Comunidade esperantófona | | | |
Geografia e demografia |
Esperanto e Movimentos Sociais | | | |
Existem diversos movimentos sociais e culturais que apóiam o esperanto de alguma forma. AnarquismoEntre eles podemos destacar o anarquismo. Paul Bertelot, anarquista francês, em 1905, criou a revista Revuo Esperanto, que é até hoje o órgão oficial de divulgação da UEA. Bertelot viajou pela Europa, divulgando o esperanto entre os trabalhadores, ajudou a organizar o primeiro congresso de Esperanto, fundou clubes esperantistas na América do Sul, morrendo prematuramente no Brasil, em 1910. A seção libertária da SAT, criada na década de 1920, até hoje é atuante. CMICentro de Mídia Independente. É um centro de divulgação de notícias de diversos movimentos sociais com páginas em Esperanto. |
Esperanto e religiões | | | |
Alguns grupos religiosos ao redor do mundo apoiam de alguma forma o esperanto. CatolicismoEm 1910 foi fundada a União Internacional Católica Esperantista, cujo órgão, a revista Espero Katolika, é o periódico em esperanto mais antigo ainda em atividade. Papas católicos romanos (incluindo pelo menos o Papa João Paulo II e Bento XVI usaram o esperanto ocasionalmente no urbi et orbi multilíngue. Cristandade em geralA Kristana Esperantista Ligo Internacia (Liga Internacional Cristã Esperantista) foi formada logo cedo na história do esperanto e é de orientação predominantemente protestante, mas também são filiados a ela católicos romanos e ortodoxos. Há alguns apologistas e professores cristãos que usam o esperanto como um meio de comunicação. O pastor nigeriano Bayo Afolaranmi tem um grupo no Yahoo! chamado "Spirita nutraĵo" (alimento espiritual), que hospeda mensagens semanais desde 2003. EspiritismoO esperanto também é divulgado ativamente no Brasil por seguidores do espiritismo. Este fenómeno originou-se através de Francisco Valdomiro Lorenz, emigrante de origem checa que foi pioneiro de ambos os movimentos neste país. Assim, a Federação Espírita Brasileira publica livros didáticos de esperanto, traduções das obras básicas do espiritismo e encoraja os espíritas a se tornarem esperantistas. Por causa disso, no Brasil, muitos não-esperantistas mal-informados têm a impressão de que o esperanto é "língua de espírita"; a contradizê-lo é de notar a discrepância entre o número relativamente elevado de espíritas entre os esperantófonos brasileiros (entre um quarto e um terço) e a insignificância do recíproco (número de espíritas brasileiros que falam esperanto, cerca de 1%). Este fenómeno não se verifica noutros países. Fé Bahá'íA Fé Bahá'í encoraja o uso de uma língua auxiliar, e, sem endossar nenhuma língua específica, vê no esperanto um grande potencial para esse papel. Considera-se, entretanto, que qualquer língua ao ser adotada poderá ser modificada e adaptada através de um consenso com representação de todos os países. Lidja Zamenhof, filha do fundador do esperanto, tornou-se Bahá'i. Vários volumes de escritos da Fé Bahá'i já foram traduzidos para esperanto. HomaranismoZamenhof promoveu uma doutrina filosófica e religiosa, chamada homaranismo, mas temeu que se confundissem as idéias da doutrina com o ideal pró-esperanto. Por esse e outros motivos, não se empenhou tanto em sua divulgação. Todavia, a maior parte dos adeptos do homaranismo hoje são esperantistas, tendo conhecido a doutrina através do esperanto. IslãoAyatollah Khomeini do Irã fez um chamado oficial aos islâmicos ao aprendizado do esperanto e elogiou o uso dessa língua como um meio para melhor compreensão entre povos de diferentes religiões. Após sugerir que o esperanto substituísse o inglês como uma língua franca internacional, a língua foi introduzida nos seminários de Qom. Uma tradução do Corão em esperanto foi publicada pelo estado pouco tempo depois[12][13] Khomeini e o governo iraniaro passaram a fazer oposição ao esperanto em 1981 após notar que seguidores da Fé Bahá'i estavam interessados no esperanto.