômeno psíquico era devido à alma dos defuntos custou-lhe uma existência de trabalhos, de lutas, de verdadeira violência às suas antigas convicções. (...) Não se lhe podia pedir muito, nem pedir mais."
Apesar destes "senões", Flammarion, após uma vida de estudos psíquicos, não deixa dúvidas quanto à sua convicção, baseada em fatos, na sobrevivência e personalidade da alma humana. O astrônomo francês é enfático em sua defesa da imortalidade do espírito em "A Morte e Seu Mistério", do qual transcrevemos o seguinte parágrafo:
"
Esses fatos, devidamente comprovados, provam que a morte não existe, que é apenas uma evolução, sobrevivendo o ente humano a essa hora suprema, a qual não é de modo nenhum a última hora. Mors janua vitæ: a morte é a porta da vida. O corpo é somente um vestuário orgânico do espírito; ele passa, muda, desagrega-se: o espírito permanece. (...) (FLAMMARION, 1922c. p. 323)
Em sua publicação mais próxima da desencarnação[4] , o livro "As Casas Mal Assombradas", Flammarion sustenta uma polêmica com autores franceses que resistem à idéia da imortalidade da alma, marcando, sem deixar dúvidas, a sua posição.
"
Se o Universo é um dinamismo, se o Cosmos bem justifica seu nome (ordem), se o mundo desconhecido é mais importante que o conhecido, se há forças inteligentes e seres invisíveis, devemos preferir ao negativismo de Naquet, Berthelot, Le Dantec, Littré, Cabanis, Lalande, Voltaire, às convicções de Hugo, Pasteur, Ampère, G"the, Euler, Pascal, Newton, espiritualistas, de vez que estes atravessam a crosta das aparências e descobrem, na análise das coisas, o dinamismos invisível, fundamental." (FLAMMARION, 1923. p. 320)
O próprio Léon Denis, quando convidado por Jean Meyer para ser presidente do III Congresso Espírita Internacional (Paris-1925), recusou, tendo como certo que Flammarion o seria. Foi necessário que o espírito Jerônimo lhe dissesse, sem explicar, que ele não estaria lá. Flammarion certamente estaria, se não fosse colhido pela visita da morte.
Há que se compreender, nos dias de hoje, as pressões pelas quais Flammarion não deve ter passado, seja no meio científico, seja no meio espírita. Ainda nos dias de hoje procuram descaracterizar ou desvalorizar sua obra espírita. Veja o lamentável comentário de Pierre Grimal, que se intitula professor da Sorbonne:
"...Dedicou igualmente vários trabalhos aos delicados problemas atinentes à vida e ao destino humanos, mas sua obra neste campo carece muitas vezes do rigor científico indispensável." (GRIMAL, 1969. p. 533)


Questões Religiosas e o Discurso no Túmulo de Kardec

Durante seus estudos clássicos, Flammarion foi introduzido ao pensamento cristão, sob a ótica do Catolicismo. Em suas memórias ele indica as reservas que foi fazendo aos dogmas da Igreja. Servindo-se da razão, ele questiona o pecado original, o mito de Adão, a idéia de redenção e a descendência davídica de Jesus ante o episódio da concepção. Com este espírito crítico, ele não poderia seguir a carreira eclesiástica, como desejava sua mãe, sem graves conflitos.
A posição que Flammarion guardou, com relação às idéias religiosas, para o resto da vida, foi de reserva. Quanto ao Catolicismo, ele rejeitava o posicionamento teológico dogmático, mas reconhecia um valor afetivo e moral, bem como o papel da filantropia para a sociedade.
As idéias positivistas, especialmente as referentes ao conceito e papel da ciência no conhecimento, marcaram seu espírito. O empirismo de braços dados com a razão, a construção das teorias a partir da observação dos fatos, o questionamento de qualquer sistema calcado em postulados apriorísticos e o uso da matemática na análise dos fenômenos são uma constante na construção do seu pensamento, seja nas pesquisas astronômicas, seja nas pesquisas psíquicas.
Com estas "marcas", Flammarion adotou uma postura reservada na análise dos fenômenos espíritas.
Quando proferiu seu
discurso no túmulo de Kardec, ele reconheceu o trabalho do codificador, considera-o "o bom-senso encarnado", mas propôs-se a desenvolver o aspecto científico do Espiritismo.

"
Conforme o seu próprio organizador previu, esse estudo, que foi lento e difícil, tem que entrar agora num período científico. Os fenômenos físicos, sobre os quais a princípio não se insistia, hão de tornar-se objeto da crítica experimental, a que devemos a glória dos progressos modernos e as maravilhas da eletricidade e do vapor. (...) Porque, meus Senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, da qual apenas conhecemos o a, b, c. Passou o tempo dos dogmas." (FLAMMARION, 1869)

Uma curiosidade que encontramos na Revista Espírita foi que o discurso impresso nas Obras Póstumas e no volume de 1869 traduzido por Júlio Abreu Filho é apenas um excerto do discurso original, que teria sido publicado em forma de uma brochura de 24 páginas.
Na suas memórias Flammarion afirma ter sido convidado a presidir a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, mas tê-lo declinado. Ele se explica da seguinte forma:

"
O comitê me ofereceu suceder a Allan Kardec como presidente da Sociedade Espírita. Eu recusei, dizendo que nove décimos dos seus discípulos continuariam a ver, durante muito tempo ainda, uma religião mais que uma ciência, e que a identidade dos "espíritos" estava longe ainda de ser provada." (FLAMMARION, 1911. p. 498)

Esta citação, mas principalmente a que é transcrita abaixo, mostram como se discutia o caráter religioso do Espiritismo à época de Kardec. Neste primeiro momento Flammarion usa do termo religião para caracterizar "crença", com um tom crítico devido ao tema isolado da identificação dos espíritos. Entretanto, havia uma pretensão de se constituir uma religião a partir de conhecimentos demonstrados pela ciência. Kardec rejeitava a idéia de culto organizado, hierarquias, etc. comumente atreladas ao conceito de religião. Mas, possivelmente, compartilharia com Flammarion a idéia abaixo:

"
A existência do Espírito na Natureza, nas leis do cosmos, no homem, nos animais, nas plantas é manifesta. Ela deve bastar para estabelecer a religião natural. E tal religião será incomparavelmente mais sólida que todas as formas dogmáticas. Os princípios da justiça se impõem com a mesma autoridade, e Confucius, assim como Platão e Marco Aurélio, antecipam a base desta religião." (FLAMMARION, 1911. p. 99)

Finalizando:

Dos colaboradores de Kardec, Camille Flammarion foi o que mais valorizou a construção do conhecimento espírita a partir da metodologia empírica e positivista. Como conseqüência desta sua postura ele passou anos de sua vida buscando fatos, sobre os quais construiu a convicção na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos espíritos e na existência de faculdades extra-sensoriais nos homens, o que frutificou-se na Metapsíquica de Richet e posteriormente na Parapsicologia de Rhine.
Esta sua visão de ciência e as suspeitas que passou a ter para com os aspectos filosóficos e religiosos do Espiritismo não o tornaram, contudo, um iconoclasta, aos moldes de alguns críticos contemporâneos do aspecto religioso do Espiritismo. Suspeitando do método de Kardec, Flammarion lançou-se ao estudo continuado da fenomenologia espírita, oferecendo-nos, quando desencarnou, uma obra que tornou mais sólidas as bases científicas da doutrina espírita. Quem sabe estes últimos não possam ter suas idéias arejadas pelo pioneirismo do astrônomo francês e redirecionar suas ações em uma cruzada de construção e consolidação.
Crítico dos sistemas religiosos e das verdades misteriosas bastante difundidos em sua época, Flammarion se rendia ao espírito religioso e à construção de uma religião natural, sem dogmas, sem mistérios e sem sobrenatural, como o pensava Allan Kardec.
A obra espírita de Flammarion sustentou e alimentou diversas gerações de espíritas em nosso país, foi uma fonte importante nas discussões que o movimento espírita brasileiro teve de sustentar com diversos segmentos científicos e políticos de nossa sociedade para manter o direito constitucional de existir. 
É fundamental que a geração nova, que vem adquirindo as bases do conhecimento espírita nas muitas mocidades e juventudes de nosso país, assim como aos muitos grupos e reuniões de estudo sistematizado do Espiritismo que não olvidasse a obra deste cientista espírita.
Saudamos com estas poucas linhas a memória e a obra do mais polêmico dos espíritas franceses contemporâneos de Kardec.

Desencarne:
Camille Flammarion partiu da vida para a história nos braços da esposa Gabrielle, na Biblioteca do Observatório na tarde do dia 3 de junho de 1925.

