domingo, 22 de agosto de 2010

eclosão da mediunidade fique atento!

Afloramento (Eclosão) da Mediunidade
A maior dúvida relativa àqueles indivíduos que estão conhecendo a mediunidade é identificar os sintomas que caracterizam a mediunidade iniciante. Divaldo Franco, no livro "Estudos Espíritas" (Espírito Joana de Angelis – FEB) nos esclarece que:
"A mediunidade, sendo uma faculdade natural, eclode ou surge na época apropriada, definida no planejamento reencarnatório do individuo (espírito encarnado)."
"Natural, aparece espontaneamente, mediante constrição segura, na qual os desencarnados de tal ou qual estagio evolutivo convocam à necessária observância de sua leis, conduzindo o instrumento mediúnico a preciso labor por cujos serviços adquire vasto patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente, os compromissos negativos a que se encontra enleado desde vidas anteriores."
"Outras vezes surge como impositivo provacional mediante o qual é possível mais ampla liberação do próprio médium, que, em dilatado o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz."
"Sem duvida, poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso."
A eclosão mediúnica pode, então, ocorrer de duas formas:
  • Espontânea: não causa maiores desconfortos, quer físico quer emocionais, ao médium iniciante;
  • Provacional: o médium apresenta descompassos emocionais, que atingem a sua organização física. Podem ocorrer perturbações espirituais. Esta é a forma mais comum do surgimento da mediunidade no estado evolutivo em que nos encontramos no Planeta Terra.
 
Martins Peralva, no livro "Mediunidade e Evolução" (FEB – cap. 3 – Eclosão Mediúnica) nos chama a atenção de que a mediunidade independe de condições externas: "O surgimento da faculdade mediúnica não depende de lugar, idade, condição social ou sexo. Pode surgir na infância, adolescência ou juventude, na idade madura ou na velhice. Pode revelar-se no Centro Espírita, em casa, em templos de quaisquer denominações religiosas, no materialista."
 
No livro "Estude e Viva" (FEB), Emmanuel e André Luiz nos lembram que não é a mediunidade que nos causa desconfortos, mas o nosso desconhecimento em lidar com a mesma:
"Quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas, por debilidade da sua {do médium} constituição fisiopsicológica. Não é a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos espíritos que favorecem a distonia ou não, de acordo com a qualidade de que esta se reveste. (...), seja por ignorância a respeito do assunto, o que é mais comum, seja por desinteresse ou desatenção dos familiares ou dos amigos. Em outras ocasiões, os médiuns iniciantes, por se revelarem (...) fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das revelações espirituais que os visitam de jato, solicitam o atendimento e o apoio dos irmãos experimentados, para que não se percam, através de engodos brilhantes."
 
Por isso, caso tenha dúvidas, procure o Centro Espírita mais próxima a sua residência para receber as orientações adequadas sobre como conviver bem com a mediunidade. .
 
Desenvolvimento mediúnico
Escrito por Edvaldo Kulcheski   
Embora em diferentes graus e tipos, todos nós temos a mediunidade e, por esse motivo, todos somos médiuns. Essa faculdade é inerente ao homem, não constituindo um privilégio exclusivo. Porém, entendemos comumente como médium todo aquele que sente a influência dos espíritos de forma ostensiva...

Reparemos que, ao nosso redor, há ignorância, miséria, lágrimas, feridas, dores e erros. Pois bem, é por meio dos médiuns que os espíritos nos instruem, suavizam a miséria, enxugam as lágrimas, cicatrizam as feridas, mitigam as dores e corrigem os erros. A mediunidade, quando equilibrada, faz com que nós, habitantes da Terra, trabalhemos juntos na construção do reino de Deus.

Mediunidade infantil
Geralmente, o processo de desenvolvimento da mediunidade é cíclico, ou seja, ocorre por meio de etapas sucessivas em forma de espiral. O primeiro ciclo vai de zero aos 12 anos de idade, período no qual as crianças possuem a mediunidade à flor da pele, por assim dizer, mas com o resguardo da influência benéfica e controladora dos espíritos protetores, chamados por algumas religiões de “anjos da guarda”.
Nessa fase infantil, as manifestações mediúnicas são mais de caráter anímico. A criança projeta sua alma nas coisas e nos seres que a rodeiam, recebe as intuições orientadoras de seus protetores, às vezes observa e denuncia a presença de espíritos e, não raro, transmite avisos e recados destes aos familiares de maneira positiva e indireta. Quando passam dos sete ou oito anos, as crianças se integram melhor ao condicionamento da vida terrena, desligando-se progressivamente das relações espirituais e dando mais importância às relações humanas.
No entanto, não é aconselhável o exercício da mediunidade em crianças, uma vez que o organismo delas, débil e em formação, pode sofrer fortes abalos. Além disso, a imaginação está em intensa atividade e pode haver uma grande excitação, sem contar que elas não possuem discernimento suficiente para lidar com os espíritos.
Às vezes, as manifestações mediúnicas apresentadas pela criança são causadas pelas perturbações existentes no ambiente do lar. Neste caso, o mais recomendável é atendê-la com passes, para eliminar as manifestações, e orientar o comportamento dos familiares adultos, para que as tensões espirituais não reflitam mais nela.
Agora, se a manifestação mediúnica for espontânea e equilibrada, deve-se aceitar os fenômenos com naturalidade, mas sem estimulá-los nem tampouco querer colocar a criança em um verdadeiro trabalho mediúnico. Convém que ela seja encaminhada para a evangelização e o conhecimento doutrinário adequados à sua idade, a fim de que, no futuro, ela esteja devidamente preparada para entender sua faculdade e empregá-la bem.