[12] OomotoA religião oomoto encoraja o uso do esperanto entre seus seguidores, e inclui Zamenhof entre seus espíritos divinos. Traduções da BíbliaA primeira tradução da Bíblia para esperanto foi uma tradução do Tanakh (Velho Testamento), feita por Zamenhof. A tradução foi revisada e comparada com traduções para outras línguas por um grupo de clérigos britânicos, antes de sua publicação na British and Foreign Bible Society em 1910. Em 1926, ela foi publicada junto com uma tradução do Novo Testamento, numa edição geralmente chamada de Londona Biblio. Nos anos 60, Internacia Asocio de Bibliistoj kaj Orientalistoj tentou organizar uma nova e ecumênica versão da bíblia em Esperanto.[15] Desde então, o pastorluteranoGerrit Berveling traduziu os Livros Deuterocanônicos, além de novas traduções dos Evangelhos, algumas das epístolas do Novo Testamento e alguns livros do Tanakh; estes foram publicados em várias brochuras separadas, ou em série na revista Dia Regno, mas os deuterocanônicos apareceram numa edição recente da Londona Biblio. UsoO esperanto é freqüentemente usado para se ter acesso a uma cultura internacional, dispondo ele de um vasto leque de obras literárias, tanto traduzidas como originais. Há mais de 25.000 livros em esperanto, entre originais e traduções, além de mais de uma centena de revistas editadas regularmente. Muitos esperantófonos usam a língua para viajar livremente pelo mundo usando o Pasporta Servo, rede internacional de hospedagem solidária. Outros têm correspondentes em vários países diferentes através de serviços como o Esperanto Koresponda Servo. Com o desenvolvimento da internet e sua maior popularização, as iniciativas de imprensa em esperanto têm se tornado mais fáceis, e pouco a pouco ela se desenvolve. Atualmente, vários Estados subvenciam transmissões regulares em esperanto de suas estações de rádio oficiais, como China, Polónia, (diariamente), Cuba, Itália e Vaticano. Em menor escala, várias estações de rádio mantêm programas em ou sobre esperanto, como a Rádio Rio de Janeiro, que têm um departamento dedicado exclusivamente ao esperanto. Anualmente, de 1200 a 3000 esperantistas encontram-se num Congresso Universal de Esperanto. A língua mostra-se útil essencialmente para a troca de informações entre indivíduos de etnias diferentes que doutra maneira só seria realizada através de elementos mediadores (uma língua estranha a pelo menos um deles, um intérprete, organizações privadas, Estados, etc.). Comparado a uma língua étnica, o esperanto apresentou algumas utilidades particulares: Efeito propedêutico: Existem evidências de que estudar esperanto antes de estudar qualquer outra língua acelera e melhora a aprendizagem, pois aprender outras línguas estrangeiras a seguir é mais fácil que aprender a primeira, enquanto que o esperanto reduz os obstáculos associados com a "primeira língua estrangeira", esse fenômeno é conhecido como efeito propedêutico, sendo muito acentuado no esperanto. Num estudo, um grupo de estudantes do ensino secundário estudou esperanto durante seis meses e, depois, francês durante ano e meio, obtendo um melhor conhecimento de francês do que o grupo de controle que estudou só o francês durante dois anos. É provável que outras línguas planificadas também apresentem esse efeito no mesmo grau que o esperanto, mas devido ao maior número de falantes e melhor disponibilidade de material didático, a língua esperantista parece ser a mais recomendável para obter o efeito propedêutico. Traduções: A enorme flexibilidade do esperanto, a possibilidade do uso de diversas nuances, e a sua simplicidade gramatical tornam a língua uma ótima candidata para uma língua intermediária nas traduções. Um ótimo exemplo foi o uso do esperanto para a tradução de alguns livros da editora FEB para a língua japonesa, nesse caso, os originais em francês foram traduzidos para o esperanto, e do esperanto para o japonês, já que se tem um bom número de falantes de esperanto no Japão. |
História | | | |
Propriedades Linguisticas | | | |