Na manhã ensolarada desse dia, com a esposa a visitar os jardins do Observatório, onde a vida irradiava nas flores e nos cantos dos pássaros, disse: "Que mistério é a vida, que mistério é a morte..."
Flammarion foi enterrado nos jardins do Observatório de Juvisy.
Todos os anos na data do seu desencarne, membros da Sociedade Astronômica da França reúnem-se à volta de seu túmulo para reverenciar sua memória e os ensinamentos legados a todos os que cultuam a ciência do céu. Flammarion é sem dúvida alguma o astrônomo que mais despertou mentalidades voltadas a Astronomia.


Túmulo de Flammarion



   


Túmulo de Kardec
Discurso de Camille Flammarion proferido
no túmulo de Allan Kardec

Depois que o Sr. Vice-Presidente da Sociedade, na tumba do mestre, fez a prece pelos mortos e, em nome da Sociedade testemunhou os sentimentos de pesar que acompanham o Sr. Allan Kardec à sua partida desta vida, o Sr. Camille Flammarion pronunciou o discurso que vamos reproduzir em parte.  De pé numa elevação, de onde dominava a assembléia, o Sr. Flammarion foi ouvido por todos e afirmou publicamente a realidade dos fatos espíritas, seu interesse geral na Ciência e sua importância futura.  Esse discurso não é apenas um esboço do caráter do Sr. Allan Kardec e do papel de seus trabalhos no movimento contemporâneo, mas ainda, e, sobretudo, uma exposição da situação atual das Ciências Físicas, do ponto de vista do mundo in­visível, das forças naturais desconhecidas, da existência da alma e de sua indestrutibilidade.   

Senhores, 
"Submetendo-me, com deferência, no convite simpático dos amigos do pensador laborioso, cujo corpo terreno jaz agora aos nossos pés, lembro-me de um dia sombrio de dezembro de 1865. Eu pronunciava então as supremas palavras de adeus sobre o túmulo do fundador da Livraria Acadêmica, o honrado Didier, que foi, como editor, o colaborador convicto de Allan Kardec na publicação das obras fundamentais de uma doutrina que lhe era cara, e que morreu também subitamente, como se o céu tivesse querido poupar a esses dois espíritos íntegros o embaraço filosófico de sair desta vida por um caminho diferente do comum. A mesma reflexão se aplica a morte do nosso antigo colega Jobard, de Bruxelas. 
"Hoje minha tarefa é ainda maior, porque eu desejaria poder representar ao pensamento dos que me escutam, e ao de milhões de homens que, na Europa inteira e no novo mundo, se ocuparam do problema ainda misterioso dos fenômenos ditos espíritas; desejaria, digo eu, poder representar-lhes o interesse científico e o futuro filosófico do estudo desses fenômenos (a que se entregaram, como ninguém ignora, homens eminentes entre os contemporâneos).  Gostaria de lhes fazer entrever que horizontes desconhecidos verá o pensamento humano abrir-se à sua frente, à medida que estender o seu conhecimento positivo das forças naturais em ação em torno de nós; mostrar-lhes que tais constatações são o antídoto mais eficaz da lepra do ateísmo, que parece atacar particularmente a nossa época de transição, e, enfim, aqui testemunhar publicamente o eminente serviço que o autor do Livro dos Espíritos prestou à Filosofia, chamando a atenção e a discussão para fatos que, até agora, pertenciam ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas. 
"Com efeito, seria um ato importante aqui estabelecer, diante deste túmulo eloqüente, que o exame metódico dos fenômenos, erradamente chamados sobrenaturais, longe de renovar o espírito supersticioso e de enfraquecer a energia da razão, ao contrário, afasta os erros e as ilusões da ignorância e serve melhor ao progresso que a negação ilegítima dos que não se querem dar ao trabalho de ver. 
Mas não é aqui o lugar para abrir a arena à discussão irreverente. Deixemos apenas descer de nossos pensamentos, sobre a face impassível do homem deitado à nossa frente, testemunhos de afeição e sentimentos de pesar, que fiquem, em sua volta e à volta do seu túmulo como um bálsamo do coração!  E desde que sabemos que sua alma eterna sobrevive a esses despojos mortais, como lhes preexistiu; desde que sabemos que laços indestrutíveis ligam nosso mundo visível ao mundo invisível; desde que esta alma existe hoje tão bem como há três dias, e que não é impossível achar-se atualmente à minha frente, digamos-lhe que não quisemos ver apagar-se a sua imagem corporal e encerrá-la em seu sepulcro, sem honrar unanimemente os seus trabalhos e a sua memória, sem pagar um tributo de reconhecimento à sua encarnação terrestre, tão utilmente e tão dignamente realizada. 
"De início, traçarei em rápido esboço as linhas principais de sua carreira literária. 
"Morto aos sessenta e cinco anos, Allan Kardec havia consagrado a primeira parte de sua vida a escrever obras clássicas, destinadas sobretudo ao uso dos instrutores da mocidade. Quando, lá por 1850, as manifestações, em aparência novas, das mesas girantes, das batidas sem causa ostensiva, dos movimentos insólitos de objetos e de móveis, começaram a atrair a atenção pública e, mesmo, provocaram em imaginações aventurosas uma espécie de febre, devida à novidade dessas experiências, Allan Kardec, estudando ao mesmo tempo o magnetismo e seus estranhos efeitos, seguiu com a maior paciência e uma judiciosa clarividência as experiências e as tentativas tão numerosas, então feitas em Paris. Recolheu e pôs em ordem os resultados obtidos nessa longa observação, e com eles compôs o corpo de doutrina publicado em 1857, na primeira edição do Livro dos Espíritos. Todos sabeis que sucesso acolheu esta obra, na França e no estrangeiro. 
"Atingindo hoje sua décima - sexta edição, ele espalhou em todas as classes esse corpo de doutrina elementar, que não é novo em sua essência, de vez que a escola de Pitágoras, na Grécia, e a dos Druidas, em nossa própria Gália, ensinavam os seus princípios, mas que revestia uma verdadeira forma de atualidade, por sua correspondência com os fenômenos.
"Depois desta primeira obra apareceram, sucessivamente: o Livro dos Médiuns, ou Espiritismo Experimental; Que é o Espiritismo? resumo sob a forma de perguntas e respostas; O Evangelho Segundo o Espiritismo; O Céu e o Inferno; A Gênese; e a morte veio surpreendê-lo no momento em que, em sua atividade infatigável, trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo. 
"Pela Revista Espírita e a Sociedade de Paris, da qual era presidente, ele se havia, de certo modo, constituído em centro para onde tudo convergia, o traço de união de todos os investigadores.  Há alguns meses, sentindo próximo o seu fim, preparou as condições de vitalidade desses mesmos estudos após a sua morte, e estabeleceu a Comissão Central que o sucede. 
"Despertou rivalidades; fez escola sob uma forma um tanto pessoal; existe ainda alguma divisão entre os "espiritualistas" e os "espíritas".  De agora em diante, senhores (tal é, pelo menos, o voto dos amigos da verdade), devemos estar todos reunidos por uma solidariedade confraternal, pelos mesmos esforços para a elucidação do problema, pelo desejo geral e impessoal da verdade e do bem. 
"Quantos corações foram consolados, de início, por esta crença religiosa!  Quantas lágrimas foram enxutas!  Quantas consciências abertas aos raios da beleza espiritual!  Nem todos são felizes aqui na Terra.  Muitas afeições foram destruídas!  Mui­tas almas foram adormecidas pelo ceticismo.  Não será nada haver trazido ao Espiritualismo tantos seres que flutuavam na dúvida e que não mais amavam a vida física nem a intelectual? 
"Allan Kardec era o que eu chamarei simplesmente "o bom senso encarnado."  Raciocínio reto e judicioso, aplicava, sem esquecer, à sua obra permanente as indicações íntimas do senso comum.  Aí não estava uma qualidade menor, na ordem das coisas que nos ocupam. Era - pode-se afirmar - a primeira de todas e a mais preciosa, sem a qual a obra não poderia tornar-se popular, nem lançar no mundo as suas raízes imensas.  
Em maioria, aqueles que se entregaram a esses estudos lembraram-se de ter sido, na mocidade ou em certas circunstâncias especiais, testemunhas de manifestações inexplicadas; há poucas famílias que não tenham observado em sua história aconteci­mentos desta ordem. O primeiro ponto era aplicar a esses fatos o raciocínio firme do simples bom-senso e examiná-los segundo os princípios de método positivo. 
"Como o próprio organizador deste estudo demorado e difícil previra, esta doutrina, até então filosófica, deve entrar ago­ra em seu período científico.  Os fenômenos físicos, sobre os quais não se insistiu de começo, devem tornar-se objeto da crítica experimental, sem a qual nenhuma constatação séria é possível.  Este método experimental, ao qual devemos a glória do progresso moderno e as maravilhas da eletricidade e do vapor, deve colher os fenômenos de ordem ainda misteriosa, a que assistimos, dissecá-los, medi-los, defini-los. 
"Porque, senhores, o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência, da qual apenas conhecemos o abecê.  O tempo dos dogmas terminou.  A Natureza abarca o Universo.  O próprio Deus, que outrora foi feito à imagem do homem, não pode ser considerado pela Metafísica moderna senão como um espírito na Natureza. O sobrenatural não existe. As manifestações obtidas através dos médiuns, como as do magnetismo e do sonambulismo. são de ordem natural e devem ser severamente submetidas ao controle da experiência.  Não há mais milagres.  Assistimos à aurora de uma Ciência desconhecida.  Quem poderá prever a que conseqüências conduzirá, no mundo do pensamento, o estudo positivo desta Psicologia nova? 
"De agora em diante a Ciência rege o mundo. E, senhores, não será estranho a este discurso fúnebre notar sua obra atual e as induções novas que ela nos descobre, precisamente do ponto de vista de nossas pesquisas." 
Aqui o Sr. Flammarion entra na parte científica de seu discurso.  Expõe o estado atual da Astronomia e o da Física, desenvolvendo particularmente as descobertas relativas à recente análise do espectro solar.  Destas descobertas resulta que não vemos quase nada do que se passa em torno de nós na Natureza.  Os raios caloríficos que evaporam a água formam as nuvens, causam os ventos, as correntes, organizam a vida do globo, são invisíveis para a nossa retina.  Os raios químicos que regem os movimentos das plantas e as transformações químicas do mundo inorgânico são igualmente invisíveis.  A Ciência contemporânea autoriza, pois, os pontos de vista revelados pelo Espiritismo e nos abre, por sua vez, um mundo invisível real, cujo conhecimento só pode esclarecer-nos quanto ao modo de produção dos fenômenos espíritas. 
A seguir, o jovem astrônomo apresentou o quadro das metamorfoses, do qual resulta que a existência e a Imortalidade da alma se revelam pelas mesmas leis da vida. 
................................................................................................................................ 
Após a exposição científica, assim terminou ele: 
"Aquele cuja visão é limitada pelo orgulho ou pelo preconceito e não compreendem esses desejos ansiosos de nossos pensamentos, ávidos de conhecimentos, que atirem sobre tal gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema! Nós erguemos mais alto as nossas contemplações!...  Tu foste o primeiro, ó mestre e amigo! tu foste o primeiro que, desde o começo de minha carreira astronômica, testemunhou uma viva simpatia por minhas deduções relativas à existência das Humanidades Celestes; porque, tomando nas mãos o livro Pluralidade dos mundos habitados, puseste-o a seguir na base do edifício doutrinário que sonhaste.  Muitas vezes nos entretínhamos, juntos, sobre esta vida celeste tão misteriosa. Agora, ó alma! sabes por uma visão direta em que consiste essa vida espiritual, à qual todos retornaremos, e que esquecemos durante esta existência. 
"Agora voltaste a esse mundo de onde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrenos. Teu invólucro dorme aos nossos pés, teu cérebro está extinto, teus olhos estão fechados para não mais se abrirem, tua palavra não mais será ouvida!... Sabemos que todos nós chegaremos a esse último sono, à mesma inércia, à mesma poeira. Mas não é neste envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança.  O corpo cai, a alma fica e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor. E, no céu imenso, onde se exercitarão as nossas mais poderosas faculdades, continuaremos os estudos que na Terra dispunham de local muito acanhado para os conter.  Preferimos saber esta verdade, a crer que jazes por inteiro neste cadáver, e que tua alma tenha sido destruída pela cessação do jogo de um órgão. A imortalidade é a luz da vida, como este sol brilhante é a luz da Natureza. 
"Até logo, meu caro Allan Kardec, até logo."