Manifestações mais intensas
O segundo ciclo de desenvolvimento da mediunidade começa geralmente na adolescência, a partir de 12 ou 13 anos de idade. Como dissemos, no primeiro ciclo, só se deve intervir no processo mediúnico com preces e passes, para abrandar as excitações naturais da criança. Já na adolescência, o corpo amadureceu o suficiente para que as manifestações mediúnicas se tornem mais intensas e positivas. Então, é tempo de encaminhá-la com informações mais precisas sobre a questão da mediunidade.
Diante disso, não se deve tentar o desenvolvimento da mediunidade em sessões. O passe, a prece e as reuniões de estudo doutrinário são os meios de auxiliar o processo sem forçá-lo, dando ao adolescente a orientação necessária. A adolescência é a hora das atividades lúdicas, dos jogos e esportes, do estudo e aquisição dos conhecimentos em geral, de uma integração mais completa na realidade terrena. Portanto, não se deve forçar os adolescentes, mas estimulá-los no tocante aos ensinamentos espirituais, abrindo suas mentes para o contato mais profundo e constante com a vida no mundo. Os exemplos dos familiares influem mais em suas opções do que os ensinamentos e as exortações orais.
Já o terceiro ciclo ocorre geralmente na passagem da adolescência para a juventude, entre 18 e 25 anos de idade, tempo dos estudos sérios. No entanto, se a mediunidade não se definiu devidamente até esta fase, não devem haver preocupações, uma vez que existem processos nos quais sua verdadeira eclosão leva até cerca de 30 anos para ocorrer.

Potencialidade e educação
Na verdade, a potencialidade mediúnica nunca permanecerá letárgica. Ela se atualiza com mais freqüência do que supomos, passando de potência a ato em diversos momentos da vida, através de pressentimentos, previsões de acontecimentos simples, como o encontro de um amigo há muito ausente, percepções extra-sensoriais que atribuímos à imaginação ou à lembrança e assim por diante.
Portanto, os problemas mediúnicos consistem apenas e tão-somente na disciplinação das relações espírito-corpo, que chamamos de “educação mediúnica”. À medida que o médium aprende, como espírito, a controlar sua liberdade e selecionar suas relações espirituais, sua mediunidade se aprimora e se torna cada vez mais segura.
O bom médium é aquele que mantém o seu equilíbrio psicofísico e procede na vida de modo a criar para si mesmo um ambiente espiritual de moralidade, amor e respeito pelo próximo. A dificuldade maior está em se fazer o médium compreender que, para tanto, ele não precisa se tornar santo, mas apenas um homem de bem. Deve ser espontâneo, natural, uma criatura normal, que não tem motivos para se julgar superior aos outros. Quando não orientada para os caminhos do bom senso, a mediunidade pode turvar a vida e ser instrumento de perturbação geral, porém, em harmonia, pode fazer grandes coisas.
A educação mediúnica pode começar no simples modo de falar aos outros, transmitindo bastante brandura, alegria, amor e caridade em todos os atos da vida. O desabrochamento de uma faculdade mediúnica e seu constante aprimoramento necessita, dentre outras coisas, de educação, esforço, disciplina e aquisição de valores morais e espirituais, a fim de se evitar ciladas, enganos, perigos e dissabores que podem ser gerados pela invigilância, pela indisciplina e pelo despreparo.
É importante que o médium não procure na mediunidade um objetivo de simples curiosidade, diversão ou interesse particular, mas que a encare como coisa sagrada que deve ser utilizada para o bem de seu semelhante, sustentada na elevação moral e no estudo sério e edificante. Na primeira fase do desenvolvimento, o médium deve evitar qualquer pretensão vaidosa no sentido de se supor capaz de grandes feitos mediúnicos.
Aquele que se educa espiritualmente e amadurece seu dom através do esforço, do estudo e da disciplina moral passa a ser assistido pelos bons espíritos, que o preservam das ciladas do mundo invisível. Os bons médiuns são raros por falta de uma educação e um adestramento seguro. A faculdade mediúnica é delicada e necessita de acuradas precauções, perseverantes cuidados, método, aspirações nobres e da conquista de uma cobertura espiritual de caráter elevado. O ambiente da prática mediúnica deve ser seguro, organizado e sério, para evitar o perigo de um falso desenvolvimento em que predominam as viciações, bem como os condicionamentos, o automatismo, as falsas concepções do que sejam os espíritos guias, as mistificações e a obsessão.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, Edição 19.
Ao reproduzir o texto, favor citar o autor e a fonte





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