ClassificaçãoO esperanto é uma língua aglutinante, sem gêneros gramaticais para entidades assexuadas, sem conjugação de verbos variáveis por pessoa ou número e com três modos — indicativo, imperativo e subjuntivo, além das formas nominais do verbo e seis particípios; contém apenas dois casos: o acusativo e o nominativo. Como uma língua construída, o esperanto não é relacionado genealogicamente a nenhuma língua étnica; pode ser descrito como uma língua de léxico predominantemente românico e de morfologia aglutinante. A fonologia, a gramática, o vocabulário e a semântica são baseados em línguas indo-européias ocidentais. Os fonemas são essencialmente eslavos, assim como muito da semântica, enquanto o vocabulário é derivado primordialmente de línguas românicas, com uma menor contribuição de línguas germânicas e algumas palavras de várias outras línguas (o dicionário etimológico de esperanto "Konciza Etimologia Vortaro", de André Cherpillod, faz referência a 110 línguas). A pragmática e outros aspectos da língua não descritos especificamente nos documentos originais de Zamenhof foram influenciados pelas línguas nativas dos primeiros falantes, principalmente russo, polonês, alemão e francês. A escrita é de acordo com a fonética (uma letra para cada som e um som para cada letra) e a morfologia é extremamente regular e fácil de aprender. Tipologicamente, a ordem sintática padrão do esperanto é sujeito-verbo-objeto e adjetivo-substantivo. Novas palavras podem ser formadas a partir de processos de construção com morfemas já existentes na língua, ou podem ser introduzidas como neologismos. FonologiaO esperanto tem cinco vogais e 23 consoantes, das quais duas são semivogais. Não há tons. A sílaba tônica é sempre a penúltima (paroxítona), a não ser que a palavra tenha apenas uma vogal ou que a vogal final tenha sido omitida (situação em que é tónica a última sílaba; neste caso é graficamente substituída por um apóstrofo: «kastelo» = «kastel ’») - recurso estilístico para a poesia. |
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Vocabulário
Sistema de escrita
Letra | Pronúncia |
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c | [ʦ] |
ĉ | [ʧ] |
ĝ | [ʤ] |
ĥ | [x] |
ĵ | [ʒ] |
ŝ | [ʃ] |
ŭ | [u̯] |
Braille
A (1) | B (12) | C (14) | Ĉ (146) | D (145) | E (15) | F (124) |
G (1245) | Ĝ (12456) | H (125) | Ĥ (1256) | I (24) | J (245) | Ĵ (2456) |
K (13) | L (123) | M (134) | N (1345) | O (135) | P (1234) | R (1235) |
S (234) | Ŝ (2346) | T (2345) | U (136) | Ŭ (346) | V (1236) | Z (1356) |
razões alegadas para adesão ao esperanto |
Problema lingüísticoMuitos esperantófonos tomaram a iniciativa de aprender esperanto pelo chamado lingva problemo O psicólogo e ex-tradutor das Nações Unidas Claude Piron tem se dedicado à temática, abordando-a sob um ponto de vista psicológico a partir de vastíssimo material bibliográfico e documental, tratando a insistência no atual modelo de comunicação internacional como uma neurose. (literalmente, problema lingüístico). Umas das maiores faces desse problema são o chamado imperialismo cultural, que encerra em si o favorecimento a poucos grupos lingüísticos, e a pouca praticidade da estrutura vigente de comunicação entre sujeitos sociais de línguas diferentes. Vários estudiosos têm se debruçado sobre esses aspectos. Izabel Cristina Oliveira Santiago levanta várias ocasiões históricas em que o custo de traduções alcança níveis questionáveis: "Nova Délhi, 1968. A Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento custou mais de 2 milhões de dólares, sendo que mais da metade disso foi gasto com o uso de apenas quatro línguas — tidas como predominantes. [...] só em 1976, por exemplo, em vez de serem investidos na alimentação das multidões de famintos, 700 mil dólares foram gastos para traduzir em seis línguas os relatórios sobre a fome mundial."
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http://esperanto.org.br/p/
http://radioverda.com/
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