terça-feira, 17 de maio de 2011

Universo Xamânico


Atualmente o xamanismo pode ser dividido em duas escolas. O xamanismo tradicional*que segue as tradições nativas e *o neo-xamanismo que adapta a essência com práticas terapêuticas e de linhas diversas numa realidade urbana. O xamanismo cobre práticas de cura de ancestrais primitivos e indígenas ao redor do mundo. Gosto de trabalhar num conceito de Xamanismo Universal, que une o xamanismo tradicional e o neo-xamanismo num só movimento para uma " Nova Consciência", fazendo conexões entre os conhecimentos esotéricos do Oriente e do Ocidente, sem cair na xenofobia dos povos do passado e nem na banalização típica de muitos movimentos New Age. Atualmente muitos xamãs, inclusive no Peru, rezam para Cristo e aceitam que Jesus foi um Xamã Iluminado. Podemos numa abordagem mais abrangente dizer que a Doutrina Santo Daime é um xamanismo cristão, assim como a Native American Church nos EUA, a Umbanda , a União do Vegetal, a Barquinha, o Catimbó, os cerimoniais com cogumelos de Maria Sabina, e outros. Existem traços do xamanismo em todas as religiões: no Budismo Tibetano, no Judaísmo, no Tantrismo, no Cristianismo. Isso torna muito desafiante a tarefa de separar o que é e o que não é xamanismo, pois tudo está conectado!
Quando percebemos a conexão Universal entre nós e todos os que viveram e que estamos todos ligados, conectados, compreendemos que todas as histórias fazem parte da nossa história. A consciência da conexão é vital ao aprendizado da convivência mútua. Ninguém vence sozinho. Todos temos a necessidade de nos conectar com algo fora de nós, com nossos companheiros de caminhada e com algo maior que nós todos.
No xamanismo, procuramos aprender com as vozes dos ancestrais, dos velhos, das tradições, das crenças.
Esse aprendizado é básico para podermos traçar o mapa de nosso caminho de acordo com o livre arbítrio.

A Busca


Neste momento deixe de lado idéias pré-concebidas.Tente ir além do raciocínio para chegar até aquela parte de você que te conduziu para este site e para a leitura desta página. img
Estou me referindo à necessidade de* buscar* a expansão da sua consciência, seu "Espaço Sagrado", onde você se reconhece como Ser Universal, que pede por clareza, que sabe que precisa transformar a sua vida, conhecer o propósito de sua alma. Isto é o que, das profundezas de Seu Ser, faz você continuar esta leitura.
Não posso transformar a sua vida. Só você mesmo poderá fazer isto. O que posso, é mostrar como abrir canais para que você descubra quais são as transformações necessárias ao Seu Ser, para caminhar na beleza e amor na Roda da Vida, para você seguir o caminho do seu coração e tocar em sua própria verdade conscientemente
Sou um companheiro de viagem, que ajudo a despertar a beleza e a consciência do que, no fundo você já possui, usando o meu amor e compartilhando ensinamentos que transformaram a minha vida.
O xamanismo é a magia natural. É uma abordagem que a sociedade nos tirou. É a busca tradicional do auto-conhecimento, da cura e do poder pessoal. Sua pratica possibilita navegar na consciência individual e coletiva, onde você reconhecerá as manifestações espirituais da natureza e de toda a "Criação Divina ".
As práticas xamânicas permitem ao espírito humano harmonizar-se com toda a Criação.
Você que faz esta leitura está observando as rápidas mudanças no Mundo :
Só com fé e coragem, é que poderemos enfrentar as grandes mudanças.Para isso precisamos de algo verdadeiro, simples e eficiente, para poder atravessar as águas das emoções que acompanham as transformações, e o crescimento que advém das crises pessoais.
A humanidade tem buscado em livros, ensinamentos, filosofias, religiões; algo que na realidade não sabe bem o que é. Vou arriscar alguns palpites:

verdade
felicidade 
liberdade 
beleza 
prosperidade
paz
amor
DEUS

Esta breve leitura é também para quem está com a alma cansada, e quase sem esperança. àquele que um dia percebeu um pequeno FLASH de luz, achando que já estava iluminado, e depois percebeu que era ilusão. Também é para quem um dia achou um mestre que poderia lhe trazer a iluminação e, depois você descobriu que por trás desse mestre também existia uma personalidade humana com suas falhas e defeitos, tal como você.
O xamanismo não é religião. Ele nos religa a uma fonte de sabedoria superior. Conduz o praticante para descobrir o seu papel, sua finalidade na vida, sua evolução. Propicia uma nova inspiração, uma nova visão do viver e de tudo o que foi vivido, mostrando maneiras de se harmonizar com os acontecimentos naturais da vida.
Você está bem próximo de sua busca. Sua procura está dentro de você e, essa é a parte que te conduziu a leitura desta página.
O xamanismo é a mais antiga prática espiritual, médica e filosófica da humanidade. Hoje médicos, advogados, donas de casa, psicólogos, espiritualistas, místicos, estudantes, executivos, e pessoas das mais variadas crenças estão estudando e aplicando o xamanismo.
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Os rápidos resultados, introvisões de profundo significado, o contato com realidades ocultas, a obtenção de auto-conhecimento, a busca do poder pessoal, contribuem para o interêsse nas práticas. O xamanismo é um conjunto de crenças ancestrais. Sua prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde.Propicia tranquilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem estar físico, psicológico e espiritual.
O xamã pode ser homem ou mulher. É o mago, o curandeiro, o bruxo, o médico, o terapeuta, o conselheiro, o contador de estórias, o lider espiritual, etc.
Ele é o explorador da consciência humana. O praticante é levado a sair do torpor convencional, reconhecendo os seus limites, a sua limitada visão pessoal do mundo, buscando um plano mais universal.
Através de um chamado interior ele vive um confronto existencial que o força a sair de uma zona de conforto, do falso brilho, da alienação.
Reforçando a coragem e a determinação, o praticante mobilizado por visões, introvisões e vivências, expande a sua consciência, podendo processar transformações de profundas proporções na sua vida. O xamanismo resgata a relação sagrada do homem com o planeta.
Praticar xamanismo é ir em busca da excelência espiritual, é enxergar a realidade existente por trás dos conceitos, é se harmonizar com as marés naturais da vida. É trilhar o Caminho Sagrado, atravessando os portais da mente, das emoções, do corpo e do espírito.
A premissa básica é o reconhecimento que todos fazemos parte da Família Universal e tudo está interligado. O praticante compreende o "Espírito Essencial" que está dentro dele mesmo, na natureza e em todos os seres. Ele sabe quem ele é , e como se relaciona com o Universo.
O reconhecimento do caminho da verdade vem da expansão da consciência e a compreensão que o verdadeiro poder está dentro de cada praticante, e provém do desenvolvimento de seus próprios dons.
Hoje, no Planeta, a vibração está mais alta do que nunca. As pessoas se preocupam cada vez mais com o autoconhecimento e fazem a sí mesmo uma pergunta : "O que eu realmente devo fazer na vida?"Nesta busca deparam-se com barreiras, seja com relacionamentos, trabalho, saúde, carreira e etc.
O maior obstáculo para o crescimento é a inércia, que cria a insensibilidade, pois priva o indivíduo de novas possibilidades, cria passividade com relação à vida. Cria falta de vitalidade, limita a criatividade e predispõe ao papel de vítima. A consciência se limita a fugir, a ter medo.
A vítima fica sempre vivendo as sombras do passado e com medo do futuro.
As práticas xamânicas compelem a mente a viver dentro do coração, até que a mente ignorante seja destruída. Isso se manifesta quando o ser se revela espontaneamente.
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Na verdade, o antigo modo de viver acaba, abrindo caminho para um jeito mais consciente.
Quando se aproxima o verdadeiro propósito da alma, tudo da natureza interior vem a tona. A pessoa entra em um processo mais rápido de transformação pessoal. Quando convidamos o amor para despertar poderes mais profundos, trabalhar nos desafios torna-se uma aventura.
O praticante explora a estrutura de sua própria consciência e vai compreendendo como os fatos acontecem na sua vida, deixando de ser vítima das circunstâncias. Sente-se inspirado pelos desafios e aprende a utilizar a energia de forma a caminhar no Amor - Paz e Luz.
Praticando a sabedoria das antigas tradições adaptadas ao mundo atual e ao estado atual da alma humana.
O trabalho é feito com tambores, canções, meditações, instrumentos de poder, danças, respirações, visualizações, estórias, vivências e muito, muito amor.


As práticas xamânicas permitem ao espírito humano harmonizar-se com toda a Criação.Você que faz esta leitura está observando os acontecimentos no Mundo,e só com fé e coragem, é que poderemos enfrentar os grandes desafios Para isso precisamos de algo que possamos aplicar no dia-a-dia. Simples e eficiente, para poder navegar nas águas das emoções que acompanham os desafios da vida, e o crescimento que advém das crises pessoais.
O xamanismo nos religa a uma fonte de sabedoria superior. Conduz o praticante a descobrir o seu papel, sua finalidade na vida, sua evolução. Propicia uma nova inspiração, uma nova visão do viver e de tudo o que foi vivido, mostrando maneiras de se harmonizar com os acontecimentos naturais da vida.
Estamos diante do grande desafio de tecer teias que integrem a realidade ecológica , com nossas comunidades. A "Obra da Criação" perpetua-se através do homem. A cada dia estamos criando um Mundo Novo, atraves da cadeia de pensamentos, palavras e atos. O que estivermos fazendo à Terra, estaremos fazendo a nós mesmos e às gerações futuras. Respeitar a Terra é respeitar o seu Criador. Quando sentirmos a religação entre todas as coisas vivas e as que já passaram sobre a Terra, assim, compreenderemos que todas as histórias fazem parte da nossa história. Tudo está conectado.
A magia está dentro de nós mesmos. Só a busca interior, nos faz entender os processos que retardam a nossa caminhada, para que possamos efetuar as transformações necessárias para seguirmos no "Caminho da Beleza"
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No terceiro Milênio, assistimos à tradição xamânica reafirmar o seu valor no despertar do homem que busca a sua essência.
Quando comecei a compartilhar os ensinamentos que recebí no xamanismo, tinha uma certa dificuldade na palavra curso.
Pois um curso implica em certificado. E como eu poderia passar um ceritificado por escrito, se eu mesmo nunca havia recebido um ?
O Grande certificado que o xamanismo dá, é a aplicação prática no dia-a-dia. São as transformações que, a sua prática, provoca na vida do iniciante.
Os estudiosos de xamanismo, mais fundamentalistas, banalizam as práticas neo-xamânicas, assim como o xamanismo tradional foi desprezado pela ciência e pelas religiões.
Nós estamos em outro patamar histórico. Não podemos negar o desenvolvimento da mente humana, das terapias, da ciência e nem as técnicas empregadas pelos nossos ancestrais que tanbto conhecimento trouxeram à humanidade.
Estamos vivendo a possibilidade de uma "Ressacralização da Consciência" e obtermos mais ferramentas para enfrentar os males da alma humana, integrar o homem à natureza, evitar catástrofes ecológicas, melhorar nossa qualidade de vida.
Meu estudo propõe um "Xamanismo Aplicado", ou seja algo que você possa viver no dia-a-dia.
De nada adianta o praticante apenas viver um fim-de-semana na natureza, fazendo práticas mirabolantes, se não consegue aplicar na sua vida, no dia seguinte, se não causa transformações no modo de pensar e de agir.
Fazendo conexões entre os conhecimentos espirituais do Oriente e do Ocidente, da terapia à pajelança, do paganismo a ética cristã, o *Xamanismo Universa*l é um caminho alternativo. Um xamanismo aplicado para o Novo Milênio, onde as práticas arcaicas e atuais se interagem e se respeitam.
Que esta corrente de consciência se expanda, para que possamos influenciar na paz, os líderes e governantes deste Planeta procurando plantar uma semente de amor nos corações das pessoas . Sabemos que a melhor maneira de agradar o Criador, é respeitando, honrando, e preservando a sua Criação.
A Terra é um ser vivo. A Mãe que alimenta todas as criaturas.
Convido você que busca a sí próprio, para juntos voarmos nos Caminhos Sagrados.


