quinta-feira, 26 de maio de 2011

LIVRO NOSSO LAR -CAP.31UMA MENDIGA NOS PORTÕES


 Esta narração está contida no livro Nosso Lar de André Luiz através da psicografia de Chico Xavier publicado pela Feb. Achamos conveniente resumir o caso ocorrido no Capitulo 31 – Vampiro.
O caso é relatado para mostrar o que ocorre depois da morte, na Espiritualidade, e para onde vão as pessoas que cometem crimes, que neste caso não era de abortos e sim de mortes de crianças ao nascer. O Espírito infanticida torna-se, no Mundo Espiritual, um verdadeiro vampiro. Vamos ao caso:
André Luiz está em Nosso Lar, com Narcisa, logo após às vinte e uma horas, quando chega um sentinela das Câmaras de Retificação, para notificar que uma infeliz mulher pedia socorro no grande portão que dá para os campo de cultura. Percorreram mais de um quilômetro até chegar à cancela. Do outro lado havia uma mulher coberta de andrajos, rosto horrendo e pernas em chaga viva.
- Filhos de Deus – bradou a mendiga – dai-me abrigo à alma cansada! Onde está o paraíso dos eleitos para que eu possa fruir a paz desejada.
Narcisa perguntou a André Luiz:
- Não está vendo os pontos negros?
- Não - respondeu.
- Quando se trata de criatura nesse estagio não posso fazer nada. Chamemos Paulo, o chefe da guarda.
Paulo disse tratar-se de um dos mais fortes vampiros que já havia visto. Mandou Narcisa olhar melhor no corpo espiritual da mendiga. Ela notou que 58 manchas negras estavam no corpo.
Esses pontos escuros representam cinqüenta e oito crianças assassinadas ao nascerem. Em cada mancha vejo a imagem mental de uma criancinha aniquilada, umas por golpes esmagadores, outras por asfixia.
Essa desventurada criatura foi profissional de ginecologia. A pretexto de aliviar consciências alheias, entregava-se a crimes nefandos, explorando a infelicidade de jovens inexperientes. A situação dela é pior que a dos suicidas e homicidas, que, por vezes, apresentam atenuantes de vulto.
Narcisa pediu se não seria possível cuidar dessa mulher e o vigilante lhe disse que o interesse dela estava em perturbar o trabalho em Nosso Lar e lhe propôs uma prova: sigamos a narrativa de André Luiz.
- Que deseja a irmã, do nosso concurso fraterno?
- Socorro! socorro! socorro!... - respondeu lacrimosa.
- Mas, minha amiga, é preciso sabermos aceitar o sofrimento retificador. Por que razão tantas vezes cortou a vida a entezinhos frágeis, que iam à luta com a permissão de Deus?
Ouvindo-o, inquieta, ela exibiu terrível carantonha de ódio e bradou:
- Quem me atribui essa infâmia? Minha consciência está tranqüila, canalha!... Empreguei a existência auxiliando a maternidade na Terra. Fui caridosa e crente, boa e pura...
- Não é isso que se observa na fotografia viva dos seus pensamentos e atos. Creio que a irmã ainda não recebeu, nem mesmo o benefício do remorso. Quando abrir sua alma às bênçãos de Deus, reconhecendo as necessidades próprias, então, volte até aqui.
Irada, respondeu a interlocutora:
- Demônio! Feiticeiro! Sequaz de Satã!... Não voltarei jamais!... Estou esperando o céu que me prometeram e que espero encontrar.
Assumindo atitude ainda mais firme, falou o Vigilante-Chefe com autoridade:
- Faça, então, o favor de retirar-se. Não temos aqui o céu que deseja. Estamos numa casa de trabalho, onde os doentes reconhecem o seu mal e tentam curar-se, junto de servidores de boa-vontade.
A mendiga objetou atrevidamente:
- Não lhe pedi remédio, nem serviço. Estou procurando o paraíso que fiz por merecer, praticando boas obras.
E, endereçando dardejante olhar de extrema cólera, perdeu o aspecto de enferma ambulante, retirando-se a passo firme, como quem permanece absolutamente senhor de si.
Acompanhou-a o Irmão Paulo com o olhar, durante longos minutos, e, voltando-se para nós, acrescentou:
- Observaram o Vampiro? Exibe a condição de criminosa e declara-se inocente; é profundamente má e afirma-se boa e pura; sofre desesperadamente e alega tranqüilidade; criou um inferno para si própria e assevera que está procurando o céu.
- É imprescindível tomar cuidado com as boas ou más aparências. Naturalmente, a infeliz será atendida alhures pela Bondade Divina, mas, por princípio de caridade legítima, na posição em que me encontro, não lhe poderia abrir nossas portas.

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