Sagrado



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Pra iluminar nosso caminho
É preciso ir buscar
A Deus do Céu que é soberano
Eterna Fonte Criadora
 
A pura Luz do Amor Divino
Que está dentro de nós
 
Saber que existe uma família
No mundo Celestial
 
Que a Terra é a nossa mãe
Que nos nutre e nos sustenta
Nos recebe a cada vida
E acolhe a carne em cada morte
 
Fazemos parte da família
Da verdade universal
 
Tem o avô Sol e a avó Lua
O Oceano e Florestas
Montanhas, Rios e Cachoeiras
A todos devemos honrar
 
Todas as formas de beleza
É preciso respeitar
Em todas formas de vida
Em cada uma há uma missão
E todas juntas formam o Todo
Todas as nossas relações
 
O importante na missão
É saber quem você é
 
Porque você está aqui
Aonde você tem que ir
Agora mesmo aonde está
E o que precisa pra chegar
 
Eis o caminho sagrado
Que quero lhe apresentar
 
Saiba que tudo é sagrado
Onde há vida está Deus
Desde um inseto ou rastejante
Até os queridos seus
 
O Vento, a Água, a Terra e o Fogo
Eu venho agora invocar
 
O Vento traz  sabedoria
Na Água flui as emoções
A Terra dá a intuição
Fogo Luz Espiritual
 
Força do Raio e Trovão
No firmamento a anunciar
 
Que o poder está em nós
Poder pra tudo transformar
Pra receber este Poder
É preciso se ligar
 
Se ligar com seu espírito
Sua essência divinal
 
Saber que existe um coletivo
Uma mente universal
Purificando o pensamento
Não pensando nenhum mal
 
Eu tenho a Força, eu sinto a Força
Dentro deste ritual
 
E a esta Força eu agradeço
E a este mundo do Astral
E a vós eu mando meu Amor
Que é minha Força principal
 
Dou viva a Deus-Pai-Mãe e Filho
Viva irmão, minha irmã
 
Dou viva a todos os três reinos
O Animal e o Mineral
Vegetal e a mim mesmo
Seres do Reino elemental

(Canalização : Léo Artése)




Para quem busca


O mais importante é que, através de práticas xamânicas conseguimos nos conectar com nossos mitos, símbolos, nossa verdade interior. Conseguimos expandir a nossa percepção, para ir aos mistérios que estão guardados em nós mesmos.
Aprendemos a sentir, ver e ouvir a energia. Nos religamos com o sagrado e com a fonte criativa de tudo o que nos acontece.
Através da consciência ordinária, não conseguimos alcançar níveis profundos do nosso ser, seria como tentar sintonizar uma estação de frequência modulada (FM) com um radinho AM.
Existem diversas técnicas ou rituais para se chegar a estados mais profundos de consciência, dentre elas destaco os tambores.
Tambores.jpg O Tambor é considerado universalmente como um instrumento indispensável do xamanismo. É o veículo pelo qual os xamãs fazem suas viagens a outros mundos. Os nativos associam o toque do tambor às batidas do coração da Mãe Terra e também ao som do útero.
O seu batimento monótono ( 150 a 200 batidas por minuto), emitem uma vibração semelhante ao aparelho de eletroencefalograma, emitindo sons de baixa frequência, produzindo modificações no sistema nervoso.
Também pode chegar-se ao EAC, através de danças, que depois de um longo período, libera endorfinas. Jejuns, respirações, posturas corporais, tendas de suor, cantos, sacrifícios corporais também produzem EAC.
A forma mais poderosa que conheço para chegar ao EAC é através de Plantas Sagradas. São chamadas, por ignorantes, de plantas psicodélicas, alucinógenos,´drogas, etc. Fato esse compreensível pois quem as rotula dessa forma, provavelmente nunca teve a coragem de conhecê-las realmente.
As plantas de poder aumentam a percepção, a acuidade visual e auditiva, e transportam o praticante para outras camadas vibracionais ou dimensões.
Os cuidados a serem tomados, são os mesmos de qualquer busca. Saber da idoneidade e dos propósitos dos condutores, lembrando que por trás de líderes espirituais, gurus, etc; também existe uma personalidade humana com defeitos. No caso de Plantas de Poder, procure uma instituição legal, tais como ; O Santo daime, A UDV ( União do Vegetal ), a Barquinha, não se arrisque com curiosos. Ou então com um xamã que tem notoriedade no uso das Plantas Maestras.
O xamã, não se autoproclama. Ele é chamado para suas tarefas espirituais, passa por treinamentos e então é reconhecido pelas pessoas de sua comunidade.Trata-se de um sacerdócio. É uma missão de utilidade pública.
A iniciação tem um fundamento nas bênçãos recebidas pelos instrutores que passam uma espécie de "autorização espiritual" para conduzir cerimônias. Isso é honrar o conhecimento e não usurpar, e nem banalizar o processo de iniciação espiritual
Várias pessoas se denominam, mas o que determina é o trabalho espiritual. Tem gente que se denomina ator político, técnico de futebol, terapeuta, professor. Tem gente que se denomina espiritualista. Tem gente que se denomina Pai-de-Santo. Enfim, no xamanismo também!
Há pessoas que se autodenominam xamãs, que no final das contas aprenderam alguns conceitos, nunca foram numa floresta, nunca foram a estados profundos de consciência, mas estão dando aulas e onduzindo cerimônias. Fuja daqueles que se consideram mestres. São pessoas que geralmente se apoiam em "vidas passadas". Dizem ter sido xamãs em vidas passadas, reencarnações nativas poderosas para compensar seu pouco conhecimento nesta vida, que é o que vale.
É uma iniciação séria e não uma prática, que se aprende em um final de semana. Um xamã transformou a sua vida, conseguiu a sua cura através de profundos processos de morte e renascimento, lidou com perdas, enfrentou entidades, enfrentou sua própria sombra, e obteve o conhecimento essencial e o reconhecimento de seus instrutores para poder compartilhar com os outros.
Lembro também que xamanismo não é só praticas de rituais e cerimônias, e sim uma forma de vida, uma nova visão do mundo, que se aplica, primeiramente no condutor. São anos de preparação.
Ninguém, entretanto, precisa ser um xamã para praticar xamanismo. Você pode ir à missa, sem se tornar um padre. Ser xamã Implica em iniciações e transformações de profundo significado que visam preparar o aprendiz para ajudar o próximo, e passar a sua vida nisso. Não são todos os que estão preparados para abrirem suas vidas para se dedicarem verdadeiramente ao outro. Não se aprende a ser xamã em salões de espaços esotéricos. Neles você encontrará as práticas xamânicas, que lhe colocarão em contato com a egrégora, isto, se o condutor for realmente um iniciado e não um oportunista que nunca se entregou a processos de morte e transformação e só fez o caminho das flores sem tocar nos espinhos. No xamanismo também aprendemos a lidar com o Mundo da ilusão.
Perante a sociedade atual em que vivemos é a mesma coisa. Não basta ter conhecimentos médicos, se a sociedade não dá um diploma não é possível exercer a medicina de forma legal. Não basta ter conhecimento sobre as emoções, se não receber um diploma, ou melhor, se não há uma formatura, é possível ser conselheiro, mas não psicólogo ou psiquiatra. Tudo que é sério requer um ritual de passagem, uma iniciação. Muitos buscadores percebem um pequeno FLASH de luz, achando que já estão iluminados, e depois percebem, com ocorrências na sua própria vida, o que é ilusão do poder.
As tradições, as escolas iniciáticas, as religiões, as organizações, garantem que o trabalho do ego esteja dentro de uma unidade. Ou seja, não vai da cabeça de cada um que já se acha pronto, e sim, passo a passo, após uma busca incansável e dedicação, e a confiança na continuidade do trabalho espiritual. É assim nas Escolas Iniciáticas, nas artes marciais, nas escolas de formação educacional, nos esportes, na vida profissional... Alguns Mestres Espirituais já vieram prontos como Jesus, Buda, Lao Tsé e também passaram por seus aprendizados.
Não procure ninguém diplomado em xamanismo, pois quem dá esse diploma é o próprio Universo. O certificado é a história da vida de quem é um condutor sério e bem intencionado, num mundo onde tudo é banalizado.
Está além dos rituais é um jeito de viver .Ser um xamã é abraçar um sacerdócio, não é um trabalho somente terapêutico, é uma caridade de alto risco, é assumir uma responsabilidade com o Universo de viver em harmonia com a natureza, de ajudar o próximo, de transformar o ambiente em que vive, de ser aparelho de transformações nas pessoas que dele se aproximam. Uma mudança radical, profunda, verdadeira.
Ser xamã não é uma profissão, é um dom.

Xamanismo "De Graça"


img O xamanismo não é de graça, embora existam algumas atividades francas. Em lugar nenhum, do mundo é de graça. Muitas pessoas fazem essa confusão. O xamanismo não é religião, mas todas as religiões cobram de sua maneira (dízimos, doações, cerimônias, etc).
Xamanismo é troca. É muito comum trocar presentes. Na nossa sociedade a troca é o dinheiro. O Pajé Sapaim dos Kamayurás, por exemplo, recebe conchas na tribo e quando vem para os centros urbanos recebe dinheiro. Os xamãs, nas comunidades recebem vários presentes em trocas (pedras, alimentos, animais.jóias, etc), além de outros privilégios.

Infelizmente não vivemos num mundo que troca comidas, roupas por preces, orações. Nem a escola de nossos filhos aceitam, nem a telefônica. O dinheiro é energia de troca neste mundo que vivemos. Os xamãs trabalham com trocas. É absolutamente normal ! Muito difícil arrumar patrocinadores e muito mais ainda subvenção do governo. A grande questão, no meu ponto de vista é a exploração, é o abuso e o despreparo de condutores.
Que direito temos de julgar quanto vale o trabalho de alguém que usa seu tempo de forma honesta ? Porque uma pessoa que se dedica para o bem estar do outro, não pode ter uma parcela disso para o seu próprio bem estar? Porque que incomoda tanto se a troca for boa e justa?

Assim como tem um investimento para aprender yoga, tai-chi-chuan, I Ching, tantra, e outras praticas ancestrais, o xamanismo não foge a regra. Na Sibéria, que foi a célula-mater do xamanismo, tem uma Associação de Xamãs, que não permite que os trabalhos sejam de graça e nem permite abusos. Existe uma faixa de valores que o xamã pode praticar.

Na relação com o mundo dos espíritos ofertamos tabaco, flores, comidas, sacrifícios, dietas, abstinências, e outros. É uma relação de troca. Nada é de graça.
Estou falando isso sem apegos, pois ganho minha vida como professor de comunicação verbal(oratória) e como consultor de empresas. O trabalho que faço com xamanismo, serve para pagar parte do tempo para meus estudos xamânicos, manutenção do sítio, do meu ESPAÇO, pagamento das pessoas que fazem a produção do evento, luz, água, etc.
Sinto não haver restrições a quem ganha seu dinheiro vendendo carne, álcool, cigarros,refrigerantes, guloseimas, etc. A sociedade aceita isso, ou seja, comerciantes que contribuem para as maiores causas de doenças e mortes do mundo (obesidade, colesterol alto, câncer, etc), mas se incomodam com pessoas que ganham o seu dinheiro ajudando os outros. Me parece muito contraditório ! Você vê coerência nisso ?

Também não gosto de ver certos “xamanismos baratos”, que fazem anúncios de rituais sagrados como se fossem ofertas das Casas Bahia, tabelinhas de preço, estabelecendo comparações, colocando em dúvida a ética e a idoneidade daqueles que estão anos investindo em conhecimento e que têm o direito de fazer valer o seu trabalho.
Eu não faço xamanismo barato, peço um investimento que acho justo e digno com aquilo que investi e que posso oferecer. Eu já investi muito com viagens, livros, jornadas, iniciações e presentes etc. Agora, como tudo na vida, as pessoas precisam analisar o custo-benefício. Tem certas coisas na vida que não tem preço, e muitas vezes o barato ou de graça tem preços mais altos do que imaginamos.

Agora se uma pessoa não tem dinheiro é outra coisa. Pode-se estudar outra forma de troca, como trabalho, por exemplo. De graça é fazer pura demagogia. O amor é de graça, mas o tempo do condutor custa. Muitos condutores que conheço, fazem suas práticas de caridade e voluntariado. Agora cabe à cada um o livre arbítrio de como direcionar sua caridade. É diferente quando se atende um doente sem condições.

Ensinar xamanismo não é somente pratica de caridade, é o estudo de um caminho de conhecimento. Atender quem precisa e não pode pagar é caridade. Faço muitos trabalhos voluntários, parte do meu dízimo é para isso, agora não invisto em curiosos. Eu e minha esposa pagamos as mensalidades do centro que presidimos(pagamos para receber o próximo!). Do centro que eu fundei, dou meu tempo sem nada receber. Minha mulher faz trabalhos sociais em favelas.
Finalmente, o xamã tradicional não ensina xamanismo, não passa seus ensinamentos a outros que não sejam escolhidos por herança ou por provas Iniciáticas, sonhos, visões, etc. O xamanismo é ensinado por pessoas como eu e outros irmãos iniciados. Nossa sociedade tem tido acesso a esse conhecimento graças àqueles que se aventuraram a buscar nas tradições, nas provas iniciáticas e disciplinas o sacro-ofício.Além disso compartilham suas próprias visões e instruções e levam parte desses conhecimentos para as pessoas receberem confortavelmente nas cidades e nos sítios.

O dinheiro como toda a energia, foge das mãos daqueles que o discriminam. O dinheiro quando usado para "boas obras" é positivo. Quanto vale o auto-conhecimento, cura, equilíbrio e felicidade ? O que os condutores de praticas xamânicas fazem não têm preço. Não tem como colocar numa tabela. Vamos pois, meus irmãos, vibrar na prosperidade, que o Universo se encarrega dos detalhes.

Xamanismo - Fanatismo - Nova Consciencia


Quero compartilhar, como um observador, o que venho lendo, sentindo e ouvindo, em minhas meditações, sobre o que vem acontecendo não no xamânismo brasileiro como um todo, que é muito grande, mas fundamentalmente neste novo xamanismo que estamos vendo nascer. Um xamanismo que é praticado nos espaços urbanos, nos sítios, nas casas, nos jardins e até chegando às novelas.
Esse novo xamanismo surgiu da necessidade de um segmento de pessoas que buscam outros estados de consciência para viver de forma mais sagrada, ecológicamente correta, em paz e principalmente usar seu livre arbítrio, sem preconceitos. Assim elas unem-se àqueles que compartilham do seu caminho neste Universo de muitas moradas. Segundo Castañeda Dom Juan ensinou que um “homem de conhecimento” não é um guia de comportamento.
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Os instrutores, xamãs, que fui encontrando em minha caminhada tinham suas diferenças de pensamentos e práticas, mas uma coisa em comum : o reconhecimento que humanos são todos irmãos e irmãs para cada outro e para as criaturas do planeta e a honrar o sagrado ponto de vista do outro. Em 1998 conversando com Walace Black Elk (fez a passagem da alma em janeiro de 2.004), o Alce Negro, líder dos lakotas (EUA) um dia após ter participado de uma INIPI, conduzida por ele próprio, fiquei encantado com as palavras doces, alegres, porém penetrantes que ele usava, referindo-se aos paises que usam a violência para obter a paz. Uma controvérsia ! Faz parte de seus ensinamentos que, a palavra “índio” o povo dele desconhece, eles são os povos da Terra, e os que não nasceram lakotas, não sabem realmente o que é ser um. Não são educados da forma lakota. Isso não se aprende em livros.
Ele também ensinou :
Os espíritos nos disseram que este é um lugar para viver em paz.
Este é um Lar de Paz e ...lakota significa paz.
Nós somos lakotas. Nós somos as lendas vivas
Nós vivemos na evidencia da paz.
Então são tempos dos corações das crianças aprenderem a serem homens de paz
O pensamento nativo, no mundo inteiro, está voltado para a paz, nenhuma tribo está com desejos de vingança, todos sabem que agora é o momento de nos unirmos em torno da Paz na Terra. Os nativos norte americanos cultuam o "Grande Mistério". Eles sabem que é a fonte e a origem de tudo o que é vivo. Usam mais parte do seu tempo para amar e respeitar.
Os que como eu buscam no xamanismo uma forma mais sagrada de viver; os sacerdotes, xamãs e líderes, reconhecem o poder da maneira humilde e tem a dedicação para rezar.
Tem um termo agora criado por nativos, enjoados com tudo o que acontece, que chama-se : XAMÃ DE PLÁSTICO. Esse termo é usado para pessoas que tentam se passar como xamãs ou líderes espirituais, mas que não tem nenhuma conexão genuína com a tribo ou tradição que ele diz representar.
Eles também alertam para os perigos dos praticantes sofrerem algum risco psicológico e emocional. A ilusão das pessoas se sentirem como participantes de uma tribo que só existe na psicose do condutor. Dizem :
Eles não têm comportamento ético, não foram instruídos por instrutores nativos, usam os nomes das culturas, prejudicam a reputação das culturas usando suas idéias e pensamentos como se fossem da cultura. Dão ao povo idéias falsas sobre cerimoniais e rituais.
Muitos ativistas nativos estão trabalhando no sentido de que os chamados por eles de “predadores” que exploram os nomes e as tradições indígenas, façam reparos inclusive de forma monetária. Eles dizem que nenhum nativo tradicional chama seus líderes espirituais de xamãs, que é um termo da Sibéria.
Parece até que para ter valor no xamanismo precisa de uma ligação indígena ! Se eu tenho não sei ! Só posso afirmar que meus avós eram genuinamente italianos. Posso afirmar que sou brasileiro e jamais negarei a minha raça e o nome que meus pais me deram. Isso eu aprendi honrando as raízes no próprio xamanismo. Acredito que eu vim para este mundo para ser Léo Artése. E estou me esforçando muito para aprender a ser irmão. Aprendi e aprendo com índios, brancos, negros e orientais.
No xamanismo meu vôo é solo. Não represento nenhuma tradição. Se fui índio em vidas passadas isso só serve para minha referência ou motivação interna, para o meus irmãos o que interessa é o que eu sou nesta vida. Que é ser um branco ! Se eu fosse para ser índio, Deus na sua infinita sabedoria me faria nascer numa tribo. Não vou passar a minha vida negando a minha raça, se estou em busca da minha verdade.
Sempre evitei acusar, julgar ou criticar esse ou aquele condutor, e nem responder conteúdos mal-intencionados, por mais que eu tenha vontade. Não é meu papel julgar ninguém, isso está começando acontecer com os próprios participantes. E o tempo será soberano e o retorno implacável. Essa é a lei ! Cada um que vista ou não a cartola, mas por respeito à tudo o que aprendi resolvi escrever este artigo.
Aprendi que um mestre verdadeiro não se autoproclama. Ele não necessita disso, seu exemplo de vida faz com que as pessoas o cerquem. Não incitam as pessoas ao ódio, a raiva, a perseguição, as calúnias, são guerreiros da paz. Não tem respostas para tudo pois sabem que a verdadeira caminhada começa dentro de nós mesmos, uma jornada interior. Não vive fazendo discursos repetitivos, unilaterais e delirantes. Incentiva seus discípulos a aprenderem por si mesmos, com livre arbítrio. Não fica falando o que pode e o que não pode ! Inspira a liberdade para as pessoas tomarem as decisões por sí mesmas.
Existem tipos de pessoas que não fazem a menor idéia do que está acontecendo em seus próprios mundos pessoais. São as ovelhas !
Atenção pois, todos os buscadores, o fanatismo só lhe atinge se sua inteligência estiver afetada. O fanático religioso aparentemente é normal. Ele cria inimigos aleatórios, os inimigos devem pagar, devem ser castigados. Inspira o ressentimento, a revanche, vingança de uma humilhação e o quadro só pode se completar se tiver um inimigo, pois do contrário não haverá um herói.
Cuidado ! O seu líder pode ter atitudes psicóticas e os sintomas são : dizer ter a verdade absoluta; que foi escolhido para uma missão; que tem uma vingança astral de vidas passadas. Leve os textos para um psiquiatra analisar. Soube de um psiquiatra que o pior de todos os fanáticos são os que incitam ações contra “os impuros”, “os infiéis”, “os falsos”, e daí desenvolvem uma estratégia de perseguição contra todos os que não concordam com ele. Ele faz do seu ego narcisista (eu falei, eu sou, eu faço, eu sei, etc.,) um sistema moralista cheio de raiva em relação àquilo que condena, como se pensar diferente é ser um inimigo que precisa ser destruído para reinar o bem. Ele perde o sentido de respeito com as pessoas que fazem diferente. Ele desafia e bate no peito : Quero ver quem pode comigo ! Todo o fanático é intolerante.
Se você nem aceita pensar diferente sobre seu líder já está dominado. Significa que abdicou de seu raciocínio crítico, tornou-se mero objeto de idéias delirantes, adotando expressões e pensamentos estereotipados, caretas, pseudo-moralistas , muitas vezes usando o sistema como escudo para manter proibicionismos e usurpar a verdadeira liberdade de expressão, reprimindo o potencial criativo ou de prazer genuíno das pessoas que é um dos maiores valores do pensamento nativo e espiritual.
Analise se você está tão submetido às idéias de um líder assim, e está aqui, agora mesmo, nesta leitura, achando um absurdo pensar diferente. Ou querer se apegar a qualquer coisa para salvar essas idéias doentes, e se decepcionar, ou melhor, se desiludir ao saber que um dia achou um mestre que poderia lhe trazer a iluminação e, depois descobre que por trás desse mestre também existia uma personalidade humana com suas falhas e defeitos. Principalmente os recém convertidos estão sempre convictos que a verdade chegou e tem que ser para todos, sem discussão.
O fanatismo é contagioso, atrai adeptos geralmente com crises pessoais intensas. Ele geralmente atrai pessoas vulneráveis, desesperados, desgarrados, incrédulos, rejeitados, desiludidos e rancorosos.
Enquanto os ativistas pregam em nome de uma causa justa : falta de alimentação, doenças, liberdade de expressão religiosa, conservação do meio-ambiente, liberdade no uso de enteógenos, etc.; o fanático assume uma postura intolerante em relação a outras idéias e trabalha para ser “do contra”. Certas verdades que alega são interpretações exageradas e mentirosas passadas de formas emocionadas, descontextualizadas . Ele é megalomaníaco ! Tudo para ele é grande ! Já curou milhares, já libertou milhares, tudo que ele faz é grande !
O fanático gosta de “maniqueísmo” , adora dividir o “bem do mal” , o “certo do errado”, “o falso e o verdadeiro”, que geralmente funciona com espíritos fracos. Não seja ingênuo! Fuja em quanto é tempo ! E quanto mais ele apresentar um cenário decadente, mais aceitação terá para as suas ações, canalizando ressentimentos de massa, através de uma promessa de vitória espetacular sobre o inimigo. A vitória final.
Também usam a palavra tocando num ponto fraco, o Ego : Você é o escolhido ! Você é muito importante para nós ! Sua missão irá salvar o Planeta ! E quando tocam pessoas com carência e predisposição para tal, dá-se o deslumbramento, o encanto, a adesão. O terror usa isso, persuadindo suicidas, de que estes estão prestando um serviço para Deus e serão recompensados, do outro lado.
Fico imaginando os discípulos. Na verdade são vítimas, alimentados por líderes mundanos, que se consideram apóstolos, pregam uma fé cega, assumindo o heróico papel de expulsar os demônios. Sentem-se os combatentes do mal e estão lá para salvar a humanidade do caos. Então, para justificar a sua função, vão vendo o demônio em tudo. Senão perderiam o cargo ! Portanto, criam uma fantasia divina maniqueísta: se não estão com eles, estão com o diabo. A base da retórica é o medo que se espalha na livre expressão, nos hábitos e costumes, na cultura, criando um mundo suspeito e hostil
É importante relembrar que a história da humanidade é também pautada por inúmeros episódios de fanatismos. Para eles não é importante somente ser um seguidor, ter uma missão espiritual. Alicerçados na sensação de superioridade sobre os demais, viram combatentes que devem expulsar os infiéis ou convertê-los e para isso os fins justificam os meios. Geralmente se apegam a um sistema pseudo-moralista, carregado de ódio. Talvez um bom nome para esse tipo de movimento seja neo-inquisição.
A maior característica do fanatismo é a intolerância e o sectarismo que aprisiona a liberdade de consciência. Eles parecem não ter idéias próprias, pouco inteligentes, têm um discurso repetitivo e delirante e no caso só atrapalham, irritam, causam conflitos. O grande problema é quando o fanatismo torna-se uma “causa suprema” e adota meios violentos e até cruéis. Hoje é crescente o número de sensitivos que canalizam mensagens . É muito tênue o fio que separa o fenômeno da canalização, da inspiração de uma personalidade humana.
Gostei muito de ler esta interpretação de Angeles Arrien, escritora do "Caminho Quadruplo', ed. Ágora :
A forma que o visionário tem de conservar a autenticidade e permanecer dentro do Arco Sagrado é dizer a verdade sem acusar nem julgar. Dizer a Verdade é um valor universal que destrói os padrões de negação e indulgência
Dizer a verdade, sem críticas ou julgamentos, é a capacidade de expressar as coisas como elas são. Podemos fazer sem abdicar de nossas idéias, refletindo maneiras de se expressar " com a língua e espírito.
Aqueles que usam da palavra para julgar ou condenar os outros, deveriam considerar com mais atenção a lei das manifestações, algo que os antigos magos praticavam. Os pensamentos e as palavras afetam em conjunto os padrões energéticos da nossa aura, gerando formas-pensamento que nos influenciam em todos os níveis, além de atraírem material astral que vibra na mesma sintonia. É a lei das correspondências.
Estamos vivendo um momento marcante, à medida que os novos tempos se aproximam a atenção da humanidade se focaliza nos medos e esperanças coletivos para o mundo futuro..Muitos pessoas sentem vida caótica e turbulenta emocionalmente.
Nestes tempos temos a oportunidade preciosa de superarmos a negatividade, concentrando no perdão e compaixão e liberdade. Vamos aprender com a jornada da humanidade através dos tempos. No xamanismo aprendi a respeitar os velhos por sua sabedoria e os jovens pela força e renovação.
A palavra tem uma singeleza e sutileza. Você percebe o grau de um ser, de acordo com a forma como se expressa. Os estudiosos afirmam que os anjos falam metafóricamente, como se fosse a PNL (programação neuro-linguística). Jesus Cristo falava por parábolas, os Mestres ensinavam através dos contos, usavam a palavra com maestria. Perceba como são lindos os Decretos da Fraternidade Branca. Reflita então, que tipo de mestre espiritual usaria termos chulos, agressivos, desafiadores ?
As entidades de luz falam sem emoção, são serenas, não sentem raiva, pois compreendem a existência humana, não brigam, mas mostram o caminho. Agora, não é para a compreensão de todos ! E não foi sempre assim ? Para a minoria ?
Os mestres xamânicos, se expressam poeticamente! Seus ensinamentos são expressos, abrindo o livro da Natureza. Uma verdade que se esconde debaixo de cada pedra, de cada folha. A Sabedoria ancestral, fruto da observação da vida do homem na Terra, passado de pai para filho, cruzando as eras e formando uma rede de poder.
Faço parte de um grupo que acredita que podemos criar um novo planeta. É o momento apropriado para explorarmos o Universo que existe dentro de cada um de nós. Uma boa oportunidade para conduzirmos nossas vidas. Mas é melhor usar as forças para proteger dos desafios naturais da vida e criar relacionamentos harmoniosos
Vamos começar pelo respeito às diferenças !
Quero propor à todos nós que buscamos expandir a consciência através do xamanismo, que usemos nossos esforços mais para construir do que destruir. Vamos focalizar as nossas medicinas para atender aos que nos procuram, ao invés de atacar grupos ou centros que por caminhos diferentes buscam a felicidade e se encontraram em seus lugares. Vamos voltar as nossas mentes para os Grandes Problemas que afligem nossa humanidade que é a fome, as doenças, a loucura, a violência, a exclusão, e não como cada centro pratica a sua fé.
Proponho cada um olhar para o seu próprio trabalho e procurar dar conta daquilo que está chamando para si. Pois se chamar algo maior do puder suportar o peso te achata. A lei do Universo é soberana. Vamos viver em paz uns com os outros, o que não significa concordar e sim respeitar.
E nesse momento eu chamo a paz dentro de mim, buscando a paz que vem de você que está lendo agora, para que chegue a paz ao nosso redor e que na paz possamos seguir.

Falsos Mensageiros

Wagner Frota - Jaguar Dourado


Gostaria de refletir com vocês um pequeno tópico para uma reflexão apurada de todos nós.
img Tenho visto e notado pelo mundo holístico que cada dia mais surgem novos terapeutas com praticas xamânicas, wiccanianas, druídicas, entre outras mais. Basta abrirmos qualquer jornal ou revista de terapia alternativa para encontrarmos cada dia mais um número maior de terapeutas que estão surgindo. Acredito que a espaço para todos, mas gostaria que todos passassem a procurar identificar entre eles, aquele que realmente são terapeutas e não picaretas. Desculpe-me a palavra, mas não encontro outra para definir as pessoas que usam a ingenuidade de pacientes, que na sua maioria são leigos e não conhecem o terreno que estão entrando e pedindo ajuda. Muitos caem nas mãos de pessoas sérias que passaram anos estudando as técnicas que utilizam para curar e auxiliar aqueles que vem lhe pedir socorro. Mas cada dia mais, um grupo de pessoas, vai parar em mãos erradas que só querem enganar os seus pacientes, arrancando-lhe dinheiro com sessões semanais, quando não diárias.
Nós que trabalhamos como Terapeutas Holísticos ou Alternativos, constantemente estamos expostos a opiniões e julgamentos de outras correntes, que nos dão os adjetivos de loucos, falsos profetas, picaretas, entre tantos outros adjetivos. E essas pessoas que não estudaram devidamente o Caminho terapêutico que estão exercendo, não ajudam em nada a eliminarmos esses adjetivos do qual somos tachados.
Gostaria de lembrar a todos que não é porque alguém fez um workshop de Xamanismo que passou a ser um Xamã. Não existe um curso “Torne-se um Xamã ou um Bruxo”. Se alguém fez algum curso desse, eu lamento dizer, mas essa pessoa foi enganada e provavelmente jogou dinheiro fora.
O xamanismo é um caminho, que para ser bem compreendido tem ser trilhado durante anos. O mesmo se dá com aqueles que seguem a Religião da Deusa. Tenho um amigo que sempre diz que há uma grande diferença entre estudar o caminho, conhecer um caminho e trilhar o caminho. No Caminho que percorro, costumo sempre procurar ver, sentir os sinais e ouvir os animais, as árvores e as pedras, antes de começar a trabalhar com uma pessoa no Caminho Sagrado. Afinal, esse é um caminho árduo e cheio de desprendimento, pois vivemos em função da cura de nós mesmos e da comunidade em que vivemos, e só aqueles que têm o coração puro e uma grande força de vontade pode realmente trilhar esse caminho.
Como vocês podem ver, o Caminho Sagrado não é para qualquer um. Creio que o mesmo deva ocorrer com outros caminhos. As Bruxas foram perseguidas durantes séculos devido à ignorância de nações governadas por mentes que só se interessavam pelo seu próprio bem através do poder que tinha e queria manter a todo custo. Mas felizmente, graças a Deusa, hoje estão renascendo com uma vitalidade maior, resgatando a sacralidade do princípio feminino, reverenciando os aspectos e atributos da Grande Mãe no seu dia a dia.
Peço a você que estão lendo esse texto, que fiquem de olhos abertos com os “Falsos Mensageiros” que se aproveitam do estado de espírito de pessoas que na maioria das vezes encontram-se em estado de aflição, a procura de palavras amigas e de um tratamento sério de purificação, alinhamento dos chackras, de um resgate de alma ou de seu animal de poder. Não cabe a nós julgarmos ninguém, seria sempre bom primeiro nos olharmos nos espelhos antes de qualquer julgamento, mas lembrem-se, que através de nossos atos, podemos ensinar muito a outras pessoas.
Vale a pena lembrar aos xamãs e bruxos que transmitem os ensinamentos e conhecimentos que aprenderam através de muito estudo durante anos. Que partilhem esses conhecimentos somente com aquelas pessoas que se apresentarem com impecáveis intenções e pureza de objetivos. Quando falo em partilhar eu também quero dizer, que não devemos iniciar todos aqueles que nos procuram. A Iniciação se dá no momento certo, eu sempre tenho o costume de dizer que o próprio "aprendiz" se auto-inicia, pois esta é uma Jornada Interior. Devemos observar esses aprendizes, e só depois de termos certeza de seus propósitos, façamos a cerimônia de Iniciação auxiliando-os a despertarem uma visão, que possibilitem a eles descobrir o divino que há em nós e, com isso, restabelecer nossa conexão com a natureza e com o mistério do cosmo, adquirindo capacidade e sabedoria para utiliza-los.
Geralmente pelo que eu pude observar nesses anos de estudo no Caminho Sagrado, poucos conseguem ir além da jornada de iniciação. Líderes Espirituais verdadeiros são raros. E raros também são as pessoas de conhecimentos, no meu caso, eu posso contar nos dedos das duas mãos essas pessoas. Não quero dizer que não existam mais do que cinco Líderes Espirituais, mas eu nesses anos de estrada só conheço esse número. Muitos dos que trilharam essa estrada pararam no meio do caminho, e ficaram satisfeitos em se tornar curadores. Converteram-se em mestres do seu próprio caminho. E há aqueles que são seduzidos pelo poder. Começam a cair sob o fascínio de seu próprio poder, seduzido por sua própria pessoa. Perdem-se durante o trajeto. E a jornada pode durar pelo resto de suas vidas.

Gostaria de lembrar a todos uma pequena frase, mais profundamente verdadeira dentro dos Caminhos da Magia: “A semeadura não é obrigatória, mas certamente iremos realizar a colheita.” Então irmãos e irmãs tenhamos muito cuidado, pois da mesma maneira que recebemos o poder, ele nos pode ser tirado. Como vocês podem ver existem muitas trilhas pelo Caminho, cabe a nós escolhermos o qual devemos seguir. Nós que trabalhamos com as Rodas da Medicina dos povos nativos, aprendemos a nos desprender de nosso passado, a enfrentamos nossos medos, a termos auto-controle, a nos harmonizarmos interiormente, a aceitarmos a dádiva da visão e a tarefa de melhor exercitá-la, a fim de criar um mundo ecologicamente melhor, e, individualmente sonhar com as possibilidades futuras de cura de Nós e da Mãe Terra.

Vida Plena!
Wagner Frota - Jaguar Dourado
www.xamanismo.com

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